Hipocrisia

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Kirishima P.O.V:

  Bakugou estava nervoso, isso é fato. Ele demorou muito tempo para se arrumar, mas de qualquer forma, dava para ver que ele só queria parecer bem e confiante o suficiente. Vocês sabem como é: Ninguém pode ver ele sendo fraco. Não que ele seja, mas se sente dessa forma.
  O jeito que ele estava andando pelas ruas cambaleando e tremendo me deixava preocupado. Eu queria estar o confortando agora, mas isso poderia bagunçar as coisas entre nós.
  Meus sentimentos por ele eram fortes, mais do que pensa. Queria que fôssemos amigos para ele não sofrer mais. Ele passa por tanta coisa; Agora que estou em sua casa, sinto que posso piorar tudo, mas eu o ajudarei quando for preciso.

  Ele estava suando e andava olhando para o chão. Eu precisava distrair-lo de alguma forma, fazê-lo se sentir menos ansioso. Então resolvi quebrar o gelo:

—Suas cores preferidas ainda são preto e vermelho? –Perguntei, olhando para suas roupas que haviam os mesmos tons de cores que eu me referi.

—Está tão óbvio assim? –Ele sorriu levemente em minha direção, acho que foi para eu não me preocupar –Sim, ainda são.

—Realmente combinam com você. Alguma coisa que você gostava muito no passado mudou?

  Ele pensou por uns instantes, agora parece que sua ansiedade havia diminuído. A ideia de ver seus pais era tão assustadora assim?

—Acho que minha comida favorita. Agora é lasanha.

—É bom eu saber disso.

  Nós dois demos risada. Mesmo depois de tudo, estar com ele agora era agradável, ver seu sorriso e ouvir sua voz... Tudo era bom novamente, mas agora ele estava mais dócil e obviamente mais bonito.
  Somente lembrar o quanto ele mudou faz minhas bochechas mudarem de cor. Eu não queria parecer vulnerável ao seu lado, já que praticamente o rejeitei, mas não podia evitar de me sentir atraído. Isso era ruim.

  Não falamos mais nada durante todo o percurso. Quando finalmente chegamos, pude sentir, não o meu, mas o corpo dele paralisar.

—Eu não consigo. Não dá. Vamos embora. – Ele desviou o olhar e colocou as mãos nos bolsos de seu moletom, tentando respirar direito.

—Não! –Eu respondi rápido – Já chegou até aqui, você precisa tentar, Bakugou.

  Eu me aproximei um pouco dele e coloquei uma de minhas mãos em seu ombro, tentando acalmar seu nervosismo. Katsuki olhou pra mim e soltou um suspiro. Ele sabia que eu iria tentar convencer-lo de qualquer forma.

—Vai ficar tudo bem. Eu estarei lá dentro com você.

  Ele assentiu com a cabeça e tomou coragem para andar até a porta e dar algumas batidas leves com a mão fechada. Eu estava logo atrás dele, só agora havia realmente percebido que minha altura comparada à dele tinha mudado bastante. Antigamente ele brincava que sempre seria maior por um centímetro, mas acho que devo estar uns dezoito centímetros mais alto que ele agora.

  Ouvimos a porta se abrir e surgiu a silhueta de uma mulher loira, com uma camisa branca abaixo de uma jaqueta de lã roxo-claro e saia preta.

—Olá, meninos –Ela disse, abrindo um pequeno sorriso, que logo se estendeu quando o filho a abraçou.

  Pude perceber ela fungar enquanto acariciava suavemente a nuca de Bakugou, os olhos já marejados de água. Estavam tentando matar toda a saudade depois de tantos anos separados, então ficaram ali por um tempo, sem dizer nada.

————————

  Bakugou não iria chorar, ele não faria isso na frente de absolutamente ninguém, mas iria inventar alguma desculpa para ir no banheiro mais tarde para chorar. Finalmente estar ali depois de tanto tempo o causava nostalgia, era a casa onde cresceu e foi amado por duas pessoas incríveis...

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⏰ Last updated: Mar 16 ⏰

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Nós Não Podemos Ser Amigos. (KiriBaku)Where stories live. Discover now