08. Devolve

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Louis Tomlinson




— Louis! — Minha mãe gritou do andar de baixo e eu agradeci mentalmente por ela não ter tido a ideia de entrar no quarto.


— Sim?! — Gritei de volta fazendo Harry se encolher um pouco por conta das orelhinhas sensíveis. — Desculpe, gatinho. — Sussurrei em sua direção, recebendo um sorriso grande em resposta.


— Está na hora do jantar! — Fez uma pausa. — Desça com Harry, tenho uma grande surpresa. — Complementou com um tom de voz animado.


— Surpresa? — Harry sussurrou com receio da minha mãe ouvir. — O que a mãe de Minho quer com o Hazza? Que surpresa pode ser? — Arregalou os olhos em expectativa. — Será que é presente? Hazza ama presentes apesar de non ganhar nenhum.


— Não sei, mas vamos descobrir se descermos. — Dei de ombros e me levantei da cama em um pulo. — Hum... Harry? — Arqueei uma sobrancelha quando ele começou, ainda na forma humana, a esfregar sua bochecha na minha.


— Sim? — Bocejou sonolento e coçou um dos olhos.


— Nós vamos descer agora. — Assentiu devagar mas não fez nenhum movimento. — Minha mãe não pode te ver assim, você sabe disso, não sabe? Precisa se transformar antes de descermos.


— Ah! — Harry assentiu rapidamente e se transformou gradativamente.


— Isso é muito sinistro. — Ri desacreditado ao presenciar a cena pela segunda vez. — Não sei como ainda não enlouqueci com isso.


...


— Que bom que desceu, já estava quase indo até lá para te arrastar pelos cabelos. — Mamãe riu divertida e o gatinho se encolheu em meus braços. — Tenho uma grande surpresa. — Sorriu grande.


— Para mim? — Sorri e estendi uma das mãos, mantendo Hazza encaixado na lateral do meu corpo.


— Não, não é para você. — Apertou minha bochecha com um pouco de força e eu fiz uma careta. — A grande surpresa é para o nosso gatinho Harry. — Apontou para uma caixa média em cima do sofá.


— Têm três furos nesta caixa... — Estreitei os olhos enquanto analisava o embrulho. — Por que tem três furos na caixa?


— É uma gatinha! Pronto, contei! — Sorriu parecendo realmente animada com o presente. — Vi que seu gatinho ficou bastante solitário quando você foi para o colégio, me pareceu realmente triste, então pensei que ele gostaria de uma companhia.


No mesmo instante, Harry desceu do meu colo, subiu no sofá e se aproximou da caixa.


— Diga "olá" para a sua nova amiguinha Anna!— Mamãe gritou animada e retirou a gata de dentro da caixa.


A gatinha era realmente adorável, tinha pêlos em um tom clarinho de cinza, olhos bem marcados e uma fitinha vermelha em volta do pescoço, como se estivesse embrulhada para presente.


Harry rodeou a gata assim que mamãe a colocou em cima do sofá e chiou alto, arrepiando-se por inteiro em descontentamento.



— Hazza! — Gritei alarmado quando o híbrido empurrou a gata com uma das patinhas, a fazendo cair de cima do sofá. — O que está fazendo?! — Zanguei e o afastei da gata.


— Ele não está acostumado com outros gatos, deve ser normal. Com o tempo ele irá se acostumar a dividir o espaço e o dono, tenho certeza. Vai ser muito bom para ele. — Minha mãe deu de ombros e acariciou entre as orelhas de Harry. — Não seja assim com a Anna, está bem? — Fez uma voz de bebê para o gato em meu colo. — Leve Anna para o seu quarto, faça com que eles interajam de alguma forma.


Encarei a gata por alguns segundos e dei dois passos para trás, me afastando involuntariamente.


— Por que está olhando assim para ela? Está com medo da pobre gatinha? — Minha mãe arqueou uma sobrancelha para mim.


— Nada não, mãe. — Peguei a gata no colo e a encaixei do outro lado do meu corpo, fazendo Harry miar alto e tentar acertá-la. — Shh, Hazza! — Revirei os olhos e subi as escadas correndo. — Pronto, já estamos seguros. Pode ficar na sua forma humana e me explicar o porquê empurrou a pobre gatinha. — Coloquei Harry na cama e assisti sua transformação.


— Quem é essa daí? — Harry perguntou e cruzou os braços em seguida.


— Você não ouviu? Minha mãe a adotou para te fazer companhia. — Acariciei as orelhas da gatinha. — Ela me parece dócil e receptiva. Anna não é que nem você, é? — Fiz careta e a coloquei na altura dos meus olhos. — Já estou satisfeito com apenas um híbrido no meu quarto.


— Hazza non sabe dizer. — Analisou a gata com atenção e negou com a cabeça. — Non gostei dela, devolve!


— Não é assim que as coisas funcionam, Hazza. Ela será sua nova amiga e te fará companhia quando eu estiver no colégio. Não posso simplesmente dizer a mamãe que você disse que não gostou dela. — Revirei os olhos. — Gatinhos não dão opiniões.


— Mas Hazza non quer ela. — Empinou o nariz e virou para o outro lado.


— Não posso dizer isso para a minha mãe. — Suspirei cansado e me sentei ao lado dele na cama. — Ela até que é bonita. Vai que vocês tenham filhotes? — Mexi as sobrancelhas de maneira sugestiva, fazendo Harry me encarar com desprezo e deitar na cama sem me dar muita confiança. — Okay, acho que você não gostou da minha idéia. — Ri fraco e coloquei a gata na cama ao meu lado.


— Sai! — Harry chiou e empurrou a gata sem muita força, a fazendo pular para o chão. — A cama é de Hazza! — Miou arrastado.


— Opa! Na verdade, a sua cama é aquela dali, vermelha, pequena e cara, onde gatinhos como você deveriam dormir. Já essa cama aqui é só minha.


— E de Hazza. — Sorriu grande.


— Minha!


— E de Hazza! — Teimou.


— A cama é minha!


— E do gatinho! — Sorriu de forma fofa e esfregou o nariz em minha bochecha.


— Anna também é uma gatinha. — Retruquei.


— Hazza disse gatinho. — Sorriu convencido.


— E onde ela vai dormir? Na cama com a gente?


Harry se levantou calmamente e arrastou sua cama de gato vermelha até o canto mais afastado do quarto.


— Aqui. — Sorriu satisfeito e pegou a mini escova de gato de cima da cômoda. — Agora Louis vai escovar o Hazza? — Ri de seu atrevimento natural. — Por que Louis está rindo mais uma vez do gatinho?


— Você está com ciumes? — Arqueei uma sobrancelha.


— Hazza é um gatinho, Louis. — Revirou os olhos. — Escova! — Empurrou a escova para a minha mão e voltou a sua forma de gato.


— Dê uma chance para Anna. — Murmurei.


— Non! — Miou alto.


...

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