Capítulo 4: Por que não fizemos isso antes?

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O sol despontava no horizonte, pintando o céu do Rio de Janeiro com tonalidades quentes, quando Verônica, imersa na antecipação da prova que a aguardava, optou por iniciar o dia com uma sessão de exercícios na praia. Com a areia acariciando seus pés e o suave quebrar das ondas em seus ouvidos, ela absorveu a serenidade oferecida pela natureza, preparando-se para os desafios que o dia reservava.

Após desfrutar de um almoço à beira-mar, Verônica retornou ao hotel para buscar suas apostilas de estudo, encaminhando-se então ao local da prova. O Rio de Janeiro, em sua agitação característica, pulsava com uma energia peculiar naquela tarde especial.

O ambiente onde Verônica iria realizar a prova já estava sendo meticulosamente preparado quando ela chegou, encontrando outros colegas do ramo jurídico. Juntos, compartilharam as últimas revisões nas apostilas. O conteúdo parecia acessível, abrangendo todo o conhecimento que Verônica adquirira na prática, enquanto trabalhava em uma das delegacias de São Paulo e, mais recentemente, na corregedoria.

Enquanto Verônica estava imersa na prova, sendo uma das últimas a sair da sala, mesmo com outros cinco participantes aptos para as vagas em disputa, Anita aproveitou o dia para resolver algumas pendências profissionais. Ela havia marcado de encontrar Verônica, em um bar próximo ao local onde a escrivã realizou a prova.

Próximo do horário combinado, Verônica avistou Anita entre a multidão, um pouco perdida. Com entusiasmo, acenou para ela, convidando-a a se juntar ao grupo de amigos em um círculo de expectativa ao redor do palco improvisado no bar. 

 Quando Anita adentrou o local, seu olhar parecia carregado de julgamento, e sua postura peculiar denotava uma expressão facial divertida. Era como se estivesse experimentando algo tão único que nunca antes havia frequentado um lugar semelhante.

"Que bom que você veio! Vai ser uma noite incrível. Esses são meus amigos também da área jurídica: Nelson, Prata e esse é o esposo de Prata, Davi." - Verônica apresentou-os, sorrindo.

"Muito prazer!" - Anita os cumprimentou, com um sorriso fraco. "Estou animada para essa noite." - respondeu, tentando transparecer entusiasmo mesmo sentindo-se um pouco deslocada.

Enquanto isso, Prata, um dos amigos de Verônica, estranhou, especialmente quando percebeu que a delegada havia chamado Verônica por outro nome.

"Ah, Verô, porque ela está te chamando de Marina?" - Prata perguntou, curioso, em um sussurro.

Verônica, surpresa, virou-se para Prata. "Depois eu te explico, meu amigo."

Sob o cenário iluminado do bar, uma banda subiu ao palco, mergulhando o ambiente em uma atmosfera carregada de energia musical. O público, empolgado, formava um mar de rostos ansiosos, prontos para se entregarem ao show. Anita, ali, estava prestes a vivenciar algo completamente novo em sua vida. Afinal, nunca havia tido interesse em ir a shows de artistas independentes.

Ao lado, enquanto Verônica trocava palavras com Prata, Anita observava o palco, indagando-se silenciosamente: "O que estou eu fazendo nesta espelunca?"

Próximas ao palco, Anita observava Verônica com admiração, completamente envolvida na experiência, concentrando-se principalmente, na forma que a escrivã cantava, pulava e gritava com entusiasmo. Anita não conseguia negar que a banda possuía uma presença cativante, envolvendo a multidão com acordes que incitavam a energia no local. O repertório abrangente atravessava diversos estilos, desde clássicos de Rita Lee e Paralamas do Sucesso até músicas contemporâneas de Gloria Groove, passando por Raul Seixas, Anavitória, Mamonas Assassinas, Jão, Marília Mendonça, Pixote e Zeca Pagodinho. Essa diversidade musical mantinha o público entusiasmado, sem qualquer sinal de desânimo.

Boa viagem, Verônica - VeronitaWhere stories live. Discover now