Incontrolável

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CONSULTÓRIO DA DRA. THAIS.

Thais parecia finalmente convencer Roberto a se reconhecer responsável pelo relacionamento com várias mulheres. O relacionamento entre Sandra e Rebeca se mostrou uma prova vivia que bastou ele parar de escrever que as mulheres começariam a recuperar sua autonomia e viver de forma independente.

— Concordamos então que você exerce poder sobre elas?

— Ainda não estou certo sobre isso.

— Por que não?

— Veja, foi Sandra quem trouxe Rebeca para o grupo. A ideia é que ela ajudasse com os exercícios, mas, na verdade, já havia um interessa dela por Rebeca desde essa época. Já eram muito próximas quando estávamos todos juntos.

— Mas só assumiram o namoro agora. Por que não o fariam antes?

Roberto olhou para o teto, buscando as melhores palavras.

— Digamos que a Sandra não, é alguém que se mantenha presa a uma pessoa.

— Ela não se prendia a ninguém, mas se prendia ao seu harém.

— Você se engana. Ela saia com quem quisesse. Íris e Denise também.

— Então não havia um pacto de fidelidade a você?

— Claro que não. Entendo que devo entender minha responsabilidade pelos textos que escrevo, mas se minha influência sobre elas fosse tão indireta, como eu poderia assumir tanto controle assim?

Thais, torceu os lábios em silêncio e fez algumas anotações em sua prancheta.

— Entenda Roberto, quando falo que você as controla ou as, influência, não digo que o faz conscientemente. Justamente por se negar a reconhecer o poder que tem através dos textos é que permite que essa influência aconteça sem controle. Sandra e Rebeca só assumiram um relacionamento mais saudável quando deixou de escrever e influenciá-las.

— Entendo em parte o que diz, doutora. Só acho que é muito forte quando diz que controlo alguém. Principalmente Sandra. Ela é incontrolável.


SANDRA

Há algum tempo, cruzar as salas daquela empresa significa encontrar com um ou dois olhares maliciosos, ou sorrisos sapecas. Seria comum ser parada por alguém que futuramente reencontraria no banheiro ou na escada de incêndio. O dia a dia de Sandra era cheio de flertes e oportunidades de escapadas para transar. Porém, desde o dia em que foi atraída por Amanda para a sala oculta e participado de um menáge com Roberto, a frequência de suas aventuras diminuiu, pelo menos, com os amantes habituais. Passou a integrar um harém para o qual convidou Rebeca, por quem já guardava algum desejo. Com esse grupo sendo desfeito, seus laços com a ruiva se fortaleceram e elas assumiram um relacionamento. Sandra se distanciou dos demais amantes, principalmente os antigos, enquanto se dedicava a um relacionamento sério pela primeira vez.

Os olhares sugestivos de alguns colegas ainda continuavam, mas sem reciprocidade. Sandra sentia falta da emoção, de transar com uma pessoa diferente em um horário qualquer do dia. O grupo de Roberto e a sala oculta garantiam segurança da cumplicidade entre eles e um lugar secreto, sem riscos. A oportunidade de se aproximar de Rebeca tornou tudo melhor. Era perfeito, até ruir. A saudade do sexo casual e aleatório lhe proporcionava um sentimento grande de culpa, fazendo Sandra ser resistente a quaisquer flertes de antigos amantes, Sobretudo Denise, de quem mantinha distância. 

Não que o Relacionamento com Rebeca fosse ruim, pelo contrário. Elas se aproximaram mais e dividiram tudo, inclusive a saudade do harém. Sandra às vezes cogitava convidar Íris ou Amanda para estar com elas, mas temia ser julgada pela namorada, em função dessa nova fase. Assim, Sandra vivia uma luta silenciosa contra os próprios insistindo. Estava tendo êxito, até uma certa tarde.

Departamento das Fantasias Secretas IIOnde histórias criam vida. Descubra agora