QUINTA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO, 03:00 AM, NOVA IORQUEUma voz ecoava misteriosamente na mente de Strahd, chamando pelo seu nome.
"Strahd"
A voz lhe era familiar, embora o garoto não conseguisse focar nela para ter uma ideia clara. Ele sequer enxergava coisa alguma. Strahd se revira na cama à medida que a voz continua chamando pelo seu nome.
"Strahd... Strahd"
A voz feminina. Era suave como se pudesse massagear os seus ouvidos. Ela continuava chamando pelo seu nome docemente.
"STRAHD!"
E Strahd com muito esforço consegue abrir os seus olhos, percebendo que não estava mais no conforto do seu quarto. Na verdade, ele agora se encontrava em um lugar completamente branco e vazio, com uma água que cobria seus tornozelos e uma névoa densa que o impedia de ver além dela. Ele não vê sinal de nada nem ninguém. Apenas um lugar desprovido de qualquer som ou objetos.
Ele corre os olhos à sua volta à procura de algo.
- Olá?! De novo não, cara! – Gritou Strahd um tanto irritado, se lembrando da última vez que ele esteve naquele lugar. – Qual é? Podia pelo menos fazer isso de dia, eu estou dormindo!
Ele sente uma mão suave tocar o seu ombro direito, fazendo com o que o rapaz se assustasse e vira-se abruptamente.
Os cabelos castanhos claros, ondulados e volumosos, emolduram seu rosto com uma elegância despretensiosa, fluindo livremente como se capturassem a essência de sua independência e força. Seus olhos castanhos, intensos e perspicazes, parecem captar cada detalhe do mundo à sua volta. Sua pele, um tom branco claro com um leve bronzeado, sugere horas passadas sob o sol, talvez em aventuras ou simplesmente desfrutando da vida ao ar livre. Suas feições lembravam vagamente a de Squarts, seu irmão mais novo.
- Mãe. – Disse Strahd sem qualquer tom de surpresa em sua voz, dessa vez. Ele sabia exatamente o que esperar.
- A quanto tempo querido... Já faz uma semana que nos vimos desde a última vez. – Respondeu Margaret levando a mão ao rosto de Strahd que rapidamente a segurou antes mesmo que pudesse tocá-lo. Segurava o seu punho com certa força, seus olhos fuzilavam Margaret.
- Corta essa. Você não é a minha mãe, não é? – Disse Strahd severamente.
Margaret sorriu, ainda mantendo sua expressão serena diante do rapaz visivelmente alterado.
- Não. – Ela respondeu ainda sorrindo.
- Na primeira vez que estive aqui, você me guiou até um farol maluco no meio do nada e me fez seguir em frente. Desde então, algumas coisas estranhas andam acontecendo comigo e com a minha família. Então me responda... Quem é você, o que está fazendo comigo e que porra de lugar é esse? – Vociferou Strahd, largando o punho de Margaret e dando dois passos para trás. Sua respiração estava mais acelerada.
- Em primeiro lugar, lembre-se que eu o guiei até o farol, sim, correto. Mas a decisão de seguir em frente, foi toda sua. – Respondeu Margaret. – Eu sou o Espírito da Quintessência. Eu o tirei de seu estado adormecido e te despertei a visão para enxergar o tecido da Trama. Este lugar? Bom... você está em Nova Iorque. Não a sua Nova Iorque, pelo menos.
- Ok, vamos lá... vamos tentar de novo. Que caralhos significa "quintessência"? por que você se parece com a minha mãe? Como assim estou em Nova Iorque que não é Nova Iorque? – Respondeu Strahd irritado, ainda que deixasse escapar um sorriso enquanto colocava ambas as mãos na cabeça, como se aceitasse a sua aparente insanidade.
YOU ARE READING
Os Ashbringers
VampireApós a morte trágica de sua esposa, Kevin Ashbringer parte para Nova Iorque com seus quatro filhos, Strahd, Nish, Thug e Squarts na esperança de recomeçar a vida. Kevin esconde um segredo de seus filhos, ao passo que os garotos acabam se envolvendo...