5. Hospital

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Acordei em uma cama de hospital, em um quarto totalmente silencioso. Olhei para todos os lados e percebi que estava com roupas de hospital, passei a mão esquerda em minha barriga e senti um pouco de dor, logo percebi um curativo. Olhei para meu corpo inteiro, verificar e percebi que tinha uma bolsa agulha em meu braço, segui todo o percurso da agulha e percebi que nela estava uma bolsa de sangue, era um transplante de sangue para mim.

Eu tentei me levantar e não consegui.

- Nem tente se levantar - era uma voz feminina. - O doutor já irá vir falar contigo!

"Mulher estressada", pensei.

Fiquei deitado sem nada para fazer, pensando no que tinha acontecido. Eu lembrava até o momento em que eu estava nos braços daquele homem loiro dos meus sonhos. A porta se abre e o homem loiro que me atropelou e me salvou aparece. Ele era o médico.

- Como está o menino que atropelei e que já é meu paciente preferido? - Falou o homem loiro.

Eu apenas o olhei com raiva e continuei quieto.

Ele sentou do meu lado na cama e disse:

- Não vai me responder?

- Eu estou bem - respondi.

- Que ótimo, meu nome é Christopher, Christopher Blom - ele falou seu nome, fez uma pausa e continuou - Você me deu um susto muito grande, entrou do nada na avenida do nada, eu buzinei, mas estava em uma velocidade muito rápida e não consegui parar à tempo, uma barra de ferro pequena atravessou a lateral da sua barriga e você perdeu muito sangue, então fizemos testes com você e seu sangue era igual o meu O+ e eu doei para você duas bolsas, sua mãe já foi avisada e veio aqui, ela está trabalhando agora. Você está ficou em meio de um coma por três dias, mas hoje acordou. Eu sei, são muitas informações, mas é preciso você saber logo.

- Você me atropelou.

- Você entrou na avenida sem ao menos olhar para os lados.

- E você é médico?

- Acho que está meio na cara, sou médico e modelo, mas só nas horas vagas - Christopher piscou para mim.

- Agora tenho que fazer alguns exames em você, então você irá dormir por duas horas, por causa da anestesia.

- Mas eu acabei de acordar.

- Sim, mas precisa descansar um pouco mais e também, os exames eu preciso fazer agora - ele pegou a seringa e chegou perto de mim.

- Espera!

- Sim?

- Você, você disse que eu era seu paciente preferido? - a pergunta era só pra tentar atrasa-lo mas também queria saber se era verdade.

- Claro, os pacientes daqui são um bando de chatinhos, mas você é mais divertido. Meu paciente preferido - enquanto ele falava, eu estava ficando cansado, ele tinha aplicado a anestesia enquanto me dava entretenimento. - Durma um pouco agora mocinho.

TRÊS HORAS DEPOIS...

Acordei no mesmo leito de hospital, estava bem sonolento, olhei em volta e vi Christopher sentado em um dos sofás que o quarto de hospital possuía.

- Meu paciente preferido acordou - ele deu um grande sorriso e levantou-se e sentou-se novamente no leito. - Como se sente?

- Sinceramente, eu estou com com vontade de vomitar.

- É normal, os exames eram um pouco pesados.

- Você não tem outro paciente para atender não? - eu queria que ele saísse do quarto, não queria que ele me visse vomitar, e eu estava prestes a vomitar.

- Tirei o dia todo para você - ele disse me olhando. - Você está com cara de quem vai vomitar, ficou amarelo, segura um pouco. - Christopher rapidamente até o canto da sala e pegou uma lixeira e trouxe para perto de mim, me sentou e segurou meus cabelos que eram curtos.

- Não precisa ver isso - eu estava me segurando.

- Não se preocupe já vi coisas piores.

Abri a boca e comecei a vomitar dentro do cesto de lixo, ele me olhava sem nojo algum.

- Coloque para fora, não se preocupe, é bom, vai te aliviar - ele falava.

O vomito fora cortado e ele foi até uma mesinha e trouxe dois comprimidos com água.

- Isso aqui é para não dar enjoos e cortar o vomito.

Tomei os comprimidos e ficava o olhando, seus olhos azuis tonalizados de prata eram perfeitos. "Ele é hétero", pensei.

- Bom, meu paciente preferido, amanhã você já vai ter alta, sua mãe ainda não veio como sabe, mas já fora avisada que você acordou, e amanhã ela irá vir busca-lo, ela está resolvendo uns problemas financeiros - Christopher fez uma pausa. - E para garantir que você irá seguir a receita que eu te passar, vou ir fazer três visitas semanais em sua casa, até que você esteja totalmente curad...

- Não precisa - interrompi ele antes de terminar a frase. - Eu sei me cuidar sozinho, minha mãe poderá pagar um médico particular.

- Garoto, você quase morreu, eu quase te matei, mas a culpa era sua, o mínimo que posso fazer é cuidar de você.

- Eu não preciso de seus cuidados, seu sei me cuidar, me cuido muito bem.

- Claro que se cuida, como atravessar uma avenida movimentada sem olhar para os lados, nossa se cuida muito.

- Só sei que não preciso de seus cuidados.

- Eu não vou deixar outro médico cuidar de você - ele me olhava estressadamente. - E sua mãe já concordou em deixar eu cuidar de você.

- Quantos reais ela está pagando para você querer cuidar de mim?

- Eu me ofereci.

- Não quero um médico de graça, eu tenho dinheiro, posso pagar seu salário mensal em uma semana.

Christopher deu uma risada falsa e depois falou:

- Você vai pagar 450,000 R$ para mim? Esse é o valor que recebo mensalmente.

Eu me calei.

- Eu estou indo cuidar de você por que eu quero e você não tem escolha - sua voz agora era de confiança. - Agora vou ir comer um lanche na lanchonete do hospital, e você tente descansar.

Ele saiu do quarto e eu fiquei com cara de de taxo. Ele era podre de rico, mais rico que eu. Por um lado eu estava feliz, ele era lindo e estava brigando comigo para cuidar de mim, por outro lado eu estava estressado por não querer ele perto de mim. Estava em uma de, não te quero mas não te largo.

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Fala pessoal, espero que estejam gostando da minha obra, em breve, novos capítulos. Sei que as coisas estão indo rápidas de mais, só que agora começa a esquentar e tem muita coisa vindo por aí, alegrias e tristezas.

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O Peso da Culpa (Romance Gay)Where stories live. Discover now