É assim que termina

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Simone

Novembro - Campo Grande-MS

Assim que cheguei no prédio dos meus pais para tomar café, não pude evitar um sorriso pela noite que passei com Soraya, parecia que eu estava vivendo escondido fazendo com que tudo fosse mais gostoso.

Saindo do elevador, já ouço vozes altas vindo da cozinha, e reconheço a voz da minha irmã. Abri a porta principal, deixei minhas coisas na sala e fui direito para a cozinha. Quando me viram, me olharam rapidamente.

-O negócio está sério, papai. Simone está dormindo até com o namorado.-minha irmã quebra o silêncio.

Reviro os olhos me preparando para as próximas implicações da família sobre meu sumiço.

-Precisei vir pra cá, sabia? Sai pra dormi com namoradinho e esquece de avisa.- minha irmã solta com um tom irônico.- Sabe pai, eu não lembro na minha época de namoro poder pensar na possibilidade de dormir em casa de namorado, lembro bem até dessa cabeça de nós todo abri o bico.

-Eduarda, vamos deixar sua irmã se explicar.- mamae interrompeu.

Passei de colocar água quente no meu chá e levantei o olhar para todos. Eles estavam mesmo pensando que eu falaria onde dormir?

-Ah, fala sério. Eu tenho mais de trinta anos!- revirei os olhos novamente.

-Se você quer manter esses dois olhos, é bom não revira-ló novamente pra mim!- mamãe falou.

-Simone, filha, quer contar algo para a gente? Somos família. Se realmente você estiver namorando, nos apresente ele.

-Papai, eu não estou namorando.

-Está ficando?- Eduarda pergunta com uma sobrancelha arqueada.

Peguei minha xícara de chá e fui para o quarto ouvindo a risada da Eduarda.

Separei algumas caixas no meu quarto para a mudança, tomei um banho e segui para meu apartamento, agora com a minha mãe.

Estávamos no carro conversando sobre o trabalho e como ela faria na questão de comida. Mamãe sempre apoiou os filho em tudo relacionado a faculdade. Sempre quis a família perto para ter nossos momentos. Durante o período de faculdade, quando eu ia, sempre levava algo e quando chegava, mamãe estava pronta com o almoço, lembro de não chegar perto da cozinha em época de prova, ela que levava meu almoço, jantar no quarto, pois falava que era pra eu descansar a cabeça para a prova e estudar no meu tempo.

Meus pais sempre foram essenciais em minha vida, na de Eduarda também. Talvez a relação deles conosco fez minha irmã e eu nos espelharmos nisso, fazendo com que criássemos uma amizade. Quando eu preciso de um ombro amigo que não seja meus pais, sei que minha irmã estará sempre ali pra mim, assim como eu estou sempre aqui pra ela.

-Você precisa de alguns móveis para a cozinha.- mamãe falou assim que entrou na cozinha.

O AP ainda estava bagunçado. Meu quarto estava tudo ok, mas a sala e a cozinha faltavam muita coisa. Meu apartamento que eu não entrava a anos, agora estava com um tom bege depois de pintarmos, o chão amadeirado, os poucos móveis que tinham ali, eram cores neutras, branco e até preto. Havia alguns quartos e um escritório, mas ainda estavam sem nada.

-Estava pensando em comprar minhas panelas amanhã.

-Será uma boa.

Mamãe começou a arrumar as poucas coisas da sala e da cozinha como decoração. A mesa que estava na sua devida caixa, foi retirada e montada por nós. Colocamos o tapete, as mesinhas na sacada, os vasos de planta e assim foi nosso dia. Além de muita bagunça na casa para a organização, também teve muitas conversas, lembranças e risadas. Eu amava ter esse tempo de qualidade com minha mãe.