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O dia estava calmo, estava organizando alguns papéis quando vejo Ran parado na entrada da loja, movi meu olhar em sua direção ao ver ele se aproximar.
— Olá, Ran! — sorrio gentilmente
Ran se aproxima devagar, seu coração está batendo forte enquanto ele se prepara para lidar com a possível rejeição que ele imagina que irá enfrentar. Ele se torna tenso ao ver o seu sorriso acolhedor e os olhos amáveis.
— Oi... — sua voz é arrastada, quase um sussurro.
— Veio atrás de algo para a moto sua e do Rindou?— disse divertida
Ran se recupera com rapidez do momento de fraqueza e finge que está apenas ali pela moto, para que ninguém desconfie do seu motivo verdadeiro.
— Eu tava precisando de uma peça nova para a minha moto. — ele diz, com uma voz mais normal.
— Que tipo de peça você está procurando? — Lívia sai de trás do balcão e fica em frente ao Haitani,se não fosse pelos saltos, a diferença de altura entre eles seria enorme.
— Eu estou buscando outra alavanca de câmbio. A minha tem um arranhão. — Ran hesita por segundos, tentando pensar na desculpa que ele pode dar para poder ficar por mais tempo, falando com a irmã que ele tem perdido por tanto tempo.
— tenho algumas opções aqui, vou buscar!
Lívia sai até uma das prateleiras e começa a pegas as opções, mas sem ela perceber uma das peças que estavam mais altas ameaçam cair sobre ela.
Ran não resiste a oportunidade de mostrar o seu lado protetor enquanto percebe o perigo que a sua irmã mais nova está correndo.
É um impulso, e é esse instinto que ele já tem de muitos anos como irmão mais velho. Sem pensar, ele a agarra pela cintura e tira-a da frente da peça que estava prestes a cair.
O barulho chama atenção, mas os olhos de Lívia estão sobre os de Ran que recebeu o maior impacto em duas costas, o Haitani estava com os olhos fechados.
Izana e Shinichiro saem da parte de trás observando a seguinte cena. Ran sobre ela a protegendo, a peça no chão e o Haitani com uma expressão de dor.
— Você é maluco…— Lívia sussurrou ao olhar dentro dos olhos do Haitani — machucou não foi?
Ran se sente envergonhado pela atenção que está recebendo e a expressão dolorida nos seus olhos.
Ele deixa a mão pousada na cintura da irmã, que ainda está no chão. Como um instinto, ele olha para baixo. Sua mão está agarrada e ela está olhando para cima para ele, seus olhos brilhando com os seus.
— Eu tô bem, não se preocupa por mim. — é o que ele consegue fazer em um tom distante, tentando esconder suas emoções.
Shinichiro olha para Izana, mas a forma como o Kurokawa estava calma, o faz pensar que há algo entre Ran e Lívia que não podia ser ignorado, mas não era algo romântico, já que a expressão de Izana não passava de um sorriso gentil e carinhoso.
Lívia ergueu a mão e acariciou o rosto de Ran, a garota era uma cópia feminina do Haitani mais velho.
— não minta pra mim, eu sei que tá doendo…Ran
O toque suave de Lívia na pele dele é suficiente para despertar todos os sentimentos represados nos últimos anos.
Ran sente uma dor aguda nas suas costas, ainda a sensação de que tudo ainda estava acontecendo. O que estava começando como um momento de proteção e carinho para com a irmã dele, agora estava se tornando algo que ele não achava que seria possível.
Ele olha para ela, sentindo a dor das memórias reprimidas e a beleza dela se misturarem em seus sentimentos.
Ele deixa a mão dela acariciando o seu rosto. No fundo, é isso que ele quer. Esse toque. Esse carinho.
Ele se sente envergonhado novamente, e se vê sem saber o que fazer ou o que dizer. É como se ele nunca tivesse tido essa experiência antes, de alguém cuidar dele ou lhe dar atenção.
Ran a ajuda a levantar, analisando seu corpo vendo se não tinha nenhum arranhão, e por um impulso ele segurou em seu rosto com ambas as mãos olhando dentro dos olhos de Lívia.
Ao ser olhado desse jeito, Ran não consegue ficar calmo! Seus olhos brilham, e ele sente um formigamento no seu estômago quando a mão da irmã acaricia o rosto dele.
Ele olha para ela com um olhar gentil, seu rosto não mostra nenhum sinal de culpa ou envergonhado agora. É como se ele estivesse se permitindo gostar desse momento com ela, como se ele fosse aceitar a pessoa que agora é importante para ele.
— Iremos para Roppongi, quer dizer…Rin e eu vamos — Ran sussurrou — quer ir com a gente? Naquele restaurante que você gosta.
— Watariyaki? — ela diz no mesmo instante
— Hm!
— se eu beber demais, vão cuidar de mim? — Ela diz de forma divertida.
— Já não gostei disso — Izana diz, fazendo Ran o olhar — da última vez que você bebeu, você queria o Mikey!
— lembro não! — Lívia diz
Izana levantou uma das sobrancelhas, e quando ia falar algo, Lívia abraçou Ran apertado, passando seus braços ao redor de seu pescoço.
— Roppongi….que saudade…Posso sentir o cheiro do saque, o aroma das comidas…Aahm!!!…. Obrigada Ran…
O Haitani sorriu e devolveu o abraço..
— deixe pra agradecer quando você e o Rindou estiverem bêbados — ele sorriu.
