Capítulo 03

23 7 28
                                    

— Rainha, desde o seu nascimento há uma ameaça de ataque ao reino, conseguimos para-la no passado, mas infelizmente não foi há tempo, perdemos sua mãe, a rainha Annabeth.  — Começou o conselheiro. — Não sabemos o motivo, mas sabemos que há um traidor entre nós e essa pessoa se esconde muito bem, há vinte e cinco anos.

— Golpe de estado?

— Não, majestade. Essa possibilidade ficou fora de cogitação lá no passado. — A sacerdotisa Sabrina se aproximou de mim. — É algo muito mais grave e muito mais poderoso do que até mesmo todos os deuses juntos.

Sabrina segurava um gato preto em seus braços e passava levemente as unhas em seu pelo.

— Salém...

O gato ronrono ao ouvir a voz dela e miou.

— Faça tudo como ordenei. — Miou mais uma vez. — Majestade, permita-me dá-lhe Salém como presente. Ele estará vinte quatro horas próximo a senhora e será seu protetor espiritual em minha ausência. Durante seu sono, te protegerá de possíveis ataques, como o que matou sua mãe.

A sacerdotisa se curvou, segurando o gato acima da sua cabeça. Eu peguei o felino que logo me mostrou as presas e basicamente me ameaçou com aquele miado seguido de um som arranhado de sua garganta.

Eu que mostrei as minhas presas, ou melhor, da minha deusa e quem rugiu foi eu. O gato se achando mais supremo do que eu, me olhou com desprezo e virou o rosto, lambendo a para.

Eu apenas ri, pela audácia do gato e a cara de espanto da Sacerdotisa.

— Vai ser divertido. — Falei.

Segurando um sorriso, o conselheiro se aproximou até ficar ao meu lado.

— Perdão, majestade. — Continuou a sarsedotisa. — Há vinte e cinco anos, eu detectei uma energia muito poderosa cercar o nosso reino, mas essa energia só foi notada após a queda daquela águia. Não havia como ter outra criança com o espírito da águia, pois a celebração do encontro das almas, mesmo que com interferências, aconteceu. Logo em seguida os deuses escolheram os nós aliados e protegidos.

— A pessoa que irá me suceder, quando eu me for, será meu sobrinho.  E os deuses já haviam me dito que era ele. Então, de onde vinha aquela criança?

— Suspeitamos que poderia ser a alma fugitiva do inferno que aproveitou a abertura dos portais para desviar do seu castigo e intervir nos assuntos divinos e terrestres. — Continuou a sarsedotisa. — Quando eu estava para matar a criança, alguém simplesmente a levou de debaixo do meu nariz.

— Duas almas fugiram do inferno e passaram aqueles portais, uma sabemos que caiu aqui em nosso reino, a outra não foi encontrada. No mesmo dia que a senhora nasceu, nasceu também a pessoa destinada a senhora, mas essa criança sumiu.

— O que inferno estavam fazendo que simplesmente não conseguiram proteger a minha mãe, o reino e deixou que uma criança importante sumisse e duas de caráter duvidoso ficasse solta por aí?

— Perdão, majestade. — Falaram.

— Como conseguiram matar a minha mãe?

— Magia através dos sonhos. O momento durante e após o seu parto, deixou sua mãe vulnerável, assim como qualquer fêmea. Ela estava no auge da proteção, porém estava fraca ao mesmo tempo, emocionalmente. Quem lançou esse feitiço, ultrapassou todas as barreiras de proteção. Nós, deusas gatas somos as feiticeiras mais poderosas e as únicas pessoas capazes de derrubar um feitiço nosso, são os deuses ou magos supremos.

— Então está me dizendo que há um Deus envolvido nisso? Ou um mago do conselho supremo?

— Sim. — Responderam.

Além de Reinos e Mundos Onde histórias criam vida. Descubra agora