Capítulo 9

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No imponente castelo da Barganha, Malévola, a Fada Má, repousava em seu trono com uma atitude de indiferença majestosa, suas pernas esticadas e apoiadas com desdém no braço do assento, enquanto o som metálico de uma lixa de unhas preenchia o ar. "Você fez como eu pedi?", indagou, sua voz carregada de expectativa, ecoando pelos corredores sombrios do castelo.

Hildy, sua filha caçula, permanecia diante dela, envolta em um halo de malícia, uma aura que combinava perfeitamente com a da mãe. "Sim, está tudo nos conformes." As palavras escapavam dos lábios de Hildy, tingidas com um toque de prazer pela tarefa realizada, recebendo em resposta o sorriso de aprovação de Malévola.

"Ah! Essa é minha garotinha desagradável", Malévola disse com um traço de orgulho, congratulando sua filha mais nova. "Agora, resta apenas um último passo a dar." Com determinação, ergueu-se de seu trono, ajustando as dobras de sue vestido negro com um gesto ágil.

"Você tem certeza sobre isso?", indagou Hildy, um lampejo de apreensão refletindo-se em sua expressão.

"Em tempos como estes, precisaremos de toda a ajuda disponível quando os muros da barreira desabarem", Malévola respondeu, sua voz impregnada de convicção, seu olhar fixo em um futuro onde as trevas reinariam supremas.

"Sim, mas não confio nele", Hildy murmurou, um franzir de sobrancelhas denunciando sua desconfiança.

Malévola riu, um som que reverberava como o próprio eco da maldade, e respondeu: "Ah, minha jovem selvagem, estamos em uma ilha infestada de traidores. A confiança é um luxo que não podemos nos dar aqui".

"Mas então...", Hildy começou, sua confusão evidente em sua expressão.

"Não se preocupe, minha querida. Eu sei exatamente o que estou fazendo", Malévola assegurou, sua voz um sussurro carregado de certeza sombria.

"Se você diz...", Hildy cedeu, seus braços cruzados em um gesto de resignação.

"Lembre-se do nosso acordo. Se seu irmão questionar...", Malévola instruiu, seu olhar fixo e penetrante.

"Você saiu para buscar algumas ervas com o Dr. Facilier", Hildy respondeu, um suspiro de irritação escapando de seus lábios.

"Exatamente. Agora, devo ir", declarou Malévola, envolvendo-se em uma capa escura para ocultar sua presença, antes de desaparecer pelas sombras dos guetos imundos da Ilha dos Perdidos, em direção ao seu destino.

"Espero sinceramente que saiba o que está fazendo, mãe", murmurou Hildy para si mesma, observando a figura sinistra de sua mãe se afastar pela janela do castelo.

Após percorrer um labirinto de becos sombrios e decadentes, Malévola finalmente chegou ao seu destino. Diante da porta de ferro maciço, ostentando uma placa que proclamava "INFERNINHO", a Fada Má arqueou uma sobrancelha com um desdém palpável.

"Que original", ela murmurou com um toque de sarcasmo, antes de pressionar a campainha. Instantes se arrastaram até que a porta se abriu e um homem surgiu diante dela.

"O que você quer?", a voz do homem era um grunhido áspero, carregado de desconfiança.

"Vim falar com o seu chefe", respondeu Malévola com frieza cortante, sua presença irradiando autoridade implacável.

"Ele não recebe visitas", o homem retrucou com um cinismo malicioso, cruzando os braços em desafio.

"Ele vai querer receber a minha", Malévola declarou, retirando sua capa com um gesto lento e deliberado. Seus olhos brilharam com uma luz sombria enquanto observava a expressão de terror se espalhar pelo rosto do homem.

Descendentes - RedençãoWhere stories live. Discover now