Noite

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Narrador

Simone olhava para a loira abraçada ao seu dorso e se questionou mentalmente se estava tendo algum tipo de alucinação, havia sido uma pequena luta colocar Soraya em cima do seu cavalo, mas aquele era o único jeito que tinha de sair dali rapidamente.

Não que fosse um problema fazer uma caminhada noturna no meio dos matos, mas não queria que ela caminhasse por tanto tempo com um ferimento no rosto.

Foi então que uma ideia lhe veio a mente, e o caminho que faria até sua casa na fazenda, mudou para o trajeto até o final daquela pequena montanha.

Soraya que reclamava a cada segundo, parou alguns momentos para observar a casa de madeira que existia ali.

Não era tão diferente do chalé, só parecia um pouco menor.

- Ual... é aqui que você desova os corpos? – Perguntou num humor ácido e Simone deu uma risadinha.

- Não... é aqui que eu torturo as minhas vítimas, o campo de desova fica no milharal. – Disse enfezada fazendo com que Soraya engolisse seco, não por medo, mas por uma súbita expectativa de ter seu corpo tocado por ela.

- Não sabia que você tinha outro chalé... – Suspirou enquanto esperava Simone descer do cavalo e lhe ajudar.

- Não é um chalé... é só uma suíte...

Parou ao lado de Soraya e praticamente a puxou para si lhe pegando no colo e a loira abraçou seu pescoço.

- Tipo uma suíte nupcial? – Perguntou passando a pontinha da língua pelos lábios.

- É... alugo muito para casais...

Realmente o lugar era minúsculo, porém ainda possuía uma estrutura aconchegante, as janelas laterais eram de vidro notou quando Simone ligou as luzes e gemeu languida ao ver a enorme cama que possuíam lençóis brancos e um dossel com mosquiteiro.

Simone a colocou em cima da cama e caminhou até umas das portas que Soraya julgou ser o banheiro e retornou com uma caixinha em mãos.

- Primeiros socorros. – Parou em frente a loira tocando seu queixo com máximo de cuidado olhando para o corte e logo em seguida passou a limpar o ferimento com algodão. – Teve sorte em... o airbag poderia ter feito um estrago maior.

- Eu não tenho um dia de paz desde que resolvi vir para cá... – Tomou o algodão das mãos de Simone e passou ela mesma limpar o ferimento.

- Não deveria ter saído daquela forma, eu fui uma idiota por ter dito aquelas coisas para você.

Soraya estava prestes a estourar novamente e antes mesmo de dizer algum palavrão em voz alta abafou seu gemido de insatisfação ao afundar o rosto num travesseiro.

- Você é uma imbecil... ao quadrado! Eu estou toda ferrada por sua culpa! – Sua voz saiu rouca e Simone a olhou por alguns instantes.

- Você está inteira, talvez acorde dolorida amanhã, e está viva. Agradeça ao seu anjo da guarda, porque você resolveu pegar um caminho completamente errado.

- A culpa ainda é sua, deveria colocar placas! Qual o seu problema? Deveria pagar uma multa ao detran ou algo assim.

- Você pegou uma trilha de dentro da minha fazenda, não é uma avenida pública... sua falta de inteligência é por conta da batida?

- Ora sua... – Ela não iria bater em Simone ou algo assim apenas se virou para o outro lado, onde ela não visse seu olhar triste.

- Tem sorte de não precisar de um médico... não existe emergência aqui.

A Fazendeira Versão Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora