FIGHT

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Bruno

Esse é simplesmente o pior aniversário de todos.
Até onde eu notei, meus pais não lembram que é hoje. Não os culpo, tem muita coisa acontecendo pra todo mundo.
Já é noite e eu ainda não saí do quarto. Eu não comi o dia todo... Eu tive um parabéns... A não ser o do Gabriel.
Meu celular começou a tocar do nada me assustando. Vejo que é o Gabriel e atendo.

Gabriel - Eai, Ruivo? Como foi? - pergunta me fazendo lembrar de tudo o que o Hugo falou.

Eu - Foi... - meus olhos se enchem de lágrimas. - Foi péssimo, Biel... - digo chorando.

Gabriel - Calma, Bruno. - diz do outro lado. - Eu posso ir aí?

Eu - Aham. - digo no meio do meu choro.

Gabriel - Tá, eu tô indo aí, tá? Fica calmo. - diz e desliga.

Eu não sei o que eu sinto pelo Gabriel, mas sei que eu gosto dele.
Ouço batidas na porta e pergunto quem é. Era meu pai. Abro e ele entra.

Pai - Filho, desculpa. - diz se sentando do meu lado. - Eu sei que eu esqueci que hoje é seu aniversário, mas é que eu tava tão ocupado com as coisas do trabalho que eu não me liguei em que dia era. - diz se desculpando.

Eu - Tá tudo bem, pai. O senhor sabe que eu não ligo pra aniversário. - digo e ele me dá um abraço.

Após essa breve conversa ele vai embora.
Em poucos minutos o Gabriel manda mensagem dizendo que tava na porta da minha casa.
Desço pra buscar ele e trago ele pro quarto.
Conto tudo o que aconteceu e ele olhou meu pescoço.

Gabriel - Aquele filho da puta te bateu e você não fez nada, Bruno? - pergunta irritado andando pelo quarto.

Eu - Eu não pensei bem na hora. - digo olhando meu pescoço no espelho.

Gabriel - A gente vai na polícia. - diz e eu o olho espantado.

Eu - Eu acho que isso já é demais, Biel. - digo tentando acalmar ele.

Gabriel - Demais? Ruivo, ele poderia ter te matado!! O Hugo pode fazer isso com qualquer pessoa por aí! - diz me deixando pensativo.

Eu - Mas eu não queria envolver a polícia nisso... - digo e ele me olha pensativo.

Gabriel - Tá. Se você não quer, a gente não vai na polícia, mas eu já vou avisar que se eu ver ele eu vou quebrar a cara dele. - diz e eu o olho sorrindo. - Que? - pergunta confuso.

Eu - É que eu te achei fofo brabo. - digo indo até ele e lhe dando um selinho.

Gabriel - Mas eu tô falando sério, Ruivo. - diz e eu discordo dele coma cabeça.

Eu - Não vai fazer nada. Não quero vocês brigando por minha causa. - digo e ele concorda meio relutante.

Gabriel - Agora... Quer ir comigo pra um lugar? - pergunta segurando minha cintura.

Eu - Que lugar? - pergunto curioso.

Gabriel - É um lugar que eu vou em todo aniversário meu. Acho que tu vai gostar. - diz e eu me animo. - Quer?

Eu - Quero, mas eu tenho que me arrumar. - digo e ele concorda.

Ele me dá um selinho e eu vou me arrumar.
Já pronto, a gente sai com o carro dele.
O caminho todo a gente foi cantando as músicas mais famosas da Melanie, era as que ele sabia.
Enfim chegamos. É uma lanchonete super vintage. É linda por fora, e pelo o que parece por dentro também.
Saímos do carro e entramos. Nós nos sentamos em uma das mesas vazias e olhamos o cardápio.
Eu pedi um bolo de morango e o Gabriel disse que queria o de sempre, o garçom sorri pra ele e vai fazer os pedidos.

Gabriel - Gostou? - pergunta o óbvio, já que eu tava sorrindo igual um palhaço.

Eu - Eu amei, é o lugar mais vintage que já vim! - digo e ele sorri. - Tu vem muito aqui, né?

Gabriel - Eu vinha todo dia com a minha mãe, mas quando ela morreu eu só venho aqui nos meus aniversários mesmo. - diz com normalidade.

Eu - Desculpa. - digo.

Gabriel - Tá tudo bem, Ruivo. Isso já é normal pra mim. - diz sorrindo e segurando minha mão.

Após alguns minutos conversando nossos pedidos chegaram.
"O de sempre" é um pedaço de bolo de chocolate com creme de frutas vermelhas.
Eu literalmente amei tudo nessa lanchonete. E o clima mudar do nada só ajudou nisso, agora tá chovendo forte do lado de fora.
Tava tudo normal, nós estávamos comendo e conversando, até o Gabriel olhar pra atrás de mim com uma cara nada boa.
Olho pra atrás e vejo o Hugo entrando na lanchonete com a Alana.
Quando me viro de volta o Gabriel já tá de pé indo em direção ao Hugo.
Ele segura o Hugo, que se assusta, pela blusa e sai puxando ele pra fora da lanchonete ficamos os dois na chuva.

Hugo - Qual o seu problema, Gabriel?! - pergunta alto parecendo irritado.

O Gabriel não fala nada, só vai pra cima dele e dá um murro no rosto dele.
O Hugo vai no chão e se levanta com a mão no nariz que tava sangrando.
Os dois começaram a brigar sério e eu não sabia o que fazer.

Alana - Tá louco, porra?! - ela grita como se isso fosse mudar em algo.

O gerente da lanchonete chega e tenta separar eles, mas é como se ninguém tivesse forças pra isso.
Eu vou até perto e tento separar eles também, mas é em vão.
De repente um carro de polícia chega e dois policiais descem.

Policial - Vamos parar com essa porra aí? - grita e dá um tiro pra cima assustando os garotos.

Eles se separam e eu vou até o Gabriel.
O rosto dele tava todo vermelho, o nariz sangrando, a sobrancelha e a boca rachada e os punhos machucados.
Eu sinceramente não olhei pro Hugo. O Gabriel respirava rápido e em momento algum me olhava. O olhar dele era direcionado pro Hugo.
Ele tá com muita raiva dele. Até poderia dizer que é ódio.

Policial - Vocês vão continuar com essa palhaçada e vão pra delegacia ou vão ficar de boa? - pergunta como se a resposta fosse óbvia.

Eu - Já tá tudo bem, senhor. Obrigado. - digo e eles entram no carro de novo.

Ajudo o Gabriel a levantar e levo ele pro carro.
Volto pra pagar as coisas e depois volto pra carro. Ele tava olhando pras próprias mãos quando eu cheguei.
Eu dirigi pra casa dele. Nós não demos uma palavra no caminho de volta.
Saímos do carro e ele foi pro banheiro. Ele vestiu uma roupa seca e saiu me olhando.

Gabriel - Desculpa. - diz me olhando nos olhos.

Eu - Só senta que eu vou tentar dar um jeito nesses machucados. - digo e eles senta na cama.

Faço o que eu posso com os machucados dele e depois me sento no chão de frente pra ele.
Ele desce da cama se senta de frente pra mim no chão.

Eu - Porque tu fez isso, Gabriel? - pergunto e ele me olha parecendo arrependido.

Gabriel - Eu sei que eu te prometi não fazer nada, mas é que a hora que eu vi ele lá, eu não aguentei. Desculpa. - diz me olhando.

Eu - Tá tudo bem. Só... Não faz mais isso, por favor. - digo e ele me abraça.

Eu tomei um banho rápido e vesti uma roupa dele.
Liguei pros meus pais e avisei que ia dormir na casa dele e eles até pediram pra eu ir pra casa pra fazer a "Noite da Pizza", mas eu preferi ficar aqui.
Me deito do lado do Gabriel na cama e ele passa o braço por baixo do meu pescoço enfiando seu rosto no espaço entre meu rosto e meus ombros.

Gabriel - Dorme bem, Ruivo. - diz baixinho.

Eu - Boa noite, Biel.

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Oi, espero que gostem da história, deixem a estrelinha e comentem também, obrigado 🤍🤍🤍🙃🙃🙃❤️❤️❤️

O GAROTO PERFEITO (Romance Gay)Where stories live. Discover now