Asas Além do Céu

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O arrepiou correu pela espinha, de cima abaixo, trazendo consigo uma brisa gélida e desconfortável. Apertou os olhos sentindo a luz machucar eles sem ao menos abri-los, tentou abrir os olhos mas sentiu os mesmo arderem, fechando-os rapidamente. Ainda apertando os olhos sentia uma dor fortemente aguda nas costas, o soluço rompeu sua garganta, arfando pesado enquanto uma das mãos deslizou até um pouco menos do começo das costas.

O ossinho das costas estava latejando de dor, ao passar a mão nele estremeceu por completo. Era como de houvesse algo junto a ele, conectado, e ao encostar fazia seu corpo frágil e dolorido se contorcer. Tentou se virar na cama, mas parou assim que sentiu uma outra dor no corpo, na região do abdômen, olhando para ele franziu o cenho ao perceber uma faixa em torno dele, uma leve mancha avermelhada em um ponto específico. No lado direito do abdômen onde a mancha se acumulava mais, deslizou a mão sobre a faixa branca o corpo quente demais para algo normal.

Ao deslizar a mão percebeu uma outra diferença, as unhas estavam grandes e com as pontas finas. Abaixou o olhar para reparar no corpo todo. Estava sem camisa, apenas com o abdômen coberto pela faixa, as pernas cobertas por uma espécie de calça larga e um pouco curta, o final da mesma batia um pouco abaixo do fim da panturrilha, o pano sendo na cor preta.

Sentou-se afim de tentar se localizar, mas apenas se sentiu mais perdido.

Nunca esteve naquele lugar ou sequer o tinha visto, parecia um ninho, e até tinha algumas penas no chão de variadas cores, a mais predominante sendo branca.

Colocou uma mão na parede e se levantou, se encolhendo quando uma brisa gélida entrou pelo local juntamente com vultos pretos. Engoliu em seco tentando acalmar o coração acelerado caminhando até a entrada. Ao chegar perto dela se deparou com um homem.

Recuou assustado colocando a mão no ferimento.

O homem estava escorado na parede, olhos intensos e escuros fixos em si. O olhou de cima a baixo, assim como si mesmo que também o olhou.

Os pés estavam descalços, estava coberto apenas nas pernas com uma marrom, nela tinha alguns adereços desconhecidos por si, mãos com inúmeras veias saltadas e as unhas como a sua, o abdômen extremamente definido, os ombros largos assim como parte do peitoral era coberto por algo parecido com couro marrom mais escuro que a calça, cabelos loiros que roçavam em seus ombros, boca levemente grossa de uma cor vermelha leve, olhos incrivelmente vermelhos num tom escuro, o nariz longo com ponta fina, na parte de cima da cabeça erguiam-se chifres de base grossa e iam afinando a medida que se erguiam. Uma beleza exorbitante, mas, havia uma coisa que com toda certeza o deixou sem ar. Arfando ao constatar aquilo.

Asas.

Imponentes asas marrons escuro transitando entre variados tons de marrons entre as penas. As penas assim como os tons, variavam de tamanho, indo de grande a pequena, as asas eram enormes. As curvas das asas ficavam um pouco mais acima dos ombros largos dele, o fim deles indo até os pés descalços, curvando a ponta das asas.

O homem arqueiou as asas como se estivesse se exibindo, abrindo as mesmas o que fez o outro perceber que eram maiores do que havia achado.

Mordeu o lábio inferior enquanto virava as costas para ele, tentando voltar ao lugar da onde tinha ido. Encolhendo-se para não sentir o que havia em suas costas, sentia o farfalhar dele e o barulhinho que isso causava, trazendo mais espanto e terror do que encanto.

Tensionou o corpo ao sentir uma respiração forte em sua nuca, o ar quente afastando os fios levemente longos da cor preta.

A proximidade do outro homem fez o espaço das....coisas em suas costas ficarem apertadas contra o corpo pálido. O torso robusto contra as asas fazia-o sentir uma coisa estranha no estômago. As penas se arrepiado com a quentura que o outro emanava.

Asas Além do Céu {One Shot}Onde histórias criam vida. Descubra agora