DEZESSEIS

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C.A.P.I.T.U.L.O 16
Um Ciclo Novo



O almoço foi entre conversas em que Betany tentava me incluir e Cam me excluir, ignorando totalmente a minha presença, Noah era mais gentil e como imaginava que ele devia ser, gostava de coisas simples como bife passado com cebola e purê de batatas, já não podia dizer nada referente a Tobias que tinha um olho roxo e o lábio ainda estava rachado de algum golpe que levou, ele ficou calado a mesa me observando com Cam fazia, como eu segurava o garfo ou como eu virava minha cabeça para Betany cada vez que ela toca em minha mão para me tirar do que estava fazendo, que era basicamente encarando o prato de comida sem conseguir comer.

Acho de dessa vez vou acabar emagrecendo o resto que me falta para pelo menos ter um corpo menos redondo, porque era muito difícil comer com três olhares sobre você, Cam, Tobias e Caleb. Eles não falavam nada que fosse relevante para que soubesse como me comportar, eles não me direcionavam em como eu poderia me locomover, aonde eu podia ir, nada apenas Caleb e Noah tagarelando de futebol e uma viagem para algum lugar que era mais algo deles do que para que eu soubesse.

Depois do almoço Betany implorou pra que eu pudesse ficar com ela e Milli na sala de jogos ou onde quiséssemos ir, ele negou, nada de sair de casa, e nada de áreas comuns do jeito que eu estava vestida, o que pensariam da Luna disse ele exasperado de camiseta do alfa e um robe, como se todos já não estivessem amargurados como ele pelo que fiz, não é segredo para ninguém dessa alcateia, então depois de Betany dizer exatamente isso ele rebateu, o que iam pensar que ele era.

Então subimos para o quarto de Betany e Noah que era basicamente do outro lado do corredor os mesmos detalhes, locais das janelas, tudo igual, banheiro e closet só a cor era de um creme com detalhes dourados, os moveis seguiam uma linha mais em tons bege e pasteis claros, não que os tons pasteis não estivessem no quarto de Cam, mas ele preferia cores mais escuras.
Betany era magra do tipo que veste 38 porque quer algo folgado realmente, mas eu estava entre o 44 e 46, então nada que ela me trouxe de suas roupas servia, passamos a tarde mexendo em seu armário.

— Desisto! — Betany se joga no sofá sem braços que me lembra um divã de consultório da terapeuta, o último conjunto de dormir, deixaram minha bunda a mostra e minha barriga, e principalmente a marca da minha punição familiar, eu não queria ser perguntada sobre aquilo, então visto novamente as roupas de Cam, pra dormir serve, para sair do quarto não é algo que senhor dono de tudo aprove. — Vamos ter que ir as compras não tem jeito.

— Benzinho Cam já disse segue fora de questão.

— Podemos pedir pela internet! — Sugiro vestindo uma cueca de ceda de  Cam e a mesma camiseta um pouco mais vestida, abandonei o robe depois de ter uma parte de baixo. — Noah esta do meu lado só que sentado no chão pernas esticadas e mexendo no celular, com certeza relatando tudo ao irmão, seu cabelo curto social com mecha mais longa na frente está cobrindo seu olho direito e ele sopra ela um pouco incomodado com toda bagunça que Betany fez, seu cabelo preto como a noite tem sua semelhança com o de Cam castanho escuro, mas o liso de um e o com leves cachos do outro.

— Vamos precisar de um cartão, ou um senhor deposito, porque vamos comprar virtual, e você Ursão vai buscar tudo pra gente.

— Posso usar o vestido que estava quando vim por enquanto. — Espero e nada deles falarem qualquer coisa, Noah que ficou todo o tempo em que Betany tirava de seu armário peça atrás de peça na esperança de algo me servir e que se isso ocorresse poderia ficar nas áreas sociais da casa do contrário eu devia voltar pro quarto. Ordens do senhor alfa. Regras que ele disse que estava criando, elaborando um documento onde eu receberei para saber quais são elas.

— Não vai dar! — Be diz apertando os lábios.

— Fala pra ela Benzinho porque não vai dar!

— Que culpa tenho eu que seu irmão rasgou o vestido dela?

— Porque Cam rasgou meu vestido? Era novo, vovó o comprou só para aquele evento.

— Evento este que sua avó usou como forma de te apresentar um pretendente, e como Cam não gostou nada de te ver vestida daquele jeito.  — Pelo visto serei obrigada a usar uma burca.

— Era um vestido muito bonito! — Be justifica. — A simbologia do vestido despertou o ciúme possessivo do lobo recém acasalado e recém rechaçado, não é complicado da ótica lupina, eu também ia rasgar algo que eu tivesse certeza que foi usado para agradar outra. MAS...

— Cam não tem motivos para sentir ciúmes, ele nem gosta de mim. — Acabo interrompendo o que ela diria a seguir e ela eleva as sobrancelhas surpresa e disposta a me dizer algo mais, eu tinha entendido então tudo certa minha roupa o lembrava de algo e como se fosse insuportável Cam o destruiu.

— Então acostume-se Luna a ver acessos de ciúme e posse de um lobo em especial um alfa... Mesmo que ele não goste, ele não vai ficar assistindo alguém tentar ter o que é dele. — Noah estava falando tão sério que fez meus braços arrepiarem, era um alerta, era tudo menos um comentário bobo tecido de uma conversa aleatória, engulo nervosa, porque aquele olhar da noite que os conheci estava evidente e de volta. — Mesmo não tendo motivos para gostar de você!

— Porque você não vai dar uma volta Noah? — Be para segurando várias roupas em seus cabides começando a colocar as roupas no armário.

— Benzinho?

— Não!  Disse elevando o dedo indicador como um alerta. — Já falamos sobre isso, se você vai agir como Cam ordenou? Fora! — Apontou para a porta. — Não aceito nada menos do que você é! Do contrário é convidado a dormir com seu outro irmão ou onde quiser. — Noah ficou a olhando em choque.

— Eu não fiz nada!

— A fez! E não gostei, agora saia.

— Betany não briguem por minha causa, obrigada por tentar, eu vou pro quarto mesmo a gente se fala depois. — Gaguejando já que Betany realmente está brava e não gosto muito de ver pessoas discutindo isso ainda me deixa em crise porque sempre acaba sobrando pra mim.

— Pan? Não.... Escuta! não vai, eu não... Viu o que você fez Noahel Maximum Mortagh? — Os olhos azuis emitiram um brilho e eu não podia mais ficar ali, o medo voltando em ondas fortes, a certeza da rejeição é um golpe que não se pode esconder onde dói, então os deixo, porque Noah está com fúria tão letal quanto a vejo em Cam, só que a de Cam  eu ainda posso suportar, não sei por que, mesmo que Betany esteja vindo atras de mim. São apenas alguns passos e entro no quarto, ou suíte, ou seja, lá o que aqui é esse espaço enorme só pra uma pessoa e me sento na poltrona. — Desculpa!? É que eles ainda estão mexidos, são uma unidade, são lobos e guerreiros e tem tanto peso sobre as costas... Homens idiotas, sinto muito.

— Não precisa se desculpar, nem seu marido fez algo que necessite uma desculpa.

— A sim ele o fez te olhou com fúria, eu vi, eu a senti! Falei com ele sobre isso! Você não é uma inimiga, mas eles não entendem que as vezes quando sentimentos nublam a mente acabamos fazendo uma loucura, foi o que disse a Cam e parece que esqueceu.

— Eu não fui enviada para estragar tudo... Só estraguei tudo mesmo assim. Eu só queria uma chance antes dele se casar, porque depois ele não poderia ser de mais ninguém eu sabia, lobos e suas regras de uma única companheira, fiéis pelo menos eu pensei que não ia causar danos além de mim mesma.

— Nunca passou por sua cabeça porque ele não caia em um frenesi com tantas fêmeas quanto ele pudesse ter nesse período, escolhendo ao invés disso uma reclusão total? — Se eu tivesse me feito essa pergunta antes talvez eu tivesse chegado à conclusão que me faria hesitar.

— Eu pensei no cio, pensei que estando no cio ia acabar me querendo, que só assim para alguém como ele fosse acabar desejando algo como eu. Era minha última chance Betany.

— E como era um buraco escuro não quis pensar muito em os porquês, não é? Nem pensou do porquê de ele não estar com a noiva? Por exemplo.

— Foram seis semanas de planejamento, eu não fui a fundo para descobrir por que lycans machos iam para reclusão, vocês não deixaram isso vazar de qualquer modo, porque se alguma louca souber disso, se isso vazar vai ter lobo acasalado pôr o país inteiro com humanas, e vai faltar lobo.

— Então já sabe por que nosso povo não revelou mais que ambos os sexos têm cio.

— Mas o fato de o macho ter um cio ainda é uma puta informação, eu só tive que checar cinco anos de Cam para chegar a essa conclusão.

— Só foi fácil porque Cam é a imagem do nosso povo, tudo dele ou quase tudo vira notícia, especulação, é um desafio ele ter sossego... Muitas tentaram o encontrar humanas sabe. As nossas sabem que isso é um crime então só se estiver louca para querer ser punida por obrigar um macho a acasalar. Em especial um alfa, pior o Alfa Supremo.

— É tão sério assim?

— Quase quanto uma violência sexual é para seu povo! Um sequestro também pode ser colocado como comparativo, ou ficar gravida para prender o cara essas coisas, mas seu povo não tem os nossos vínculos, a força que acaba gerando nesse instante feito para unir, onde o macho quer uma fêmea ao ponto de a reivindicar, não ocorre só nesse tempo de cio, o cio é o que os deuses deixaram para que o orgulho lycan não ferrasse com nossa reprodução.

— Como?

— Antes, quando nada era estruturado as vezes um lobo não queria alcateia, e os deuses decidiram que não seria assim, que embora não quisesse deram a necessidade e o vínculo através dela... Porque ouve um lobo muito poderoso que se negou a dar descendência, os deuses tinham planejado algo especial para ele, mas ele negou as três fêmeas companheiras destinadas, então os deuses o amaldiçoam e todos os lobos daquele dia em diante que ele não teria escolha no seu cio se montasse uma fêmea estaria acasalado, ele faria um filhote, e sentira extrema necessidade da fêmea...

— Mas algo deu errado não foi?

— Não esperavam que algumas não suportassem a estupidez de alguns deles quando uma fêmea fazia o que você fez.

— Elas os deixavam, não é? Então eles ficavam loucos, e a fêmea morria triste?

— O orgulho de ter sido negado a escolha, outras porque o coração do lobo já tinha uma dona, ou porque ele queria esperar sua predestinada. — Betany deu de ombro, ela parecia não se importar com o porquê, mas sim o respeito da escolha, eu entendi que todas ou qualquer uma era um motivo para Cam nao estar feliz e nao gostar de mim pelo que fiz. — Então criaram as leis, o macho pode acasalar para acalmar o cio da fêmea se for da escolha deles podem conceber, mas se ambos estão ali apenas pela vontade da natureza é permitido tomar as ervas e evitar um filhote não desejado. Sabe como é complicado ter um filho com quem você não quer se casar?

— Isso existe tanto entre os humanos.

— Entre os lobos filhotes são muito importantes, acima de nossas vidas, mas a fêmea não cobre um macho sem “o pedido”, a fêmea também pode se negar, não pense que a coisa não acontece porque acontece, aquela coisa do eu te quero, mas você não, ambos os lados estão sujeitos.

— Algum macho na história fez o que fiz com alguma fêmea?

— Sim, e não acabou bem! Várias vezes, as leis foram feitas porque ambos os lados que tentaram de alguma forma ter quem desejavam em suas vidas, uma loba pode muito bem rechaçar um macho que a forçou a acasalar e vai ter que conviver com isso, vai sentir como ninguém a dor dele, a loucura dele, vai acabar morrendo de tristeza, só que embora tenha sido forçado lycans tentam se entender, a fêmea em especial. Então ninguém obriga ninguém a muito tempo. Ao ponto de termos esquecido de certo modo.

— Be, você sabe qual será meu castigo? — Ela ficou em silencio.

— Já ouvi falar de um macho que fez a vida da loba que roubou seu direito de escolha uma agonia só, porque ele era muito bruto com ela, mas Cam não disse nada quando Tobias elatou o castigo desse alfa.

— E o que aconteceu com ela? — Sussurro.

— Ela o amava, ela tentou de todas as formas cativar o macho, mesmo depois de lhe dar um filho, ele não a perdoava, nem o menino fez o coração dele mais brando, por fim Ederia perdeu a vontade de viver, porque quando descobriu que seu companheiro só estava esperando o regresso de sua companheira predestinada que tinha partido a muito tempo para levar uma alcateia para outro lugar seguro para lobos, ela era muito boa em atravessar territórios, quando Simei retornou e encontrou seu companheiro predestinado acasalado e sentiu o cheiro exigiu explicações e quando ele contou o que ocorreu Simei matou Ederia, mas ao fazer matou o bebe no ventre que Ederia estava ocultando, quando as duas lutaram a troca de formas, a violência da luta, ao olhar Xerty Ederia perdeu as forças e se deixou ir, Xerty quis morrer por não ter intervindo quando a loba morta pariu uma menina lunar morta... É raro nascer filhote em nossa forma lycan, mas Ederia pariu a menina diante de todos, a pequena se foi tão rápido quanto a mãe.

— Deus do céu estou tão amedrontada! Sem esperanças. —  Eu nunca tive uma amiga, mas Betany era o que um dia imaginei ser uma, ou como é ter alguém que te compreenda, quando controlo a agonia que sinto, Betany ainda chorava, eu chorei, a tragedia, as crianças, tudo era muito próximo do que estava a viver. — O que acontece se um bebê nasce lobo? — Tento conter as lagrimas, porque foi como ter vivido tudo isso, então desvio para o assunto que foi triste e milagroso.

— Bom a mãe tem que ficar com ele na forma de lobo até ele aprender a trocar de forma, as vezes demora até os 18 anos, acontece de ser ao inverso, esses são os grandes lobos que já governaram nosso povo. Cam é um lobo que nasceu lobo, cresceu lobo, então sabe o que é ser lobo, Cam passa muito tempo em sua forma lupina, muito mais que nós, ele gosta disso.

— Mas e as tantas obrigações dele? Como ele cresceu lobo? Quer dizer que como essas meninas esperam ter 18 anos para trocar de forma, Cam esperou para virar homem?

— Sim... — Disse rindo... Luna é um título em homenagem a esse filhote que nasceu com a pelagem branca, Xerty era o alfa por isso ele não partiu com sua loba que era companheira predestinada, ele tinha uma alcateia pra cuidar e proteger, então ele intitulou anos mais tarde quando a criança faria 18 anos e o no casamento do filho Lucius a esposa de um alfa chamaria a partir daquele dia de Luna para que sua pequena lobinha branca de raio lunar enviada pela deusa para mostrar a todos que a vida depende de nossas atitudes, era pra ser lembrada dessa forma. Que o orgulho as vezes rouba bençãos.

— No caso ele foi tão culpado quanto a tal Simei, seu orgulho ferido deixou que uma loba matasse sua companheira e ele ficou ali parado vendo tudo acontecer, a mãe de seu filho e filha, pra ele nada disso importava tudo que importava era o laço que ele perdeu, a vida que ele perdeu ao lado da pessoa que ele queria... Uma hipótese.

— Quando digo que era pra ser! Alguns me olham torto, porque o amor de Ederia fez muito pôr a alcateia, embora seu companheiro não fosse o mais devoto ou apaixonado ele tinha uma companheira que cumpria, era muito boa em tudo e amada, por sete anos fez muitas mudanças, as fêmeas naqueles anos sempre estavam com seus ventres cheios, e não era uma ordem de procriar, era benção da deusa a qual Ederia orava diariamente, a vida era abundante, e não havia perdas nos partos ou abortos, não entravamos em guerra, após isso tudo entrou em declínio.

— Que fim esse grande alfa levou? — Pego um pouco de suco e me sirvo, faço o mesmo com outro copo e levo para Be, um misto de raiva e medo.

— Ele conseguiu o que muitos não conseguiram, unir grandes alcateias, viver mil anos, criou regras, proibiu a caça aos humanos, claro que mais da metade dessa vida ele viveu sem uma companheira, e filhos, depois de quase 800 anos ele e Ederia acasalaram.

— Andou ocupado... Será que foi um bom pai? Depois?

— Não, esses machos geralmente não são bons pais ou companheiros foi isso pelo menos que minha mãe me disse quando contou isso.

— Imagino que Cam planeje me colocar em uma casinha distante e me esquecer.

— Esquecer é difícil, quando se tem a libido nas alturas.

— Entendi, ele sempre vai voltar pra sexo e ir embora.

— Por que você parece indiferente a isso?

— Porque em minha vida todas as pessoas só me toleram, se Cam vai fazer isso então será só mais um... Entre ser usada na cama e ser trancada dentro de um armário em uma noite fria, não tem muita diferença.

— Como assim? — Ela parecia chocada e eu cansada de lutar.

— Betany minha família não me matou quando nasci porque meu pai era um covarde, se dedicou a fingir que eu não existia, mas quando eu não entendia que devia ser só mais uma peça de mobília dentro daquela casa, eles me puniam, as vezes ele punia minha mãe que depois com raiva por ter sido castigada por minha insolência vinha me punir, entre surras, ficar com fome, com frio, não ter roupas ou ser tratada com amor e carinho, era só ficar fora do radar, é fácil, você só tem que ficar alerta, falar baixo e se preciso, nunca chamar a atenção, eu consigo.

— Eu não sei o que dizer! Eu pensei que aquele dia fosse um dia de merda, mas pelo visto você viveu 20 anos de merda?

— É eu podia ter uma boa vida se eu não tivesse a audácia de achar que o amor do meu tio era o amor que eu precisava embora eu não me arrependa de todas as vezes em que ele esteve comigo, de certa forma ele foi a única pessoa no mundo além da minha avó a me dar algo bom, me fazer sorrir, me fazer companhia, mas era errado, eu sabia que era, porque ele era casado, e porque era meu tio, embora nem uma nem outra foi capaz de nos impedir de alguma coisa, mas se tio Hades estivesse solteiro quando eu cresci com certeza ele teria me conquistado do mesmo jeito, já que sempre fui o amor de sua vida, pena que eu não sabia o que era amar até Cam.

— Humanos e seus laços familiares complicados.

— Sabe, eu venho de uma família podre, não me admire que eu seja assim também! Eu tive 10 anos vivendo uma vida boa, trabalho, casa, trabalho, eu realmente fantasiei que Cam um dia ia me amar, fiquei muito tempo vivendo uma vida que não era minha, lendo livros criando cenários em minha mente, indo pra psicóloga e contando desses problemas familiares, mas nunca falei da minha obsessão por Cam.

— Por que você acha que é uma obsessão Pandora?

— Porque ninguém em sã consciência vive da forma que vivi, eu precisava muito ver uma vez que fosse a imagem dele no dia, ouvir sua voz, ver seu sorriso, saber onde está, e estando aqui com ele, eu me sinto de certa forma em paz comigo mesmo.

— Se o ama porque não o conquista então?

— Por desventura Lunara é o que ele ama.

— Ele não pode estar falando sério?

— Você já ouviu falar dos sentimentos do Cam? Alguma vez Noah deu algum indício de que como ele se sente por alguém? — Por seu olhar perdido, Betany ela ficou tentando encaixar como eu sabia ou se alguma vez o companheiro teve essa conversa com ela.

— Era você no celular dele falando com Noah o papo do esquilo e tudo mais?

— Era.

— Então foi daí que conclui isso, você está certa Cam nunca expõe seus desejos ou sentimentos, apenas quando se diz respeito a alcateias e lycans então você sabe o que ele quer.

— Os pais deles eram companheiros predestinados?

— Eram, e os mais apaixonados pelo que Noah e Tobias falam, Cam apenas fica em silencio nesses momentos porque todo aquele olhar doloroso já diz tudo.

— Não tem nada em lugar nenhum que conte a história deles? Pelo menos não tem nada além dos nomes e que já são falecidos, nos artigos que li até mesmo era como se ele fosse mais velho que eu uns 3 anos.

— Eu sei como está se sentindo eu me senti exatamente assim... Como eles já viveram mais que a gente fica parecendo estranho, só não é porque são jovens assim enquanto se transformarem em lobos.

— Você é como eles!  — Ela é uma loba.

— Eu sou?

— Sim, você nasceu lycan, não sei até onde somos diferentes.

— Vamos dizer que meus pais morriam de medo de eu não mudar e assumir minha forma lupina pelo sangue de minha avó que era tão humana quanto você, mas quando meu avô sentiu o chamado e a caçou depois disso ela se tornou como um de nós, meu tio mais velho nunca pode trocar, minha mãe só com muito esforço, e eu claro depois de Noah eu acabei ficando melhor nas trocas, não tão rápida quanto um de sangue puro e linhagem pura, mas estou aqui, com meus genes e indo pra dar a próxima geração o medo que meus pais sentiram. Isso me para? Isso me acovarda? Não eu vou fazer isso, eu sobrevivi a tantas coisas, meus filhos também vão.

— Admiro isso!

— Eu faria o mesmo que você fez! Por Noah eu disse a eles, eu faria.

— É diferente você é lycan sua genética está mais fácil que a minha, porque sua avó materna era humana, mas seus outros 3 avos era lycan, eu só tive meu tataravô.

— É tudo que precisa, eu nunca tinha visto Cam agonizar por alguém, ele perdeu amigos, mas nunca o vi desmanchar como quando você estava na pior. — AS palavras de certa forma me atormentam, eu não quero sentir esperança.

— Porque acho que você tem tentado me iludir. — Ela sorri deitando-se na cama e me olhando pensativa.

— Porque eu acredito no amor, você quer dizer que é uma obsessão o que sente por ele, mas e se não for? Se for sinal de algo maior, porque minha mãe contava tantas histórias de amor pra mim que eu sou uma romântica inveterada.

— Você os conhece uma vida?

— Sim 40 anos, mas desses 30 anos apenas como membro da alcateia, os outros 10 são de convívio familiar.

— Espera quer dizer que aquele dia vocês já eram companheiros, eu podia sentir que eram. — Então Betany me olha confusa.

— Não, eu peguei uma carona com eles sou prima do Caleb.

— Caleb da mesma família com avó humana? — Por um momento eu pensei que Caleb pelo menos tivesse algo humano, ele parecia mais gentil, mas agora mesmo no almoço tinha sido distante.

— Não da família do meu pai que é de betas.

— Então você é uma beta?

— E Noah é alfa, só que não um alfa que desafiaria o seu irmão mais velho, nem Tobias, eles todos tem essa coisa alfa de família, sangue puro, raça pura, alfa de alfas, que geram alfas, mas Noah tinha uma queda por mim, naquele tempo e suspeito que foi por isso que ele vivia viajando para lugares onde Caleb meio que contava onde eu estava.

— Então ele nunca confirmou sobre a queda por você, porque que pra mim era evidente dentro daquele carro.

— Me lembro bem que eu fiquei muito tensa, primeiro porque você tinha sido machucada por aqueles idiotas, quero dizer eu pensei que a klusklu era a responsável por te ferir, então Cam levantando que você devia ser do grupo ativista que odeia lycans, assim como toda essa coisa de desconfiança com você ser uma inimiga porque eu me lembro do dia da roupa eu não posso negar que tenho certa ressalva com membros da klusklu... Os odeio mais ainda agora que sei como eles são machistas e sexistas, mas não acho que você esteja fazendo isso por ordem deles.

— Então é isso? Acham que meu pai me mandou aqui para sei lá acabar com a alcateia mais poderosa do país?

— Lembra que falaram que não nos metemos com humanos, que só fazemos negócios e tal? Algumas vezes acontece, de misturar, é algo raro, salvo se for um companheiro predestinado, esse é arrebanhado para a alcateia.

— Não deixa de ser humano!

— Deixa sim... Você ainda não entendeu que você não é mais humana? Que não tem volta.

— Mas? Espere? Era isso que Cam tinha dito sobre a doutora ter mudado minha genética?

— Bom, não só a doutora, a mordida, o acasalamento, o sangue... Se eles tivessem esperado o curso natural das coisas, isso viria aos poucos, minha avó ele não se transforma completamente em minutos as vezes ela demorou quase uma hora, mas com os anos e toda a edificação do vínculo de companheiro ficou algo normal, mas meu tio foi afetado porque ele é o mais velho veio no meio disso, pelo menos penso que seja.

— Adivinha quem chegou? — Diz Milli entrando correndo com uma sacola grande rindo e pulando. — Eu não falho!

— Você as comprou ou você pegou emprestadas?

— Comprei, agora nossa Luna pode ficar mais a vontade por a casa.

— Milli sério que faz isso por mim?

— Então! Be é magricela eu sabia que nada ia servir, daí fui à loja da minha tia que sei que tinha algumas roupas, então eu fui até lá e as comprei, umas roupas íntimas, humanos gostam ouvi dizer. — Então pisco confusa, ela não me entrega a sacola, apena a derrama sobre a cama, duas calças jeans, três vestido curtos, um com o busto todo de elásticos com estampa de flores azuis pequenas, um que parece uma camisa social com alguma costura que o faz vestido jeans viscose fino e fresco, uma blusa de alças simples de seda branca, uma bata de rendidas de cerejas e branco e folhas verdes. Dois conjuntos de sutiã e calcinha. Umas cinco calcinhas de renda e dois tops simples.

— Obrigada Milli! Eu nunca tive uma amiga, mas acredito que vocês são algo que imaginei como um amigo cuida e trata o outro. — Mille me abraça apertado como ela é um pouco mais alta tenho que elevar meus pés, Betany faz um som engraçado e nos abraça.

— Vamos ser! Pan, eu sei que nada será fácil, nem eu ou Milli vamos dificultar sua vida.

— Eu agradeço.

Não vi sinal de Cammael, Noahel, Caleb ou Tobias durante o jantar, tanto Milli quanto Betany pareciam nem se importar de termos a imensa mesa de jantar e opulenta de marmore e vidro, como se tivessem preenchido os veios naturais com ouro e coberto com o vidro para deixar mais distante ao toque, as cadeiras eram confortáveis e estravagantes, indo do dourado no pés e estofados em creme, um aparador no mesmo designer da mesa, dois lustres grandes de cristal em gota lapidadas estavam sobre a mesa de pelo menos 30 lugares, a janela para uma área de jardins bens cuidados que lembravam um pouco alguma cena de castelo, piso em tom de cinza, todas cores ali eram empregadas de uma forma a se mesclarem, os quadros grandes nas outras três paredes eram familiar, várias gerações, algumas estuas do tamanho natural de algumas figuras pelo visto cultuadas adornavam os corredores, com alguns jogos de poltronas em belas janelas grande o suficiente para tocar o teto, a mesa do almoço tinha sido na área aberta próxima a piscina, as portas abertas integravam com a parte de fora, a cozinha estava mais próxima também aqui era como outro lugar, mas foi Mille quem me trouxe.

— O vestido ficou bem legal! — Milli comendo comenta.

— E eu vi seu cabelo porque o cortou?

— Be claro que foi porque ela quis ficar o mais distante da Candy. — Ao mencionar o nome elas riram.

— A tinta ruiva que usei e a descoloração foram prejudiciais, depois de alguns dias eu acabei querendo mudar, eu estava me sentindo diferente.

— Eu gosto do seu cabelo, mesmo que ele esteja meio curto... Já usei por muito tempo um corte parecido. — Be toma outro gole de vinho tinto e sorri. — Tem certeza de que não quer beber nem que seja um pouquinho.

— Eu tenho! Chega de vinho! Eu estava completamente bêbada de vinho quando tive essa ideia maluca.

— Ja fiz muitas coisas com a cara cheia.

— Acho que podemos imaginar Be!
— Sério? Eu perdi minha virgindade aos 15 anos em um porre.

— Enquanto eu nunca bebi, nunca transei, e nunca beijei. — De certa forma dá pra saber que Milli tem uma espécie de aura inocente pairando sobre sua cabeça.

— As boas e mas meninas. — Be brinda.

— Eu ja fui um pouco das duas então, um brinde! — Pego na taça apenas para brindar.

— Um brinde a aventuras. — Disse Milli rindo de um jeito travesso.

Depois do jantar ficamos um pouco na outra sala a de estar com moveis grandes e sofás imponentes com moveis entre preto e decoração de vasos brancos e dourados, as cortinas abertas para a frente da casa, o pátio, eu fiquei olhando a cidade se formando de certa forma essa casa era como o início da cidade como se todos os caminhos e ruas acabassem aqui ou aqui iniciassem.

Cam não voltou pra casa.

Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora