Capítulo 3

2.9K 78 12
                                    

ANDREW LEISTER

Sento-me em uma cadeira bem no fundo da sala, além de ressacado, essa aula de filosofia é um saco, a professora é entediante, fala com tanta calma, toma água a cada três minutos, porque diz que está com a boca seca, se eu pudesse, fugiria daqui, mas já faltei tanto que se eu reprovar vou ter que repetir tudo de novo, e prefiro não ter que refazer toda essa merda.

Já tem meia hora de aula, e eu estou aqui me perguntando o que aconteceu com a Emmy, ela está diferente, mais alta, com cabelos loiros e longo, olhos verdes marcantes, na verdade ela sempre teve os olhos marcantes, lembro de quando éramos amigos, ela era bem magra e agora está com peitos incríveis, pude ter uma visão melhor quando sem querer esbarrei nela derrubando meu suco em sua blusa. Ele está realmente linda, mas é insuportável, e uma linha proibida para mim. Desde que nós beijamos em meu quarto a anos atrás em Los Angeles, e o pai dela apareceu na hora, prometemos um para o outro que iriamos esperar por mais algum tempo, para que o pai dela aceitasse, depois do beijo eles voltaram para New York, onde moravam e moram até hoje.

Combinamos de conversar por telefone sempre que pudéssemos, com o tempo foi diminuindo a frequência das ligações, fomos nos desligando aos poucos, vi ela postando fotos com outro cara, era um tal de Mike, tremendo babaca que ela dizia ser só amigo. Meu pai e minha mãe pediram também para que me afastasse dela, porque o Hardin e Tessa eram como uma família para eles, Hardin era um pai muito protetor e iria ser difícil aceitar eu e ela juntos, ainda mais com a idade que tínhamos. No começo foi difícil, briguei com meu pai, mas no final entendi que ela muito nova, e eu também. Fora toda questão de vir para faculdade, que estava me deixando com a cabeça a mil, era muita coisa no momento. Então parei de ligar e procurar ela, um verão depois eles voltaram para Los Angeles, meio que era tradição todos os verões a família dela ir para Los Angeles e no natal nós víamos para New York, nossos pais fizeram por anos essa tradição acontecer com as duas famílias completa, mas no ultimo natal tive tornei de surf e não pude ir.

No verão após o verão que havia acontecido o beijo, eu estava aproveitando tudo que podia, bebia, ia em festas, participava dos campeonatos de surf... Em uma manhã de quinta-feira, eu havia esquecido que eles iriam chegar, minha mãe havia mandado uma mensagem de texto, mas bebi demais aquela noite e apaguei da minha cabeça esse pequeno detalhe.

Naquela manhã eu cheguei bêbado de uma festa, e uma das meninas me levou até em casa, na porta ela me beijou, Emmy que havia acabado de chegar, ainda com sua mala em mãos viu tudo, lembro dos olhos dela se enchendo de lagrimas, os olhos verdes tão marcantes, os que me olhavam brilhando a um verão atrás, estavam cheios de decepção e tristeza por minha causa, e foi ali que eu vi que a decisão de me afastar dela a uns meses atrás havia sido a melhor, eu jamais poderia lidar com o fato de machucar a Emmy, e talvez eu só fosse fazer isso com ela se tivéssemos ficado junto naquela época..

Fazem ao total três anos que nunca mais havia visto ela, cada encontro das nossas famílias um de nós dois não estávamos presentes, e ver ela hoje foi como um soco no meu estômago, ao mesmo tempo meu coração acelerou. Superamos um ao outro e seguimos em frente, sem telefonemas e sem nem um tipo de comunicação, mas o que sentia por ela foi forte na época, então entendo a reação do meu corpo, mas passado fica no passado!

Eu sabia que ela iria entrar para faculdade em algum momento, mas estava torcendo para ser em outra!

-- Andrew, Andrew – ouço uma voz arrastada e baixa, quando levanto a cabeça vejo a professora de filosofia – Você não vai sair? Preciso fechar a porta

Olho ao redor da sala, está vazia, me perdi em pensamentos, mas agora preciso por minha cabeça no lugar, o campus é grande, mal vamos nos ver, hoje foi somente um acaso.

-- Desculpa professora, estou de saída

Pego um livro que estava em cima da minha mesa e levanto, indo em direção a saída, enquanto ela acena com a cabeça.

Culpa do after - Pósteros Onde as histórias ganham vida. Descobre agora