Capítulo 2

109 32 133
                                    

Após um dia exaustivo, encontrei-me na casa aconchegante da minha avó. Ela sempre foi um porto seguro para mim, especialmente nos momentos difíceis. Enquanto saboreava um pedaço do bolo caseiro dela, ela fez um pedido especial.

"Querida, há algo que eu gostaria que você fizesse por mim", ela disse, colocando uma fatia generosa de bolo no meu prato.

"Claro, vovó. O que é?" Respondi prontamente, tomando um gole do café quente que ela tinha preparado.

"Gostaria que você fosse até a minha antiga casa e trouxesse algo para mim", ela pediu gentilmente.

"Sem problemas. Quando você gostaria que eu fosse?", perguntei, fazendo uma nota mental para ajustar minha agenda.

"Quando puder, meu amor", ela respondeu com um sorriso reconfortante.

"Então, irei no final de semana", declarei, sentindo-me aliviada por poder ajudá-la.

"Obrigada, minha neta favorita", ela disse com ternura, fazendo-me sorrir.

"Mas vovó, eu sou sua única neta", brinquei, compartilhando um momento de cumplicidade.

Antes que pudéssemos continuar nossa conversa, ouvimos batidas na porta. Era Jung Joo Woo, o amigo charmoso que sempre animava nossos encontros.

"É AQUELE SEU AMIGO BONITÃO!", minha avó exclamou animadamente da cozinha.

"Sim, vovó", eu ri, abrindo a porta para ele entrar.

"Então, você me acha bonitão?" Jung brincou, entrando com um sorriso cativante.

"Não exatamente. Você é no máximo arrumado", respondi com um sorriso, dando espaço para ele passar.

"Isso me magoa", ele fingiu estar chateado, entrando na brincadeira.

Enquanto conversávamos na sala, minha avó trouxe uma fatia de bolo de chocolate para Jung, que aceitou com gratidão.

"O bolo está maravilhoso", ele elogiou após uma mordida.

"Fico feliz que tenha gostado, querido", minha avó respondeu calorosamente.

"Ah, Emily esteve comigo ontem. Bebemos bastante", Jung acrescentou, provocando uma risada nervosa minha.

"Jung Joo Woo, não precisa expor nossa diversão", repreendi-o suavemente, dando um leve tapa em seu braço.

"Emily, você precisa se divertir mais", minha avó interveio, demonstrando sua preocupação com meu bem-estar.

"Eu sempre tento cuidar dela", Jung disse, olhando-me nos olhos com sinceridade.

"E eu agradeço por isso", eu respondi, sentindo-me grata por ter amigos tão atenciosos.

"O que acham de ir comigo a uma casa de piscina neste final de semana?", Jung sugeriu, mudando de assunto.

"Não vai dar", respondi prontamente, lembrando-me do compromisso com minha avó.

"Emily vai até minha casa antiga buscar algo valioso para mim", minha avó explicou, apoiando minha decisão.

"Posso ir com você? Eu ajudo", Jung ofereceu sua companhia mais uma vez.

"Não precisa, vou sozinha", recusei gentilmente, decidida a enfrentar essa tarefa por conta própria.

"Está bem", Jung concordou, mostrando compreensão diante da minha decisão.

Após uma noite divertida na companhia de Jung Joo Woo, ele me levou para casa. Parados na porta, a atmosfera pareceu mudar subitamente.

"Obrigada por me trazer", agradeci, sentindo uma estranha tensão no ar.

"Que nada", ele respondeu com sua voz rouca e atraente. "Eu faço tudo por você."

Fiquei momentaneamente sem palavras, surpreendida pela intensidade da sua declaração. Jung sempre foi gentil e amável, mas havia algo na maneira como ele falava que me deixava desconfortável às vezes.

"O-obrigada", gaguejei, sentindo-me inquieta. Era como se estivéssemos dançando em uma corda bamba, equilibrando entre a amizade e algo mais.

"Emily", ele sussurrou quase imperceptivelmente, aproximando-se de mim.

"Jung..." minha voz falhou, incapaz de formar palavras diante da sua proximidade repentina.

Jung Joo Woo era um homem de muitos contrastes. Às vezes doce e meigo, outras vezes cheio de desejos e impulsos que eu mal compreendia. Era como se ele fosse capaz de despertar algo em mim que eu não sabia que existia.

Antes que eu pudesse reagir, ele me agarrou pela cintura, prendendo-me com seu olhar penetrante. Fiquei paralisada, incapaz de desviar o olhar ou afastar-me dele. Em meio à confusão de sentimentos, percebi que estava diante de uma encruzilhada perigosa.

"Jung", murmurei, empurrando-o suavemente. "Eu preciso entrar."

"Quer que eu entre com você?", ele ofereceu, sua expressão intensa revelando a profundidade dos seus próprios conflitos internos.

"Não", respondi rapidamente, sentindo-me vulnerável diante da sua presença dominadora.

Despedi-me dele e entrei em casa, deixando para trás uma onda de emoções tumultuadas. Aquela noite tinha sido intensa demais, e eu não tinha certeza de como lidar com tudo o que havia acontecido.

Continua

através do espelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora