Capítulo 18

8 2 13
                                    

Capítulo 18

Estava na quarta semana…

– Você está pronta Emily.
Essas palavras foram a melhor coisa que eu pude ouvir naquele mês.
– muito obrigada mestre – me ajoelhei apoiando minha cabeça no chão – não teria chegado tão longe sem sua ajuda.
– levante-se! Mas agora essa…
Me levanto rapidamente.
– sou muito grata a você.
– não foi nada – ele estava envergonhado e parece que se irritava com isso, era engraçado – se mande logo daqui garota.
Eu ri, entendia o jeito dele.
– tô indo.
Me sentia preparada, não só fisicamente mas mentalmente também, me sentia uma pessoa completamente diferente em todos os sentidos.

– o que vou lhe falar agora… é extremamente confidencial.
Jack parecia sério, mais sério do que o normal.
– ok, pode me falar…
– a lenda de Liam… ela é real.
– Ah…sei.
– Emily, existe uma caverna e dizem que lá está… lá estão as duas armas de luta que Liam usava, são duas katanas.
– ainda não entendi o que você tá querendo me dizer.
– dizem que elas não são espadas comuns, são especiais porque Liam foi muito corajoso, um verdadeiro bravo guerreiro. O que quero dizer é… podemos encontrar a caverna e você poderá ficar com as espadas lendárias de Liam.
– o que? Tá maluco? Zadock disse que era apenas uma lenda.
– mas é real!
– e como você sabe?
– bom eu… eu acredito que são reais.
– e você sabe onde fica essa caverna? E se a gente andar tudo isso em vão?
– Ninguém conseguiu achar elas porque dizem que a caverna é assombrada pelo espírito de Liam que guarda suas espadas até que alguém digno possa pegá-las.
– o que? Assombração? Ah não, pois agora é que não vou mesmo.
– Emily elas podem ser de grande ajuda na sua batalha.
– meu Deus, olha o que você está falando, você quer ir atrás de duas espadas que nem sabe se existem mesmo, e ainda por cima em uma caverna assombrada? Jack fala sério.
– elas podem ser suas! Você pode ser digna delas! Me escuta Emily, se não houver espada nenhuma não vai mudar em nada na sua vida.
– é verdade… – não acredito que concordei – tá bom.
– a caverna fica logo depois da floresta.
Respirei fundo e quando enfim assimilei tudo aquilo, concordei com ele e após ele pegar uma lanterna partimos em direção a floresta.

Enquanto andávamos pela trilha da floresta, sentia vontade de desistir e voltar, mas parecia interessante, se a lenda de Liam for real eu quero muito ver essas espadas.

Chegamos na tal caverna…era uma vibe tão estranha, parecia mesmo assombrada, e nem tínhamos entrado ainda.
– meu Deus…
– vai dar tudo certo.
Jack foi na frente entrando na caverna e fui logo atrás dele, era um silêncio absurdo lá dentro além do som de goteiras que ecoavam e dos nossos passos. Jack parecia estar com um pouco de medo mas não demonstrava isso completamente.
– estamos chegando…
Após andar mais alguns segundos pela caverna completamente escura (só não tão escura por causa da luz da lanterna) e muito assustadora, uma coisa é você saber lutar com humanos e isso não incluía ser exorcista.
Chegamos numa parte que ficava isolada, havia uma espécie de caixa preta, era comprida com alguns detalhes em roxo, tinha uma espécie de luz vindo dela, muito chamativa. Jack se aproxima mas logo recua após ouvirmos um som arrepiante.
– mas o que foi isso?!
– é ele…
– vamos cair fora daqui agora!
– tenta pegar na caixa…
Exitante eu me aproximo da caixa, toco nela e sinto uma espécie de arrepio percorrer pelo meu corpo e logo ouço uma voz… uma voz que ecoava nos meus ouvidos, não era assustador, era… suave, ela dizia:
– abra… és tão digna de ter essas espadas como quem um dia as carregou com honra em sua batalha.
A sensação logo se foi.
– ouviu isso?
– o que? Não ouvi nada.
– como não? Eu ouvi, alguém falou comigo agorinha.
– foi Liam… – os olhos de Jack estavam arregalados – ele se comunicou com você? O que ele disse?
– disse que sou digna assim como ele de ter essas espadas e mandou eu pegar.
– AH EU SABIA!
Arqueei a sobrancelha pra ele.
– me empolguei, foi mal.
Voltei minha atenção pra caixa, era feita de um material desconhecido semelhante a ferro, abri ela, tampa pesada.
– meu Deus… meu Deus.
Havia duas espadas grandes que estavam sobre um tecido vermelho e tinha também um cinto de suporte para elas, suas bainhas eram pretas, pareciam me chamar com aquela luz roxa, era muito mágico, mas logo se foram quando eu as peguei.
– são…lindas.
Os cabos eram pretos com detalhes em roxo também, igual os da caixa, puxei uma das espadas e sua lâmina parecia ser muito afiada e era tão reluzente parecia um espelho, eram lindas.
– uau…são mesmo.
– não acredito que ia perder essas belezinhas.
– pois é, de nada.
– valeu mesmo Jack.
Ele sorri.

– o que vai fazer agora?
Já estávamos do lado de fora, ajeitei o cinto na minha cintura e coloquei as espadas.
– ah é! Tenho que ir até Zadock, ele disse que tem um plano.
– sério?
– sim, você vem?
– caramba… bem que eu queria.
– não vai poder?
– Na verdade não, reunião do clube.
– que pena, mas te conto tudo depois.
– por mim beleza, até mais tarde então.
– até!
acenamos nos despedindo e eu segui para o monte… o grande monte, só de pensar já cansei.

– dessa vez eu nem cansei tanto, acho que o treino fez efeito.
– Emily! Me diga como foram os treinos.
– Aconteceu muita coisa.
Me sentei e logo comecei a contar para Zadock toda minha evolução ao longo dos dias, da minha habilidade que foi de muita ajuda e cheguei na parte das espadas.
– é surreal…
– sim sim, você me disse que não acreditava, mas tem algum motivo?
– essa história de Liam foi uma febre em toda cidade, e como pode imaginar… não fiquei sabendo, nunca vi Liam em toda minha vida, achei mesmo que era uma história inventada pelo Anjo Negro… mas pelo visto ele era real.
– ah, agora faz sentido.
Zadock admirava minhas espadas, ele parecia perplexo.
– Emily meu plano é simples e rápido.
– sou toda ouvidos.
– temos que chamar atenção do Anjo Negro agora… e vamos fazer isso em outro lugar… pela primeira vez em anos, vou descer deste monte.
– tudo bem… estou pronta.
E eu estava mesmo.

Zadock e eu descemos o do monte e chegamos na cidade, dali seguimos por uma rua que eu nunca tinha ido antes, andamos alguns minutos e chegamos num lugar isolado, era amplo, tinha um laguinho, calmo e isolado.
– aqui é perfeito para a luta…vamos chamar atenção dele fingindo cortar o seu braço ok?
– Ok… – estendi o meu braço sem nenhum pingo de remorso ou medo – vamos acabar logo com isso.
Zadock pega uma peixeira da cintura e posiciona acima do meu braço que estava com o bracelete, e como ele havia dito… chamamos a atenção do urubu.

– exatamente como previ…
– mas o que pensa que está fazendo, Emily?
Aquela voz… me irritava.
– Ué, estou tentando ir embora, por que? Vai me impedir?
Ele começou a rir exageradamente.
– Emily, você é só uma garotinha burra que não sabe o que faz, e como sou bonzinho vou te dar uma chance de mudar de ideia…
– não irei.

OLHOS VIOLETAS| A marca da Maldição Where stories live. Discover now