TIMELESS | Quando Amélia Morgan se vê diante ao desaparecimento do irmão de seu melhor amigo, Jonathan - coisas estranhas começam a acontecer na cidadezinha onde mora. Sendo obrigada a lidar com os surtos de seu irmão mais novo, Amélia se coloca a f...
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AMÉLIA NÃO SABE em quantos minutos chegou na casa dos Byers, só se deu conta de que já estava entrando na residência um pouco tarde demais.
Ela era de casa, na maioria das vezes não precisava bater na porta e nem apertar a campainha (que já estava quebrada a mais de um ano). Porém, naquele dia em específico algum tipo de névoa estava engolindo a garota de dentro para fora, ela estava perdida entre o agora e o que aconteceu na noite passada.
Joyce estava berrando no telefone, provavelmente conversando com algum policial. A casa estava com uma atmosfera horrível, foi assim que Amélia se sentiu ao ver Jonathan na sala.
— Byers?!
Sua voz saiu falhada, poderia jurar que dali a alguns minutos a ansiedade finalmente a alcançaria.
— Millie. — a voz do mais velho saiu arrastada, vindo de encontro a si.
Ele a abraçou, a envolvendo completamente contra seu peito. A garota inalou o cheiro do perfume do amigo, se relembrando de todas as vezes em que se sentiu daquele jeito. Sempre achou que o abraço de Jonathan era o melhor do mundo, como se tivesse sido feito perfeitamente para ela, pois se encaixava como uma luva.
— Ele não está na floresta. Nem na casa dos garotos, não foi pra escola e...
Sua voz estava embargada, mostrando o quão nervoso se sentia.
— Ei, ei, ei. — Morgan quebrou o abraço, apoiando as duas mãos no rosto do moreno — Ele provavelmente está bem. Já olhou no castelo Byers? Ele disse que ia se cuidar, ele me prometeu a...
Jonathan percebeu de imediato o que estava prestes a acontecer. Amélia estava começando a surtar, assim como sua mãe.
— Eu devia ter o acompanhado até a porta. — começou a divagar — Não deveria ter o deixado sozinho, foi minha...
— Não se atreva a dizer isso.
Foi ríspido, os olhos castanhos presos sobre ela. Jonathan entrelaçou os dedos de ambos, a puxando pelo corredor da casa até chegar ao próprio quarto, fechando a porta de imediato atrás de si.
— Jonathan, me desculpa. Me desculpa, era só mais alguns minutos do meu dia. Eu poderia, simplesmente...
— Por favor, não faz isso.
Ele estava perto demais, próximo demais. As olheiras estavam mais profunda abaixo de seus olhos e havia um leve tremor em seus lábios, como se ele estivesse se segurando.
— Eu estou enlouquecendo. Minha mãe está enlouquecendo, está tudo uma bagunça. — Byers foi sincero — Preciso que você seja a única coisa firme, assim eu... Eu consigo.
Foi como ter uma chave girada em sua cabeça. Amélia ergueu completamente a cabeça, enxugando o rosto com as costas da mão. Ele tinha razão, estava sendo patética. Jonathan não podia se dar ao luxo de se preocupar com o chororó dela e toda aquela culpa que estava a engolindo de dentro para fora, não, ele tinha coisas mais importantes para lidar no momento. Ela não poderia ser um peso.
