Capítulo 3. Corre

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Aquele momento que por algum motivo parecia ter sido suspenso no ar, como se fosse um encontro destinado a acontecer, não havia outra forma de explicar a emoção que ambos estavam sentindo naquele momento, apesar de ser difícil de admitir. O orgulho é a peça que pode ser mais potente em um jogo do que a rainha em um jogo de xadrez.

Kayleen estava tão imersa na emoção que estava vivendo que não viu sua amiga se aproximar, apenas sentiu sem braços sendo puxando, como se tivesse um atirador de massacre dentro da boate, ela apenas correu tentando seguir o ritmo de sua amiga, George ficou lá parado, olhando para ela.

— O que está havendo? — Perguntou ela, seu pé agora estava matando, salto sempre foram uma peça sexy mais pouco funcional.

— Seu pai. — Ela disse quase sem folego tentando achar um taxi ou qualquer coisa.

— Meu pai? Como? — Ela olhou para trás e pode ver que havia homens de terno preto a seguindo elas. Naquele momento correr de salto não era uma boa ideia. 

— Seu pai manda gente pra te caçar? Você tem uma família muito disfuncional.

Kayleen largou a mão da sua amiga — a essa altura eles sabem até onde estou hospedada — Ela suspirou tentado recuperar o folego, sabia que correr era inútil. 

— Anda — Emma tentou puxar a amiga, ao todo ela não sabia o que havia acontecido mais o pai de Kayleen não era conhecido por sua gentiliza e naquele momento temeu pela segurança de sua amiga. 

—  Não vai dar —  Kayleen olhou em frente e tinha dois homens parados, estavam cercadas por MIB homens de preto, sabia que brincar de Tom e Jerry não daria com a sua família, quando eles a achasse ela teria que voltar, mesmo que fosse em um caixão eles a arrastariam de volta. 

Os homens agora andava a frente dela e de Emma parou um carro preto, a porta se abriu e ela viu a figura de seu pai desceu do  carro, aquele olhar era uma mistura de fúria e decepção, tinha uma frieza que  Kayleen não esperava ver dele, mas agora ambos já havia atravessado uma linha que não poderiam mais voltar, já haviam se magoado de forma muito intensa que talvez o que foi quebrado jamais seria colado.

Ele a encarou e nenhum momento ela abaixou a cabeça, se tinha um pouco que ela acreditava era em seus princípios morais e éticos e isso ninguém tiraria dela.

—  Entre no carro. — A voz dele era dura e sem emoções. 

Kayleen apenas entrou no banco de trás do carro, provavelmente sua mãe estava aqui também já que ligou para ela do celular dele. Ela suspirou profundamente, no banco da frente Emma se sentou parecia tão desconfortável quando o motorista. 

Aquele silêncio era matador. Um silêncio pode ser matador. 

A viagem toda estava fria, parecia mais fria que o inverno na Europa, quando chegou no hotel que estava hospedada suas malas estavam no saguão com sua mãe, tanto dela quanto Emma, parecia que não havia uma conversa, apenas uma obrigação. 

Kayleen até sua mãe e a abraçou, apenas um abraço, nenhuma palavra — Que bom que você está bem — Ela disse para que mais ninguém fosse audível além de sua filha

— Senhor o Jato está a espera de vocês —  Um dos funcionários disse ao pai de Kayleen o homem era tão grande que poderia intimidar qualquer um. 

Em um carro Kayleen, Emma, um segurança e o motorista e no outro seus pais e segurança e motorista  também, quase uma comitiva. Não havia tanto motivo para comoção. 

Assim que chegaram no aeroporto a entrada foi liberada rapidamente, não houve nada, nem cheink, nem segurança, nem nada. Fomos apenas direto para o jato que estava a espera deles indo diretamente ao seu destino final. Brasil.

A cor do pecadoWhere stories live. Discover now