Capítulo 37 - Colocar meu fígado à prova agora

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POV de ...

Por volta das oito e meia da noite, o vento gelado cortava a atmosfera de um determinado centro urbano norte-americano, que ao longo das margens do extenso Missouri River, sinalizava o andamento de um dos anoiteceres mais aguardados do ano, marcado pelo desfile de crianças em trajes que navegavam do humor à escuridão, impulsionadas pelo fervor de uma incansável busca açucarada, inaugurando assim, o estereótipo tão icônico do tradicional período que não apenas encerra o mês de outubro, como fortifica uma tradição, desperta memórias e, acima de tudo, cria momentos, assim como a curta introdução da história que será contada agora.

Quase como um segredo bem guardado, tudo se passa numa prestigiada instalação, intitulada de Royal Golf Club, que agora estava inteiramente dedicada aos heróis locais, o que obviamente indica que não estamos falando de políticos, mas sim dos jogadores da principal agremiação esportiva da cidade, o Kansas City Chiefs, atual franquia campeã do Super Bowl. Nesse sentido, dezenas de casais, compostos por atletas e seus respectivos pares românticos, começavam a chegar, cada dupla tão esplendidamente caracterizada quanto as crianças nas calçadas, mas com um toque sofisticado e planejado, entre o assustadoramente inventivo e o elegantemente peculiar.

A entrada exigia que todos cruzassem a frente do clube, normalmente um símbolo de tradição e formalidade, neste momento transformado em um cenário que poderia ter sido retirado de um conto gótico, com gigantescas teias de aranha estendidas entre colunas dóricas e medonhas abóboras iluminando o trajeto até os portões, meticulosamente decorados para apresentarem um aspecto desgastado. Ao atravessarem seu limiar, todos eram recepcionados por um amplo salão, onde a ambientação sombria rivalizava com o que se encontrava do lado de fora, quase como se estivessem em um reino das trevas, mas sob um clima descontraído, onde referências ao esporte amado bailava em cada sombra.

— Hey. — A palavra de Travis desliza num sussurro rouco, embora suave, sendo direcionado à sua notável namorada, enquanto ambos se encaminham à entrada do salão interno, percorrendo o estacionamento atrás dos Bell's, um dos casais de amigos como os já presentes lá dentro.

— Hum? — Naquela meia-sombra pouco luzente, Taylor ecoa com a voz baixa e um tanto ansiosa, conforme seus olhos azuis buscam os matizes dos dele, e o aperto de suas mãos entrelaçadas se fortalece, quase como uma resposta aos passos que dividem, alheios à conversa do par à frente.

— Eu te amo. — A confissão é permeada por uma rara vulnerabilidade masculina, mas que para ele era algo habitual, numa clara tentativa de curar o leve mal-estar deixado pela pequena desarmonia que tiveram no carro, quando ela desconsiderou sua gentileza ao não esperar que ele abrisse a porta.

— Ah, é? — Envolta por uma ironia tão fina que por um fio não se confunde à disputa anterior, qualquer incerteza desaparece quando a rivalidade se transforma em um flerte. — Acha que consegue competir comigo nisso também? — Desta forma, um tímido sorriso nasce mutualmente, como o gancho invisível de uma trégua.

— Acho, mas vou deixar você pensando que ganhou de novo. — A provocação soa como uma música, sugerindo uma paquera que incita leves risadas, o que irradia intimidade e conexão, assim como o gesto dela ao descansar a cabeça no ombro dele, deixando para trás qualquer resquício de tensão.

— E minha resposta? — Jocoso, mas carinhoso, ele questiona ao desfiar o elance de mãos, substituindo-o por um abraço que envolve o ombro dela, antes de um leve movimento, procurando contato visual, resultar num esbarrão entre seus chapéus, adicionando um toque cômico àquela doce interação.

Com Amor, Taylor & TravisOnde histórias criam vida. Descubra agora