Capítulo 17 - Ônibus

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— Até agora, tudo bem — Annabeth disse.

— Quinze quilômetros e nem um único monstro — Meddy continuou

— Ajude-me a lembrar: por que você me odeia tanto? — Percy disse.

— Eu não odeio você — ela disse.

— Posso estar enganado.

Ela dobrou o boné de invisibilidade.

— Olhe... é só que não deveríamos nos dar bem, ok? Nossos pais são rivais — Annabeth disse.

— Por quê? — Percy perguntou. Ela suspirou.

— Quantas razões você quer? Uma vez, minha mãe pegou Poseidon com a namorada dele no templo de Atena, o que foi super desrespeitoso — contou — outra vez, Atena e Poseidon competiram para ser o deus patrono da cidade de Atenas. Seu pai criou uma estúpida fonte de água salgada como presente. Minha mãe criou a oliveira. As pessoas viram que o presente dela era melhor, portanto deram à cidade o nome dela — Annabeth explicou enquanto andavam no táxi.

— Elas realmente devem gostar de azeitonas. — Percy disse.

— Ah, deixa pra lá.

— Agora, se ela tivesse inventado a pizza... isso eu poderia entender — Percy rebateu.

— Eu disse: deixa pra lá. — Annabeth comentou.

O trânsito ficou lento no Queens. Quando chegaram a Manhattan, já era pôr do sol e começava a chover. O taxista largou eles na Estação Greyhound no Upper East Side.

Em uma caixa de correio, preso com fita adesiva, havia um folheto encharcado com um retrato: VOCÊ VIU ESTE MENINO? Meddy arrancou antes que os garotos pudessem ver.

A chuva continuava caindo.

Eles ficaram impacientes esperando o ônibus e decidiram brincar de footbag com uma das maçãs de Grover. Annabeth foi incrível. Ela era capaz de arremeter a maçã com o joelho, com o cotovelo, com o ombro, ou o que fosse. Percy e Meddy não eram de todo ruim.

O jogo terminou quando Meddy arremessou a maçã para Grover e ela chegou perto demais da sua boca. Em uma mega mordida de bode, o footbag desapareceu — miolo, pedúnculo e tudo.
Grover enrubesceu.

Ele tentou se desculpar, mas Annabeth, Meddy e Percy estavam muito ocupados, dando risada.

Finalmente, o ônibus chegou. Enquanto estávamos na fila para embarcar, Grover começou a olhar em volta, farejando o ar do jeito como farejava seu lanche favorito na cantina da escola. Eles foram para os últimos assentos, perto do toalete, como Meddy e Annabet haviam previsto.

— Não é possível que o sagrado tenha esse cheiro — Percy disse olhando para Meddy e Annabeth enquanto um homem passava por eles.

— Estamos em uma missão, não de férias — Annabeth respondeu.

— Valeu por deixar isso claro, mas isso é tão importante, por que o Quíron não arranjou passagens de avião? — Percy perguntou — parece que essa missão não é prioridade, né? — ele disse, olhando para Grover ao seu lado próximo à janela.

— Desculpa, eu achei que alguém tinha te contado — Grover disse.

— Contado o quê? — Percy perguntou, olhando para os três.

— Percy, não são só os monstros que vão tentar nos impedir — Grover disse.

— Nós dois somos filhos proibidos, Zeus pode decidir acabar conosco com as próprias mãos — Meddy contou, olhando para ele — o céu é o domínio dele, a gente ia se entregar de bandeja pra ele, se viajasse pelo céu — Meddy explicou olhando para seu irmão cautelosa.

(1) Daughter of the Sea - Luke Castellan Onde as histórias ganham vida. Descobre agora