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Megumi acorda na manhã seguinte com um peso no peito e uma sensação de vazio. O sol brilha através da janela, iluminando o quarto de Nobara onde ele passou a noite. Ele se senta na cama, olhando ao redor com uma expressão cansada e triste.

Cada movimento parece mais difícil do que nunca. Ele lentamente se levanta, sentindo cada músculo tenso e dolorido, como se carregasse o peso de sua decepção nas costas. Seu olhar se fixa na carta amassada que estava sobre o criado-mudo.

Megumi se aproxima da janela, observando as ruas movimentadas lá fora. As pessoas passam apressadas, indiferentes ao turbilhão de emoções que ele está enfrentando. Ele se sente isolado em seu próprio mundo.

Ao descer as escadas da casa de Nobara, ele encontra a amiga preparando o café da manhã. Ela olha para ele com preocupação, reconhecendo a dor em seus olhos.

"Como você está se sentindo, Megumi?" Nobara pergunta com gentileza.

Megumi balança a cabeça, incapaz de encontrar as palavras para descrever a intensidade de suas emoções. Ele se senta à mesa, deixando escapar um suspiro cansado.

Nobara coloca uma xícara de chá na frente de Megumi, oferecendo-lhe um pequeno conforto em meio ao caos emocional que ele está enfrentando.

"Eu sei que é difícil, Megumi, mas você não está sozinho. Estou aqui para o que precisar".

Megumi agradece com um aceno de cabeça, incapaz de articular completamente sua gratidão pela amizade de Nobara.

Enquanto eles tomam o café da manhã juntos, Megumi sente um leve alívio em ter alguém ao seu lado

Após o café da manhã, Megumi se veste lentamente, preparando-se para o dia que se estende diante dele. Ele se despede de Nobara e vai para sua escola

No entanto, ao sair de casa e se dirigir para a escola, Megumi percebe que está sozinho. Nobara não está acompanhando-o como de costume.

Itadori ainda se sentava perto de Megumi na sala de aula, como costumava fazer todos os dias. Para Megumi, cada vez que sentia a presença de Itadori ao seu lado, era como se uma onda de angústia o envolvesse, tornando difícil concentrar-se nas atividades escolares.

Enquanto o professor explicava o conteúdo da aula, Megumi tentava manter seu foco nos estudos, mas a proximidade de Itadori tornava cada momento ainda mais desafiador. Cada movimento de Itadori, cada palavra que ele dizia aos colegas ao redor, era como um lembrete constante da dor que Megumi estava enfrentando.

Por mais que Megumi desejasse se afastar de Itadori para aliviar sua angústia, algo o impedia de fazê-lo. Uma parte dele ainda ansiava pela proximidade, mesmo que isso lhe causasse dor.

À medida que o dia na escola se arrastava, a angústia de Megumi só parecia aumentar. Cada momento ao lado de Itadori era uma lembrança dolorosa do que poderia ter sido, uma constante tortura emocional que ele não conseguia escapar.

Ao soar o sinal indicando o final das aulas, Megumi se sentiu aliviado por finalmente poder escapar da presença de Itadori. Ele deixou a sala de aula rapidamente.

Megumi sentia como se a escola estivesse gradualmente drenando sua energia vital, minando sua vitalidade e esgotando suas forças emocionais. Cada dia naquele ambiente parecia uma batalha árdua, uma luta constante para manter sua sanidade.

As paredes cinzentas e os corredores monótonos da escola pareciam fechar-se ao redor dele, sufocando-o com sua opressiva atmosfera. Cada sala de aula era como uma prisão, onde ele se via aprisionado em um ciclo interminável de tarefas tediosas

01:39

No silêncio da noite, Megumi se revirava na cama, seus lençóis desarrumados testemunhando sua agonia interior. Sua mente estava em turbilhão, suas emoções fervilhando como uma tempestade que ameaçava inundar sua sanidade. Ele agarrou o travesseiro com força, pressionando-o contra o rosto para abafar os gritos que surgiram.

"Por que o Itadori sempre tem que ser tão perfeito?" sua voz escapou em um sussurro carregado de frustração e inveja. Megumi se sentia sufocado pela sombra da perfeição de Itadori, um reflexo implacável de suas próprias falhas e imperfeições.

As lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas, quentes e salgadas, enquanto ele se afogava em uma maré de autodesprezo. "Por que eu não posso ser assim?" ele soluçou para o travesseiro, suas palavras abafadas pelo tecido macio.

A sensação de inadequação o consumia, transformando-se em um veneno que corroía sua autoestima. Ele se perguntava incessantemente por que ele não podia ser como Itadori, tão confiante, tão amado, tão perfeito aos olhos de todos.

A raiva borbulhava dentro dele, uma fúria impotente dirigida tanto a Itadori quanto a si mesmo. Ele odiava a vida que levava, uma existência marcada pela dor e pela sensação constante de estar aquém das expectativas.

Megumi sabia que suas palavras eram um eco vazio na solidão da noite, perdidas no vazio do quarto escuro. Mas ele precisava expressar sua dor, mesmo que apenas para o silêncio que o cercava.

Com o coração pesado e a mente turva, Megumi finalmente se acalmou, exausto pela intensidade de suas emoções. Ele se enrolou debaixo dos lençóis desfeitos, buscando refúgio temporário no sono, mesmo que soubesse que seus demônios internos o esperariam na escuridão de seus sonhos.

Os suspiros inquietos escapavam de seus lábios enquanto ele se contorcia sob os lençóis, preso em um ciclo interminável de pesadelos e tormento.

Enquanto as horas se arrastavam lentamente, Megumi permanecia preso em um estado de agonia, seu corpo inerte na cama enquanto sua mente vagava por um labirinto de desespero e desolação.

E assim, na escuridão da noite, Megumi desejava morrer.

𝗜 𝗖𝗢𝗨𝗟𝗗 𝗕𝗘 𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗕𝗢𝗬 - ItafushiOnde histórias criam vida. Descubra agora