com o vento eu vou

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"Quando ficamos mais velhos passamos a pensar que os problemas são mais fáceis de serem corrigidos, a questão é que as coisas não se tornam mais amenas e sim nossos ombros que se alargam o suficiente para sermos capazes de carrega-los sem que nossas costas se dobrem"
(K.S- sobre as coisas que não escrevi)

Sufocando, era assim que ele se sentia, uma escuridão que obstruia sua visão e mente, seus membros estavam dormentes, ciente de que não estava morto ele não conseguia acordar, por mais que tivesse a necessidade de vigilância ele não conseguiu abrir os olhos e notar o seu redor. Algo ressoou no seu espaço, uma presença constante, calma, kurama, isso era bom, ele não estava sozinho, então a inconsciência o arrebatou por completo.

Descanso. Ele pensou.

Ao emergir da névoa temporal, sentiu-se um estremecer incomun, parecia que naquele mundo emergia algo que a ele não pertencia, ao ativar o selo naruto criou uma variável, apesar de existir ao mesmo tempo não o fazia, naruto tornou-se uma variável de si mesmo, a identidade que antes lhe pertencia agora não lhe serve mais.Chegou aquela era em carne viva, resultado de sua escolha,  parecia mais a morte encarnada, doeu, fisgou, repuxou, no entanto do que valeria seu esforço se ali morresse?


Onde atingirá era possível ver um cenário inusitado, um mundo primordial banhado pela luz dourada do sol incipiente, onde a natureza resplandecia em seu esplendor. As montanhas se erguiam majestosas, os rios serpenteados pelos bosques exuberantes, e no horizonte distante, as aldeias shinobi despontavam como joias fulgurantes, símbolos de uma prosperidade outrora perdida.

No raiar do amanhecer, o sétimo senhor se fez presente.

Imerso na sombra nefasta do desespero. Seu espírito, dilacerado pelas cicatrizes do apocalipse shinobi, clamava por redenção, por uma oportunidade de reparar os erros do passado e salvar as almas perdidas na voragem da destruição. sob o manto etéreo da transcendência temporal,  arrebatado pelas garras místicas da regressão, rumo aos alicerces primordiais da existência, onde o fluir anacrônico das eras corria como um rio de memórias ancestrais esse ser de alma endurecida colidiu com existências a muito sepultadas.

Naufragado na inconsciência, Um turbilhão de emoções tomou conta do coração do Jinchuuriki, enquanto seus olhos se perdiam na escuridão do coma, sua mente ainda enfrentava o peso de uma guerra, incapaz de fitar o mundo diante de si, um mundo intocado pela tragédia. A dor da perda e o remorso pela impotência se mesclavam em sua alma atormentada.
                                      
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Passos eram notados, projetando silhuetas ao redos daquele desconhecido inconsciente, as presenças que contemplavam aquela cena estreitaram os olhos, As sombras dos Shinobis do Esquadrão ANBU dançavam em meio aquela destruição carmesin, orientando-se pelo rastro turbulento de chakra que se distorcia na periferia da aldeia oculta. Seus olhos treinados capturaram cada sutileza do entorno, mergulhando na iminente ameaça que se insinuava nas nervuras do firmamento. E então, como espectros enigmáticos, avançaram destemidos rumo ao epicentro da perturbação, onde os alicerces da realidade pareciam desfazer-se sob o peso de um poder inexorável.

Ao alcançarem a borda da cratera fragmentada, que pulsava com uma energia ancestral, seus semblantes escondidos enrijeceram-se em contemplação. Ali, no cerne da devastação, jazia um homem destroçado pela tormenta do desencontro, sua figura enovelada em desespero e agonia. A sinuosidade de seus músculos esquálidos tremulava sob a carnificina do embate, refletindo os rastros de uma luta.

ruínas de quem souWhere stories live. Discover now