⎯29.

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Ninguém queria ser um meio-sangue.
Luke, Catherine, Percy, Annabeth... Ninguém desejava esse destino, mesmo assim, eram semideuses. Isso significava que eles faziam parte de algo maior do que si mesmos.
E honestamente? Ninguém estava preparado para enfrentar isso.

O bracelete dourado com detalhes brilhantes tremia no bolso de Catherine. Não queria ferir ninguém e ao mesmo tempo queria ferir todos. Ela odiava lutar, descobriu isso jovem demais e por isso se esquivava de todas as coisas que envolviam luta.

—Percy voltou.

A garota manteve seu olhar sob o reflexo do pequeno espelho em sua palma. Desviou o olhar para a imagem de Luke em pé um pouco atrás dela, mas logo voltou a olhar para si mesma.

—Deveria parar de falar coisas que eu não gostaria de saber —ela responde com pouco humor.

—E você deveria parar de bancar o Narciso ou vai acabar igual a ele —diz Luke.

Catherine fecha o espelho e se levanta do chão, se desencostando da árvore na qual estava apoiada.

—Prefiro isso do que ser Ícaro e morrer por ambição desmedida —seu tom não era amigável.

O filho de Hermes encara a filha de Afrodite, franzindo o cenho com suas palavras.

—Não estávamos em paz? —as palavras de Luke soavam quase irônicas.

—Não foi minha intenção ser cruel —ela finalmente o olha. —Mas não quero saber sobre seus planos.

Luke concorda com a cabeça. Ele observava cada traço da garota, queria eternizar sua imagem em seus pensamentos, mesmo que já tivesse certeza de que era capaz de vê-la até quando estivesse com os olhos fechados. Catherine desejava o contrário, queria esquecer Luke, evitava olhá-lo diretamente pois sabia que recordar a faria sofrer mais, mas ela também já tinha a imagem nítida dele em sua mente.

—Reconsiderou a minha proposta? —ele pergunta.

—Não vou com você, minha decisão não mudou —ela suspira ao olhá-lo nos olhos. —E você reconsiderou a minha?

—Eu não vou desistir —Luke fala.

Catherine concorda com a cabeça. Infelizmente não esperava por uma resposta diferente.

—Ainda somos companheiros, não é? Somos almas gêmeas.

Ela acaba dando um pequeno sorriso ao ver ele erguer o dedo mindinho e estender para ela.

—Amigos —ela se força a responder.

A loira cruza seu mindinho com o de Luke. Sentiu um aperto no peito, sabia que era impossível ser amiga de alguém que amava tanto, mas preferia que aquilo acabasse da forma menos dolorosa possível. Ela não gostava de lutar.

—Eu vou ir ver como Percy chegou —ela se afasta.

—E eu vou ir ver a Annabeth —ele diz.

Seguiram rumos separados. Era quase impossível manterem distância, mesmo assim era doloroso quando estavam perto um do outro. Catherine não demorou a se reunir com os outros semideuses, que receberam Percy Jackson com palmas, sorrisos e orgulhos.

—Por favor, tente não parecer que quer matar ele —ela murmura para Clarisse, enquanto mantinha um sorriso e ainda batia palmas.

—Isso é ridículo —a filha de Ares não fazia menor questão de esconder seu olhar mortal ou descruzar seus braços. —Esse idiota parou uma guerra? Por que todo mundo acredita nisso?

—Por que você não acredita? —Catherine arqueia uma sobrancelha para a amiga.

Ela teria ficado lá e ouvido uma resposta de Clarisse, se não tivesse visto Annabeth fazer um aceno, a chamando.

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