Capítulo 14

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Soraya: 🍬

— Filha, você... Você está tendo um caso com a mulher da sua melhor amiga? — Perguntou indignado. E eu arregalei meus olhos não sabendo o que dizer.

Fiquei paralisada perante a sua pergunta que me pegou de supetão, jamais imaginaria que meu pai iria descobrir, só estava confusa me perguntando mentalmente sobre como ele sabia isso.

Será que tinha ouvido os gemidos? Meu Deus, eu espero que não.

— Então, Soraya... Não vai me responder? — Meu pai perguntou colocando as mãos na cintura, ainda me olhando indignado.

— C-Como o senhor soube? — Perguntei guaguejando diante do nervosismo que eu tentava a todo custo esconder.

— Vi o beijo que a Simone deu em você antes de sair daqui. — Meu pai comentou me fazendo engolir seco. Logo depois deu passos pequenos se aproximando de mim. — Não sei se isso é coisa de jovens, mas no meu tempo não tinha essa de beijar a mulher dos outros.

— Pai, eu posso explicar... — Proferi me afastando dele sem olhar em sua cara.

— Então comece, porque eu quero saber o que exatamente você tem com a mulher da Janja. — Pronunciou cruzando os braços enquanto se encostava na beira da pia.

— A-A... — Abri a boca e fechei tentando pronunciar alguma palavra, mas nada saia. Até que suspirei fundo tentando me acalmar. — A-A Simone, e eu estamos tendo um lance... — Expliquei com cautela para ele não surtar na minha frente.

— Um lance? — Perguntou com a sombrancelha arqueada, e eu assenti respondendo sua pergunta. — Um lance que envolve sexo? — Perguntou novamente me fazendo corar e hesitar em responder.

— É... Talvez... Eu não sei! — Embolei as palavras tentando me justificar, porém estava ficando cada vez pior. — De qualquer forma tudo o que estamos tendo agora vai passar, isso é apenas uma fase! — Declarei apreensiva.

— De qualquer maneira está traindo sua melhor amiga. — Falou descruzando os braços. — Sabe disso, né?

— Eu sei disso! — Afirmei dando ênfase. — Sei muito bem que isso é errado, sei muito bem que eu estou colocando em risco a nossa amizade, sei muito bem que eu posso machucar ela, sei muito bem que estou a traindo. — Surtei altamente descontrolada. — Mas simplesmente aconteceu... — Soltei um suspiro olhando para ele. — E isso não é da sua conta.

— Tem razão, não é da minha conta! — Suspirou profundamente se aproximando novamente de mim. — Mas você é minha filha, e eu sou o seu pai. — Pronunciou tocando em meus ombros. — Sabe que pode contar comigo sobre tudo.

— Não posso contar com você sobre tudo. — Contei semicerrando meus olhos. — O fato da minha irmã está namorando aquele velho e você não está fazendo nada a respeito para impedir, é a prova de que eu devo contar com você.

— Soraya...

— Não, pai! — Tirei suas mãos do meu ombro. — Você não está sendo digno da minha confiança, e tudo porque sua filha de 15 anos está com um pedófilo.

— Soraya, eu já disse para você não tocar nesse assunto. — Falou seriamente fixando seu olhar no meu. — E isso não vem ao caso. Estamos falando do seu envolvimento com a Simone Tebet.

— Está me julgando agora? — Indaguei enfurecida. — O senhor não tem moral 'pra julgar ninguém, traiu a mamãe quando eu tinha dez anos de idade. — Disparei deixando ele com os olhos arregalados.

Droga, não era bem isso que eu queria falar, mas infelizmente meu pai havia traído minha mãe, e isso aconteceu quando eu tinha dez anos.

Lembro que minha babá Fernanda — quando ainda era viva — ela tinha me levado até a empresa de meu pai, porque eu queria muito ver ele depois da escola, mas assim que entrei na sala dele de supetão para lhe fazer uma surpresa, acabou que eu e Fernanda fomos surpreendidas com ele aos beijos com a secretária em cima da mesa.

Doce Traição (Simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora