capítulo 2

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...

Luffy pov:

Minutos se passaram até chegarmos em uma grande casa no meio do terreno, minutos que pareciam horas, a eternidade presa nos ponteiros de um relógio.

A casa era grande, como fui informado, uma mansão antiga que costumava nos séculos XV ser uma igreja, por isso da estrutura única e diferente.

Na porta, qual Tral abriu com cuidado, fiquei relutante ao entrar. Meu corpo parecia reagir aquele lugar, queria fugir, correr.

Depois de entrar o moreno faz sinal que está tudo certo. Por dentro tudo parecia normal, até intacto (tirando as teias de aranha, janelas quebradas e poeira em todos os lugares). A casa não tinha luz e, se um dia tivera, foi a muito tempo atrás.

No lugar de lâmpadas, tinham velas em cada lugar que se podia olhar e, Tral fez o favor de acender.

- Precisamos achar um lugar para passar a noite, não?- Ele pergunta se agachando na frente de um suporte de velas antigo no chão. - Não sei, deve ter quartos aqui pelo o que eu li sobre.

- Sim, é uma boa ideia. E então, você me conta o que sabe sobre esse lugar. - Virei o rosto para observar o local, ouvindo uma risada sincera do moreno que pareceu se divertir com minhas palavras.

- Como sempre, você não leu o documento que te enviaram, não é? Francamente, que falta de profissionalismo senhor Monkey. - Ele caminha até mim, enrolando o braço em minha cintura e deixando um selinho em minha testa. - Mas mesmo se eu não contar, você acaba descobrindo de um jeito... Ou de outro.

Sorrio, batendo a palma da minha mão em seu peito. Era verdade o que ele disse, meus sonhos iriam me revelar mesmo eu não querendo, minhas visões...

Tral se separa de mim então, segurando em minha mão me guiando pelo local escuro e frio. Passamos por algumas portas, todas trancadas e, não iríamos procurar chaves agora.

Andamos por um tempo até chegar em uma espécie de ponte/corredor. Tinha várias janelas viradas para o que parecia ser um jardim, tomado por ervas daninhas. E mais uma vez, uma porta para entrar nos próximos cômodos.

Não tivemos problema em abrir essa porta e, andamos mais um pouco, até chegarmos em alguns cômodos com camas. Tral fez questão de ver qual teria uma cama de casal, embora todos tinham, ele queria escolher qual parecia "menos pior".

O terceiro quarto do corredor foi qual ele escolheu, quarto esse que tinha um número 4 desenho na porta, me pergunta o por que?

A cama era grande e, as velas que Tral acendia deixava o ambiente claro e visível. Além da cama de casal, tinha um criado mudo com várias gavetas, um guarda roupa todo detalhado e uma penteadeira. Tinha uma grande janela atrás da cama, qual estava fechada por tirar de madeira pregadas ali.

Adentro o quarto colocando a mochila no chão, me sinto zonzo assim que entro, um enjôo toma meu corpo e me sento na cama, apertando minhas mãos no lençol antigo.

- Luffy-ya...? Você está bem? - Tral pergunta, deixando seus pertences ao lado dos meus e se sentando ao meu lado, colocando sua mão sob a minha.

- Eu... Me sinto enjoado. Que estranho, tá tudo girando... - Digo baixo, respirando fundo e suando frio.

- Eu tenho um remédio aqui, talvez ajude. - O moreno se levanta, pegando uma cartela de remédios de sua mochila e me entregando, com sua garrafinha de água.

Agradeço mechendo a cabeça, engolindo o remédio de uma vez e tomando a água, sentindo o gosto amargo passar pela minha garganta.

- Cacete... Eu devia ter me preparado mais mentalmente antes de vir, não é? Foi mal te preocupar. - Comento, Tral fecha a porta e se senta logo atrás de mim, me puxando ao seu lado e deitando minha cabeça em seu ombro.

- Relaxa, se não não vai passar. - Ele diz abaixando os ombros e suspirando. - Quer que eu te conte agora sobre o que tinha nos documentos? Posso te contar amanhã cedo...

Respirei fundo, sentindo o ar passar pelos menos pulmões e então fechei os olhos.

- Conta agora, é melhor, assim ninguém esquece.

Sinto o moreno se mexer, pegando um pequeno livro em sua mão, seu olhos fitavam as letras com certa rapidez e então voltou a fechar o livro e colocou em sua perna.

- Bom... Ao menos sabe que estamos na França, né?- Balanço a cabeça de maneira positiva. - Ok. As histórias dizem que cerca de 1400 à 1500 aqui era uma igreja, que teve as atividades encerradas durante esses anos. Séculos depois, uma família muito rica comprou todo o terreno, o  transformando em uma mansão. A família tinha 5 filhos e, um dia, todos morreram misteriosamente e de maneira horrível e sanguinária. Não sobrando ninguém de testemunho do ocorrido, autoridades apenas proibiram a entrada nesse lugar.

- Mas, isso tá mais para um caso policial, não? - Pergunto genuinamente, vendo ele balançando a cabeça em negação. - Não?

- Não. A princípio era mas, coisas estranhas começaram a acontecer com os policiais que vinham aqui. Presenciaram coisas estranhas como: janelas estourando, objetos voando e aparições. Tiveram três suicídios nesses anos e, pessoas que invadiam o local e nunca mais foram vistas. As autoridades decidiram, depois de anos, passar o caso para o Vaticano e cá estamos nós...

Ele diz e então suspira, passando a mão na testa deitando a cabeça para trás com um olhar perdido.

- Parece que vai ser difícil... Sinto que vai. - Comento, vendo ele me encarar com certa preocupação nos olhos.

- Sente, é? Pois eu espero que no fim, de tudo certo. Qualquer coisa me avisa ok? Você sabe do que tô falando. - Ele diz, se ajeitando, colocando minha cabeça para trás no travesseiro.

Ele vai até nossas coisas, pegando alguns cobertores, lençóis e travesseiros.

- Pode se levantar? Preciso arrumar essa cama, está cheia de pó.

Me levanto, cambaleando e me segurando no criado mudo. Observando ele agora, vejo alguns papéis espalhados e um porta retrato quebrado e rasgado. Não dava para ver ninguém na foto, apenas uma dama loira e com um esbelto sorriso. Suspiro, pensando em ver os papéis no dia seguinte.

Ao olhar para trás, como passe de mágica a cama já estava arrumada, e Tral me levou até ela, como se eu fosse uma criança impossibilitada de andar. Depois se deitou ao meu lado.

- Sabe que sei andar, né? - Digo fazendo bico, ele sorri e então boceja. - Vamos dormir, quero explorar cada canto que puder amanhã dessa casa. De noite... Não dá.

- Sim, eu sei. - Ele diz, passando a mão em meu cabelo, dormindo tão rápido quanto a velocidade em que deitou. Logo fechei os olhos, não aguentava de sono.

...

Qui praevalet... Estne hic.

my exorcist partner 2 - LawluWhere stories live. Discover now