Surpresa

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Depois de ver a pessoa, me liberto de suas garras.

- O que você quer comigo? - repito, porém digo em um tom alto e com mais firmeza.

Sua reação é revirar os olhos e dar de ombros, seguido de um sorrisinho.

- Ui! Porque ficou toda espantadinha? - continua rindo em tom de deboche.

Agora fiquei muito nervosa. É claro que ao ser tocada, imaginei que pudesse ser outra pessoa...

- Por que não me deixa paz? Vai cuidar de sua vida! - grito para ela e saio andando em direção ao banheiro.

- Estava me perguntando o que a aberração da sala está fazendo aqui. - ela diz, me seguindo.

- Não é da sua conta! - digo.

- Só queria dizer que você é muito esquisita. Definitivamente esse lugar não combina com esse tipinho de pessoa. - Hellen praticamente cospe as palavras, me humilhando ainda mais.

- Já disse para me deixar em paz! Sai daqui, Hellen! - grito mais uma vez, e entro em um repartimento do banheiro, batendo a porta na cara dela.

Por que esta garota tem que ser tão insuportável? Não sei qual o motivo de tamanha obsessão por mim a ponto de que a todo momento que seja possível esteja no meu pé, falando um monte de baboseiras.

Após sair do banheiro, fico mais aliviada ao saber que Hellen já se foi. Volto para onde estava e procuro Della no meio da multidão. Ela está exatamente no mesmo lugar, dançando somente com um dois, o que aparenta ser mais novo. E como era de se esperar, já apresenta sinais de embriaguez.

Quando percebe que retornei, vem até mim.

- Aqui é pura diversão! - ela diz, totalmente agitada. - Sophie? Ca...Cadê sua... bebida? Pega logo e vamos nos divertir, poxa! - ela fala, tropeçando nas palavras.

O que bebeu para ficar assim tão rápido? Olho para sua mão e vejo uma bebida diferente da que estava tomando.

- Que bebida é essa? - questiono, apontando para o copo em sua mão.

- Hum... Vodca... Você quer também? - ela pergunta.

- Não, já tomei o suficiente... - digo, porém ela nem me dá ouvidos, bebe o restante da Vodca, e se direciona ao bar e pede dois copos da bebida. Entrega um para mim e fica com o outro.

- Não, eu não quero. E você também não devia está bebendo assim. - alerto.

- Para, Sophie...Não me venha com seus sermões... - ela diz , e sai me arrastando para a pista de dança.

Fico como um espantalho no meio daquelas pessoas, todas remexendo de um lado para o outro, ao som de uma música eletrônica.

- Bebe, Sophie! Dance, Sophie! - Della grita por cima da música.

E eu continuo parada com o copo de vodca na mão. Para não ficar com mais cara de boba do que já estou, tomo um gole daquela bebida. Sinto o seu gosto forte. Engulo o líquido em esforço e faço uma cara feia.

É horrível. Não sei como essas pessoas conseguem tomar isso! Definitivamente não gostei nem um pouco. Preciso beber outra coisa, para dispersar o sabor intenso que ficou em minha boca.

Volto para o bar rapidamente e peço uma cerveja. Enquanto vou ingerindo, olho ao redor à procura do rapaz estranho. Não o encontro em lugar algum, mas também entre tantas pessoas é difícil de revê-lo.

De repente, começa surgir uma vontade de dançar. Olho para a pista, todo mundo está dançando. Ninguém vai reparar em mim. Não faz mal nenhum.

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