Vinte e sete

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Carioca
1 mês depois

– PUTA QUE PARIU! - grito dando um soco em minha mesa enquanto encaro ph a minha frente, ele arregala os olhos e se mantém em silêncio após ter me dito que vick foi pega no complexo da maré por um deslize da mesma, qual a porra que passou na cabeça dessa maluca pra estar se envolvendo e deixando levar por inimigo?

– você vai mandar alguém pra buscar ela? - magrelo pergunta em tom baixo, eles eram bastante apegados quando não havia ninguém por perto e sei que deve estar sendo uma barra pra ele ouvir isso agora.

– eu vou dar meu jeito, nem que eu tenha que invadir aquela merda. - digo firme e ele assente, meu rádio apita e logo ouço a voz do menor que estava na barreira

– mandar meu papo rapidamente. O cobra e os filhotes logo estão brotando ai, acabaram de passar aqui, morô? - ele diz

– mec. - digo e guardo novamente o rádio em minha cintura

Deu nem dois e vi os mesmos descerem do carro, estavam trajados de arma até os dentes e cumprimentaram os vapores antes de virem até mim.

– qual a boa? - pergunto e ph e magrelo levantam indo para o canto da biqueira para que cobra e kevin sentassem, th ficou na rua junto com meus vapores

– boa hoje não tem nenhuma, o bagulho hoje está do caralho - kevin diz apreensivo

– manda o papo, carai - digo

– acho que você soube dos últimos acontecimentos no alemão, às ameaças constantes e até as tentativas de invasão - cobra diz e eu assinto, pior que dessa vez nem estou envolvido, mané.

– estou ligado, tava até orientando um pessoal pra se caso você precisasse - digo e ele ri sem humor

– você chegou no ponto. Era exatamente sobre isso que queria falar, mas queria que fosse exatamente você porque dessa vez as ameaças estão sendo diretamente a sophia... - cobra diz e sinto meu sangue ferver, fecho o punho sem sequer entender minha própria reação, mas não conseguia imaginar alguém fazendo mal a ela.

– vou descobrir quem é o desgraçado e acabar com a vida dele. - digo entredentes

– a gente sabe que pode cuidar e proteger a sophia como ninguém, mas uma ajuda sempre será bem vinda - kevin completa e assinto sem questionar nada.

Ultimamente tudo tem se baseado em ouvir o nome dessa feiticeira e concordar com qualquer coisa, parece que tomei chá de buceta... e olha que nem tive essa sorte.

– está certo pra caralho, ninguém vai tocar nela. - digo e eles concordam sorrindo fraco

– achei que o relacionamento de vocês não estivesse indo muito bem, soph tem vindo pouco aqui... - kevin diz quase exigindo uma explicação qualquer.

– realmente... o problema é que estou muito focado em missão e acabo ficando sem tempo. - minto, sophia vem uma vez na semana até aqui e nem cola comigo, fica distante e se eu falar qualquer parada ela mete o pé mermo...

– colfoi, isso ai é papo de quem é fraco na pica - th diz caminhando até nós, gargalho alto e nego com a cabeça

– se você quiser experimentar qualquer dia - gasto com ele que ri se benzendo

...

– sério, da um tempo, carioca. - sophia diz se afastando, a seguro pelo braço fazendo a mesma se virar novamente para mim

– não me faz perguntar novamente. Por que você não me disse que estava sendo ameaçada? - repito com calma e seriedade e ela ri com deboche

– eu deveria te contar? Desde quando eu posso confiar ou contar com você pra algo? Você mesmo já me ameaçou tantas vezes, como posso ter certeza de que não seja você quem está enviando essas ameaças também? - ela diz com raiva e fico em silêncio a encarando

Sei que ela tem completa razão em pensar dessa forma, mas é do caralho mermo...

– certinha você. - faço um legal para a mesma – mete logo o pé daqui, mandada do caralho. - rosno em sua direção e ela continua me encarando

– qual foi, a verdade dói não é? Quem diria que você algum dia passaria a sentir algo. - ela diz com deboche e fecho meu punho com força

Brigo com meu eu interior da forma que nunca achei que faria, para que não vacilasse com ela novamente, não iria adiantar bater nela ou ameaçar, afinal, estou tentando fazer bem diferente disso... quero que saiba que comigo está segura, mesmo eu sendo um puta desgraçado

E também sei que se fizesse isso ela iria embora e nunca mais iria olhar em minha cara... pra mandar a real mermo, cogitar isso me da uma parada estranha.

– eu confesso que também não achei que isso iria acontecer tão cedo - resmungo indo em direção a cozinha, sua expressão de deboche mudou para surpresa e ela se calou

Pego um copo colocando vodka no mesmo e dando um gole, aquilo desceu queimando minha garganta, mas estava longe da queimadura que foi assumir para mim mesmo que estou sentindo algo por essa filha da puta.

Não sei quando começou, não faço ideia de como reagir a isso, só sei que sinto uma parada estranha pra caralho. mesmo odiando cada centímetro dela, cada vez a quero mais perto.

Ouço seus passos lentos se aproximando e continuo de costas para a mesma bebendo cada vez mais e mais, ela continua em silêncio e aquilo estava me intrigando pra caralho

– você... estava realmente falando sério? - ela diz quase em um sussurro, nesse momento até eu mesmo me pergunto isso, se essa porra realmente tem que acontecer, por que logo comigo?

A pior coisa que pode acontecer na vida de um bandido fechado pra essas paradas é ainda ter que assumir duas vezes a merma coisa, engulo tudo aquilo em seco ou com um bom gole de vodka

Buscando qualquer refúgio, percebo que esse sim é o verdadeiro significado de perigo, nem quando estou a beira da morte me sinto tão sem saída como agora, que porra essa feiticeira fez comigo?

– carioca... - ela toca em meu braço e encaro sua mão antes de me virar para mesma encarando aqueles olhos que me enfeitiçam pra caralho...

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Atração perigosaWhere stories live. Discover now