𝗽𝗿𝗼𝗹𝗼𝗴𝘂𝗲

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Quando ela chegou aquela terra o nome para o que Saya se tornaria não existia

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Quando ela chegou aquela terra o nome para o que Saya se tornaria não existia. Ela foi chamada de muitos nomes até se satisfazer com este: Saya, a órfã de guerra, a dobradora de fogo. Ninguém daquele canto daquela terra estranha parecia surpreso com a menina com faíscas na manga, essa na verdade era a parte menos confusa para os habitantes de Vila de Hizeru.

Os rumores que circulavam eram sobre uma criança de guerra, sem passado ou memória, saída da floresta, produzindo chamas e chorando, não tinha dez anos. Contavam que ela era filha de um soldado da Nação do Fogo com uma pobre moça que havia abandonado a criança. A verdade era bem mais complicada.

Mesmo assim, ela foi nomeada Saya e criada por uma família de fazendeiros nos arredores da vila. Gana e Sheng não tinham outros filhos e pelos cinco anos em que ela viveu com eles, os dois foram bons com ela. Contavam-na sobre o mundo, sobre a Nação do Fogo e sua guerra, mas nunca temeram as chamas feitas pela menina.

Foram bons com ela até o fim de suas curtas vidas, ceifados pela Nação do Fogo junto com o resto da vila de Hizeru.

Saya foi a única sobrevivente do massacre, ela nunca descobriu porque ou como mas Gana pediu para ela buscasse água no riacho naquele dia e protegida dos soldados e suas munições, Saya nem ouviu os gritos de tão fundo na mata que estava. Quando a menina retornou só restava madeira, sangue e terra coberta de tinta.

Sozinha no que restou da vila, Saya partiu para a floresta onde construiu sua nova casa. Um lugar pequeno e aconchegante, uma clareira onde ela pudesse sentir e assistir o sol nascer e se pôr. Estar sozinha significava que ela poderia explorar seus poderes. Seu fogo. Ela estava acostumada a usá-lo para acender velas e fornos, tarefas domésticas que até mesmo uma garota sem treinamento poderia fazer, mas ali livre dos olhares assustados e fofocas, Saya poderia testar seus limites.

O sol fez um ótimo professor, em alguns meses ela conseguia acender fogueiras tão altas quanto as árvores, ela aprendeu meditar, a respeitar e dominar a chama, ela aprendeu fora das restrições de formas, defesas e ataques. Aprendeu outros truques também. Como em qual tipo de visitante oferecer o pão e qual tipo deveria oferecer a faca. A não confiar nos homens que passavam por ali, a desviar deles, a queimá-los quando ela precisava se proteger. Uma garota tão jovem e tão bonita precisava de mais de um truque na manga.

Saya viveu em paz por anos antes daquele jovem bater em sua porta. As histórias chegaram primeiro. Contos de um grupo de rapazes que defendiam vilas dos ataques da Nação do Fogo, Lutadores da Liberdade. Qual tipo de passante seriam eles? Saya sabia que ela iria conhecê-los mais cedo ou mais tarde.

No dia eles apareceram em sua parte da floresta, vieram três, dois seguidores e o líder. Saya havia saído para coletar água naquela manhã, com seu jarro, andando como em todas as manhãs até a margem do rio.

Foi o líder que chamou sua atenção, alto e bronzeado, foi ele quem respondeu.

– Quem vai lá? – ela perguntou.

— Só três forasteiros. — disse ele na margem oposta — Que precisam de água e comida.

Seus ganchos presos atrás, nas costas, o fio de palha entre os dentes que se abriram num sorriso de canto. O cabelo negro que caia sobre a testa e os olhos negros como ônix e cheios de ódio.

— Eu sei quem vocês são.

— E nós sabemos quem você é — o líder continuou.

Foi assim que se tornaram aliados : Saya os levou para casa, os ofereceu água e acendeu o fogo. Colocou a panela ensopado na mesa e serviu seus convidados. Quando Jet perguntou dos soldados da Nação do Fogo que por ali haviam passado, ela o entregou sua rota e o rapaz sorriu cruel, bradou seus ganchos e levou seus amigos consigo quando terminaram de comer.

E voltou sozinho, coberto de sangue e cheirando a fogo, cheio de cinzas. Jet se inclinou na porta, assistiu silencioso Saya acender uma vela.

– Você ousa voltar aqui? – ela perguntou sem tirar os olhos do fogo.

– Eu ousaria qualquer coisa – ele respondeu – Tenho uma proposta para você.

Foi assim que se tornaram amantes, foi assim que Saya se tornou uma de seus lutadores da liberdade.

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i. oiii !!! aqui está o teaser de other ways, eu prometo que o par dela não é o jet. o primeiro capítulo já está pronto e é mais longo assim compensa esse prólogo minúsculo, espero que tenham gostado !

ii. já deixem um comentário e um estrelinha por que assim me deixa com mais disposição !

iii. aviso, vão ter alguns conceitos da lenda kora mas bem de leve mesmo e baseados bem mais na minha interpretação!! não precisa ter visto lenda de kora para entender essa fic !

iv. obrigada por lerem !! até o próximo !!

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⏰ Last updated: Mar 04 ⏰

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𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿 𝘄𝗮𝘆𝘀       ;        atla Where stories live. Discover now