Cicatrizes - Léo do Kick

3.

Encarei a notificação do icloud perguntando se eu tinha certeza que queria apagar as fotos, respirei fundo e em seguida apertei em "sim".

Não vou ficar com fotos de alguém que foi uma filha da puta comigo no meu celular e não importa nada de bom que passamos.

Eu não quero nenhum lembrava dela, nem as boas e nem as ruins, eu só quero esquecer tudo e seguir minha vida em paz.

Escutei a porta ser aberta e virei um pouco o rosto vendo o Leonardo entrar cantarolando uma música desconhecida por mim.

— você gosta de cantar né? — bloqueei o celular e deixei em cima da cama.

— ainda

— então aprende — sorri.

— engraçadona tu — resmungou enquanto segurava sua mão esquerda, parecia machucada.

— o que houve? — perguntei curiosa.

— tava andando de skate com os moleques e cai por cima do dedo e ele saiu do lugar

— ai — fiz careta — você não vai no hospital?

— não — negou com a cabeça — o PJ botou no lugar já

— como foi isso?

— tem um vídeo — ele pegou o celular e soltou um resmungo de dor — caralho

— posso dar um jeito se você quiser

— como? — perguntou confuso.

— quer um picolé? — sorri.

— han? — franziu a testa.

— já volto

Fui até a cozinha, peguei dois picolés no congelador e voltei pro quarto e entreguei um pro Léo que pegou meio confuso.

— como isso vai...

— confia no processo — me sentei do seu lado enquanto abria meu picolé — cadê o vídeo?

Ele mexeu no celular com a mão boa e em seguida me entregou e ri fraco vendo ele com o dedo torto e os meninos gritando ao redor.

— que dedo feio — torci o lábio.

— os seus são lindos né? — debochou.