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-Então? Gostaste da escola? Se não gostares podemos...
-Mãe, mãe, está tudo bem. Eu gosto, tem uma biblioteca tão grande!
-Fico feliz! Começas segunda.
-Podes deixar me no centro? Quero ir à BookStore comprar um livro que saiu ontem.
-Está bem. Precisas que te venha buscar?
-Posso apanhar o autocarro.
-Está bem.
Deixou me no centro, em frente à BookStore e entrei.
Encontrei o que queria, depois fui até à secção da música.
Peguei no albúm Human dos Three Days Grace e dirigia me para a caixa mas fui contra alguém.
-Desculpe... Adam?
Adam segurava um albúm de uma boysband que eu não conhecia.
Uma rapariga aproximou se dele. Era bonita.
-Obrigada por segurares as minhas coisas.
-De nada. Melanie é a Lindsey Wolf.
-Pode ser só Lindsey.
-Prazer "só Lindsey". Trata me por Mel.
-Bem, tenho de ir. Adeus Mel e Adam.
-Vêmo nos na escola?
-Vêmo nos na escola.
Paguei e saí. Aquela deve ser a namorada dele. Senti qualquer coisa estranha nela, não sei bem o quê, mas senti.
O autocarro chegou e quando ía a entrar ouvi chamarem me. Era Adam.
-Esqueceste te disto.
Estendeu me o livro que eu comprei. Depois de pagar devo ter me esquecido dele.
-Obrigada.
E no preciso momento em que já tenho o livro a porta do autocarro fecha se, formando uma barreira entre nós. O autocarro começa a andar e vou para um assento.

-Cheguei!
O meu pai vem ter comigo.
-Olá, querida. Sentiste te diferente hoje?
-Se te referes à cena de lobos não, nada diferente.
-Está bem. Eu e a tua mãe vamos ter com a matilha, queres vir?
-Sim, vou só vestir qualquer coisa mais prática.
Subi até ao meu quarto. O meu quarto é no sótão por isso é o maior da casa. Tem uma janela donde se vê a lua na perfeição.
Vesti uma camisa axedrezada vermelha e preta e umas calças de ganga justas. Calcei umas botas tipo tropa pretas e fui ter com eles à floresta.
Estava escuro e se eu já não tivesse vindo mais vezes a esta floresta, provavelmente teria medo. Ouvi um ramo a partir.
Um veado e mais atrás um lobo. Mas não lobisomem, aquele é mesmo lobo.
Sem saber bem como, coloquei me entre o veado e o predador que rosnou mostrando as presas bem afiadas prontas a rasgar me a pele. Mas eu não sentia medo, eu queria mas não sentia nada.
Lindo menino... Por favor não me comas... Vai te embora e deixa o veado em paz...
Só pensava assim, e de repente o lobo aproximou se, mas não como predador raivoso, mas sim como um cachorrinho.
Fiz lhe festas.
-Não és assim tão mau, pois não?
Levantei me e continuei o meu caminho. Cheguei finalmente ao acampamento da matilha. Muitos quiseram levar vidas normais e misturar se com os humanos mas a maioria, incluindo os meus avós do lado do meu pai, preferiram continuar nos seus acampamentos como as primeiras tribos de lobisomens. A minha mãe disse me que os meus outros avós foram assassinados por um vampiro mas que já está morto.
-Finalmente chegaste!
-Desculpe avó.
-Trouxeste um amigo contigo?
Olhei para o lado e lá estava o lobo de à bocado.
-Eu não sabia que ele me tinha seguido. Vai para ali!
O lobo obedeceu me.
-Normalmente são animais selvagens, não obedecem a ninguém.
-O mais estranho é que consigo comunicar com ele mentalmente.
-Realmente é estranho. Mas e as transformações?
-Nada, sou humana.
-Secalhar é melhor assim.
-Pois...

É segunda, primeiro dia.
Vesti um vestido bordô de saia rodada e fecho a trás e umas sandálias de salto cunha castanhas. Deixei o cabelo solto e coloquei o colar que a minha tia me deu e que uso todos os dias.
O meu pai levou me até à escola.
-Boa sorte.
-Obrigada, até logo!
O porteiro deu me o meu horário e vi a minha sala.
Ora bem, corredor 6, sala 21.
Dirigi me ao corredor 6, tal como Adam me tinha indicado no dia anterior. Fiquei um pouco perdida com a sala mas lá a encontrei. Já estava atrasada. Bati à porta e entrei.
-Desculpe o atraso, não encontrava a sala.
A professora tinha uns quarenta anos e usava um vestido beje e umas sabrinas castanhas.
-Não há problema, mas porque é o teu primeiro dia. Sou a professora de filosofia, Prof. Beatrice. - virou se para os alunos - Atenção, por favor pessoal, esta é a Lindsey Wolf. É nova cá e vai pertencer a esta turma por isso tratem na bem.
A maior parte estava a olhar mas não estava realmente ali.
Sentei me na única cadeira livre, num canto encostada à janela.

Saí da sala e o Adam estava cá fora.
-Então? Como foi a primeira aula?
-Acho que correu bem. A Mel é... Pergunta logo ... A Mel é tua namorada?
-A Mel? Nunca! Ela namora com aquele tipo ali estás a ver? - apontou para um rapaz alto e cheinho que usava um casaco da equipa de rugby da escola. - e eu nunca poderia namorar com ela, tonta. Eu sou gay.
Desta é que eu não estava à espera.
-És gay?
-Surpreendida?
-Um pouco. Não estava à espera.
-Não és homofóbica, pois não?
-Achas? Claro que não!
-Ainda bem.
Sorriu e ouviu se o toque de entrada de novo.
-Até logo, linda! Vem ter comigo à sala de música no fim das aulas.
-Está bem. Até logo!

Para primeiro dia foi bastante cansativo. Já tenho montes de trabalhos de casa para fazer. Dirigi me à sala de música. A porta estava aberta por isso entrei.
-Querida vê me a tocar violino!
Adam começou a tocar. E que bem que ele toca!
-E que tal?
-Maravilhoso!
Aproximou se um rapaz louro de olhos verdes.
-Adam não me apresentas a tua amiga?
-Sai daqui sacana e vai ter com a tua namorada!
Nossa, que violência.
-Pronto, pronto. Mas...
-Adeus John.
Mordi o lábio para não me rir.
-Senti aqui tensão.
-Ele é um player. Só te estou a proteger.
-Obrigada então. Ele também não faz o meu género.
Reparei num rapaz com cabelo escuro, não consegui ver lhe os olhos pois estavam fechados enquanto apreciava a música nos seus fones. Usava calças justas pretas e uma t shirt branca.
-Quem é aquele? Não toca nenhum instrumento.
-Se queres saber, nem sei como se chama. Nunca o vi tocar nada, durante a hora do clube de música fica simplesmente ali sentado com os fones.
Mais quinze minutos e o Adam levantou se e chamou me para ir embora.
-Vamos beber uns batidos de fruta, está calor.
Saímos, já íamos no pátio quando reparo que me esqueci da mala.
-Espera aqui que eu vou lá dentro buscá la, Adam.
-Não demores, estou a desidratar.
Ri me.
- Não demoro.
Subi as escadas até ao corredor das artes de dois em dois degraus. O corredor estava vazio.
Comecei a ouvir alguma coisa, uma melodia. Triste mas linda.
Cheguei à porta da sala de música que estava encostada e abri a porta devagar para ver de onde vinha a melodia.
No piano estava o rapaz misterioso de à pouco, a tocar tão violentamente e tão levemente ao mesmo tempo, e estava tão concentrado na música.
Levantou o olhar para a porta.
-Desculpa, vim só buscar a minha mala, não queria incomodar te.
Depois olhei bem para os seus olhos. Um verde e outro castanho. Nunca tinha visto antes. Será que usa lentes com cor?
-Estás aí à muito tempo?
-Não, mas posso dizer te que tocas muito bem. Gostei de te ouvir.
Sorri mas ele não fez caso e voltou a olhar para a pauta.
-Sou a Lindsey.
Não me respondeu.
-Não precisas de ser assim sabes?
Fui buscar a minha mala e quando ía a sair parei.
-Gostei mesmo de te ouvir, tens muito jeito.
Ía começar a andar quando ele falou.
-Jace. O meu nome é Jace.

Os Filhos da LuaWhere stories live. Discover now