Capítulo 13 - Nós

409 73 16
                                    

POV Sn Campbell

Minha cabeça doía, sinto vontade de jogar meu celular na parede por causa da porra do alarme irritante. Sempre penso em trocar mas só assim para eu levantar no horário. Me sentei na cama passando a mão no rosto e jogando o cabelo para trás mas a minha franja sempre voltava a cair sobre meu rosto.

Fui para o banheiro e me enfiei de baixo do chuveiro, deixei a água gelada cair sobre meu corpo até expulsar todo aquele sono e preguiça, após terminar o banho e escovar os dentes sai do banheiro e me vesti.

Após terminar de me arrumar desci as escadas e olhei em volta, xingando mentalmente por causa daquela bagunça. Porra, mais latas e garrafas de cerveja espalhadas.

Era assim todos os dias, desde que a porra do dia que aquele maldito homem foi embora. A minha mãe havia se perdido, não era mais a mesma é isso era uma merda. Nenhum filho quer ver sua mas na merda, não se ele a ama e se importa com ela.

Eu não era filha única, mas era a única que podia cuidar dela. Minha irmã mais nova Elisa, ou Lisa como gosta de ser chamada, tinha apenas oito anos e morava no Brasil com os meus avós. Não podia cuidar dela então a melhor opção foi mandá-la para lá, lá ela pode ter uma vida e um futuro descente.

Sinto saudades, mas sei que ela está melhor lá do que poderia estar aqui.

Enquanto catava todo aquele lixo, me lembro do que rolou ontem. Porra, como não lembrar? Dormi pensando nisso, sonhei com isso e pela primeira vez em meses eu tive um sonho invés de um pesadelo e dormi bem.

Jenna retribuir aquele beijo foi uma verdadeira novidade para mim, e não foi ruim. Foi bom, ela beijava tão bem quanto qualquer garota que já beijei na vida. Não entendia como uma garota como ela, que parecia tão inexperiente, me causou tudo o que ela causou ontem a noite.

Mas pensar nisso também fazia eu me sentir uma idiota, eu odeio pensar em qualquer pessoa assim, é como eu sou.

Distraída acabo deixando uma garrafa cair no chão enquanto caminhava até a cozinha e ela se estilhaça no chão.

- Porra! - Xingo alto, vendo que apenas fiz mais sujeira para limpar.

Coloco o saco no lixo e pego uma vassoura e a pá, começo a varrer todo aqueles pedaços de vidros e coloco na pá. Após terminar de limpar tudo, conferi se não havia mais nada.

- Sn? - Escuto sua voz sonolenta.

Olho para a escada e vejo ela descendo, se apoiando no corrimão. Seus cabelos estavam bagunçados, ela vestia um conjunto de moletom e tinha uma péssima aparência, olheiras profundas e os olhos um tanto vermelhos.

Eu sabia o que aquilo significava. Encontrei alguns saquinhos com vestígios de pó branco na semana passada e enquanto pegava suas roupas sujas para lavar, vi um saquinho com restante no bolso da sua calça.

Odiava essa porra, mas estava fora do meu controle, ela não me ouvia e eu me sentia uma uma babaca por força-la a tentar mudar, quando ela claramente não queria, eisso fazia eu odiá-la mesmo não querendo.

- Mãe, volta pra cama, vai descansar!

- Você não vai pra escola?

- Vou sim! Precisa de algo?

- Não, eu só escutei uns barulhos e achei que era outra pessoa... - Diz se virando, subindo as escadas novamente.

- Como assim outra pessoa?

Ela não respondeu. Eu também não tinha tempo para uma conversa entre mãe e filha, devia ter saído de casa a cinco minutos. Deixei tudo como estava e peguei minha mochila, entrei no carro e sai em direção a escola.

Olhos nos Olhos - Jenna OrtegaWhere stories live. Discover now