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Hoje é lua cheia. E o meu aniversário.
Sou a Lindsey Lightwood Wolf, faço hoje dezasseis anos. Sou filha de lobisomens, Margo Lightwood e Alpha Wolf, que aliás são os chefes da matilha daqui.
Vivo em Chicago, tive aulas em casa e se tudo correr bem vou finalmente poder ir à escola este ano. Nunca fui porque ninguém tinha a certeza se eu era licantropa ou não, e se fosse podia comer alguém no infantário, literalmente.
Nunca tinha acreditado sequer no Pai Natal e à três anos descubro que sou descendente de lobisomens. E não é tudo, os meus tios, Clary e Nathan, são vampiros. E cá entre nós, começo a achar que o cão deles é um demónio. Já acredito em praticamente tudo.
Pelo que percebi, mesmo que as transformações só começam aos dezasseis anos já deviamos saber se eu era licantropa desde que nasci. Devia ter uma marca, uma circunferência com uma estrela de cinco pontas inscrita. A minha mãe tem a marca na mão e o meu pai no ombro. A minha nem vê la, e por essa razão é que hoje é um dia importante, quando a lua estiver no alto irei saber o que sou afinal.
A minha mãe entra no quarto. Como me teve aos dezassete é muito nova e extremamente linda. Adoro quando dizem que somos parecidas. Nariz e boca iguais, olhos azuis quase brancos e tenho o cabelo liso e louro escuro do meu pai. A minha mãe tem o cabelo castanho avermelhado mas vi fotos e devo dizer que estou impressionada.
-Nem acredito que tiveste o cabelo roxo.
-Fases... O que não quer dizer que tenhas de fazer o mesmo ao teu. - passou me a mão pelo cabelo - tens um cabelo tão lindo.
A minha tia Clary entra de repente no quarto.
-Olá aniversariante! Tenho um presente!
-Aquele creme que a bruxa Molly vos deu está a resultar? O sol já não vos afeta? - perguntou a minha mãe.
-Está sim senhora. Há anos que não me sentia tão livre!
ATENÇÃO a minha tia não é tão antiga como pode parecer por ser vampira. Ela foi transformada no mesmo ano em que a minha mãe se tornou licantropa, por isso têm a mesma idade. Trinta e três anos. Do meu tio Nathan já não se pode dizer o mesmo, o homem vai pra lá de idoso, tem cento e trinta e três anos. É engraçado se pensarmos nisto, quando a minha tia nasceu, ele tinha cem anos. Okay... Mais estranho que engraçado.
Aceitei a prenda da minha tia e abri a. Um colar prateado, e não de prata porque ainda há possibilidades de isso me vir a afetar no futuro, com uma lua cheia.
-Obrigada tia! É lindo!
Coloquei o colar. Combina com o meu vestido cor de lavanda.
A minha mãe e a minha tia olharam para mim fascinadas, com os olhos a brilhar. Sei que a minha tia não pode ter filhos por ser vampira então eu sou como uma filha para ela, e ela como uma segunda mãe para mim.
Nathan bate à porta e corro para ele e abraço o.
-Parabéns!
-Obrigada!
-O Alpha disse para irmos para baixo, está quase na hora.
A minha mãe aproxima se de mim e coloca a mão no meu ombro.
-Estás pronta?
Respirei fundo e acenei que sim com a cabeça.
Descemos até ao pequeno quintal das traseiras.
A lua já estava no alto, as transformações dos meus pais começaram então entraram pela floresta que há aqui ao lado a dentro. Ouvi uivos, não só dos meus pais mas da matilha toda.
Virei me para a minha tia.
-Era suposto eu sentir alguma coisa? Alguma dor, não sei...
-Os teus olhos pelo menos deviam ter mudado. Deviam estar amarelos.
-Isso quer dizer que vou poder ir à escola?
-Acho que sim. Não és licantropa.
Pensava que ía ficar mais feliz com esta notícia. Mas acho que já estava à espera. Sem marca, sem transformações sou simplesmente humana.
-Estás bem?
-Sim, vou para dentro.
Sinto me um pouco em baixo. Família sobrenatural e saio humana. Não entendo. Mas ao menos vou poder ir à escola.

É de manhã, os meus pais já estão normais de novo. Hoje vou conhecer oliceu para onde vou.
Visto uma blusa branca que realça os meus olhos e uma saia rodada com um padrãoa verde marinho, azul, roxo, fúchia e branco. Coloco o colar da lua e umabandolete prateada e uns saltos de cunha verde marinhos.
No carro estava a dar a música do David Guetta, Wolf. Que cómico.
Chegámos e dirigimo nos para uma senhora que estava à nossa espera.
-Bom dia. Sou a Marcie, a psicóloga da escola. Sra. Margo venha comigo tratarda papelada para o meu escritório e tu querida... - virou se para um rapaz queía a passar de fones - Hey Adam!
Ele levantou a cabeça e veio ao nosso encontro tirando os fones.
-Sim, Dra. Marcie?
-Mostra a escola à nova aluna, Lindsey Wolf, por favor.
E começaram a andar para o interior do edifício.
O rapaz estendeu me a mão.
-Sou o Adam Stewart.
Adam é mulato, o seu cabelo é preto e tem olhos verdes.
Apertámos as mãos.
-Lindsey.
-Tens força, Lindsey. - disse ele esfregando a mão enquanto sorria. Um sorrisoperfeito. Usou aparelho.
-Estás no 10°, certo? Estou no 11°. Estás em que área?
-Línguas e Humanidades.
-Então temos aulas no mesmo corredor. Aqui é muito simples decorares a salaporque é sempre a mesma. Cada turma tem a sua sala.
Mostrou me o bar, a cantina, a sala de convívio e o corredor de Línguas eHumanidades.
-Não há biblioteca?
-Há sim. Por aqui.
A biblioteca é ENORME estantes do chão ao teto e tem dois andares.
-Não te babes tanto. - Adam parecia divertido com a minha reação.
-Desculpa.
-És das únicas que se fascina por causa de uma biblioteca. Mas às vezes serdiferente é bom.
-E a ti? O que te fascina?
-Música.
Depois lembrei me dele com os fones. Parecia estar noutro mundo.
-Que tipo de música?
-De tudo um pouco. Qual a tua banda ou cantor favoritos?
-Adoro os Imagine Dragons e os Three Days Grace.
-Não te imaginava a ouvir música pesada.
-As aparências iludem.
- É verdade. Amante de livros rockeira. És rara miúda.
-Ouvi dizer que ser diferente é bom.


Os Filhos da LuaWhere stories live. Discover now