TREZE

74 10 10
                                    

- Oi Maitê,  tudo bem?

- Sim Ju.  E aí?  Li sobre o show de Rodolffo.   Ia ligar para ti, agora mesmo.  Como ele está?

- Está bem.  Com alguns machucados, mas vai passar. 
Diz-me uma coisa, Maitê.   O Raul ainda está em Paris?

- Pois é menina!  Que babado.  O homem depois de tu regressares  começou a pressionar-me que não aguentava o Inverno e queria voltar.
Voltou faz uma semana e logo apresentou a carta de demissão. 

Tive que enviar a Cláudia e contratar novo elemento para aqui.  O escritório de Paris parece enguiçado.

- Lamento Maitê.   Não queria ter causado esses transtorno.  O que ele alegou para se demitir?

- Stress, cansaço e outros problemas que ele precisava resolver.

Está bem.  Qualquer coisa que eu possa ajudar, não exites.  Posso ir aí de vez em quando se desejares.

- Obrigada, Ju.  Se precisar, eu chamo.

Juliette desligou a chamada, mas rebobinou a cassete de memórias.

Paris,  50 dias atrás.

- Oi Ju.  Hoje o trabalho rendeu muito.  Adiantámos muito trabalho e merecemos comemorar.  Bora sair?

- Não.   Hoje só quero um banho e cama.  Estou muito cansada.

Juliette e Raul estavam hospedados no mesmo hotel e no mesmo andar.

Depois disto cada um seguiu para o seu quarto. 

Juliette ia pedir jantar no quarto quando o telefone tocou.

- Oi Juliette.   Sou eu de novo.  Eu convidei a Michelle e o Jean para jantar aqui.  Vem jantar connosco.  Depois podes ir dormir.  Vem, não vais demorar muito.

- Está bem, mas janto e venho logo embora.

- Sim.

Juliette seguiu em direcção ao quarto dele.  Bateu à porta que foi imediatamente aberta.

- Entra Juliette.   Eles já estão a chegar.

Juliette sentiu o ambiente estranho.  Raul vestia apenas o roupão do hotel.

- Desculpa estar assim, mas somos adultos.  Gosto de estar à vontade.

Passaram uns bons 15 minutos e nada dos outros chegarem.

- Raul, eu não estou à vontade.  O Jean e a Michelle não vêm e eu vou embora.

- Na verdade Juliette,  eles não vão vêem. Eu queria estar a sós contigo.  O meu sentimento por ti já vem do Brasil e só aceitei vir porque estavas cá.

- Deves estar doido.  Sou uma mulher casada.

- Mas eu sei que estás separada.

- E isso quer dizer o quê?  Que me vou envolver com o primeiro que aparecer?  Não me conheces.

- Dá-me uma chance.  Eu amo-te.

- Nem que fosses o último homem na face da terra.  Além disso, estou grávida do homem que eu amo.

- Isso não é impedimento para mim. Eu aceito o teu filho.

Raul veio em direcção dela tentando beijá-la. 
Juliette deu-lhe uma joelhada no meio das pernas.

- Nem tentes.  Se pensas que por ser mulher sou fraca, tira o cavalinho da chuva.   Encostas um dedo em mim e eu chamo a polícia.

Raul ficou a contorcer-se de dor e a vomitar impropérios.

- Vadia.  Vais pagar por isto. Vai lá de volta para o Brasil cuidar desse bastardinho e do pai dele.  O que é vosso vai chegar.

Saí dali para o meu quarto.  No dia seguinte não apareci no escritório e no outro embarquei de volta ao Brasil.

Fui idiota de não ter apresentado queixa nem ter contado a Maitê.   Como ele permaneceu em Paris  resolvi esquecer.

Dias actuais

Depois destas lembranças eu perguntava-me se este assunto teria algo a ver com o atentado a Rodolffo.

- Amanhã vou falar com Maitê.  Talvez ela me ajude a saber do seu paradeiro, mas preciso falar com Rodolffo primeiro.

Entrei em casa, subi ao nosso quarto e ele continuava a dormir.  Deitei-me a seu lado e logo o seu braço passou sobre a minha cintura e ele encostou-se a mim ficando de conchinha.

Vou tirar o teu batonOnde histórias criam vida. Descubra agora