Quando tudo começou

Cap 8

Dalton Vigh

— Não, por favor não, me solte — Acordo com Thais aos gritos do meu lado

Ela se debate nos lençóis, a respiração descompassada, um tremor involuntário no seu corpo. Obviamente está tendo um pesadelo com Alex.

— Thais ? Meu amor ? — Seguro levemente sua face entre as mãos

— Socorro, me ajuda — Ela continua se debatendo

— Meu bem, acorda ! Estou aqui com você — Sussurro ao seu ouvido, ao mesmo tempo em que levo minhas mãos aos seus braços

Então ela parece recobrar a consciência, abre os olhos e se põe de pé, numa velocidade irreal. Seu olhar transmite medo, enquanto os meus, tentam de alguma forma acalmá-la.
Sentado na cama, estendo as mãos pra ela, que exita em se aproximar de mim.

— Tá tudo bem querida, sou eu — Meu tom de voz é suave

— Eu… — Seus olhos enchem de água — Me desculpe, tive um pesadelo horrível, estou um pouco assustada — Ela diz, depois de alguns segundos em silêncio

— Sim, você está. Mas não se preocupe, estou aqui do seu lado — Seu braço é estendido em direção ao meu, de forma cautelosa, nossos dedos se tocam, ela fecha os olhos e deixa as lágrimas caírem, para então se aproximar e sentar junto a mim

— Estou com medo — Confessa

— Eu sei — Acaricio seu rosto com cuidado — Essa dor vai passar, eu prometo — Aviso

— E se não passar ? — questiona — Nunca me senti tão vulnerável assim, na vida — Complementa

— É normal que esteja sentindo tantas coisas ao mesmo tempo, você passou por algo que jamais pensou que fosse acontecer um dia. É tudo muito recente na sua memória, os dias vão passar e essa dor vai diminuir aos poucos, até desaparecer completamente e eu vou estar do seu lado, durante todos os momentos — Afirmo e ela me abraça

— Obrigada, por ser tão incrível comigo — Declara, visivelmente abatida

— Não tem nada que agradecer, minha linda. Agora vem — Nos afastamos do abraço — Você precisa descansar — Deito na cama e ela se aconchega no meu peito

Faço carinho nos seus cabelos, até ela pegar no sono.

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Na manhã do dia seguinte, depois de ter preparado o café da manhã, subo para o quarto com a bandeja e espero ela acordar.
Enquanto isso não acontece, aproveito para enviar alguns e-mails, pelo celular.

— Dalton ? — Ouço meu nome ser pronunciado pelo seus lábios, ao mesmo tempo em que seus olhos se fixam aos meus

— Bom dia, meu amor ! Está melhor ? Conseguiu dormir bem ? — Me aproximo da cama e sento ao seu lado

— Bom dia — O canto de sua boca se forma em um meio sorriso e como é bom vê-la sorrir, depois de tudo que aconteceu — Estou melhor sim, consegui dormir um pouco… Obrigada por ter ficado aqui comigo — sua mão toca a minha

— Preparei o seu café da manhã, do jeitinho que você gosta — Aponto para a bandeja ao lado, no criado mudo

— Obrigada ! Está com uma cara ótima. Desde quando conhece os meus gostos ? — Se surpreende

— Desde as gravações da novela, você sempre comentava algo sobre si mesma, e eu absorvi cada detalhe, acredite, sou bom com memórias — Sorrio, na tentativa de animá-la um pouco