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LANDYN

Se quero andar, hoje, sem pijama

Não é por que ninguém pediu

Já que na rua ou no travesseiro

No fim das contas, quem decide sou eu.

(Soy Mia — Natti Natasha)


Como é de costume de uma sexta-feira a noite, a Manhouse está lotada.

O aroma sedutor no ar e as luzes sutis está me deixando com um pouco de dor de cabeça, mas sigo fazendo meu trabalho.

Uma cantillon aqui, um Red Stripe ali, uma dose do uísque mais caro lá. Essa é basicamente a minha noite. Há uns dois anos, eu também estaria preparando drinks especiais para um monte de pessoas ricas, que são muito frescas para tomar apenas uma simples dose de uísque ou uma cerveja normal.

Preparo os pedidos da cabine quinze em menos de dois minutos, mas Emy não está em lugar nenhum para levar. Contraio a mandíbula, sentindo minha cabeça explodindo com uma dor aguda.

— Você viu a Emy? — pergunto para Lilian, que está fazendo o drink da casa.

Ela sacode a cabeça em negativa enquanto derrama uma vodca cara no copo.

Vou até Helen, que está abastecendo o estoque de cerveja em um dos freezers, e toco seu braço.

— Viu a Emy? — Minha voz sai um pouco elevada, para ser escutada sobre a música alta.

— Ela foi ao banheiro. — Ela grita de volta. — Está naqueles dias e precisou trocar o absorvente.

Merda.

Anuo para ela e volto a olhar para o salão da boate em busca de alguém que não está servindo no momento, mas todos que encontro está carregando uma bandeja cheia ou pegando pedidos.

— Droga. — Resmungo para mim mesma, coçando a nuca enquanto minha mente roda em busca de uma solução.

Não sei quanto tempo Emy vai ficar no banheiro, e os clientes não podem esperar muito.

— Helen! — Eu chamo a mulher que já está acabando de colocar as cervejas no freezer. — Fica de olho aqui no balcão? Vou levar esse pedido para a mesa quinze.

Ela assente.

— Pode deixar!

Eu enxugo as palmas da mão no meu jeans e pego a bandeja de prata, dando a volta no balcão. As luzes suaves e cintilantes dançam sobre as paredes decoradas com obras de arte, incitando a dor em meus olhos. Eu pisco algumas vezes, tentando mantê-los abertos enquanto desvio das cabines e das pessoas curtindo. Os lustres extravagantes lançam reflexos dourados pelo ambiente e o cheiro distintivo de perfumes finos e fragrâncias exóticas flutuam pelo ar direto para minhas narinas.

Quando chego na cabine quinze, encontro três dos clientes mais frequentes da Manhouse, junto com duas mulheres, que nunca tinha visto antes. Começo a distribuir as bebidas, equilibrando a bandeja em uma mão com a facilidade de alguém que já fez isso muitas vezes.

Uma das mulheres — uma ruiva com um corte de cabelo curto — pega a garrafa da cerveja e faz uma careta.

— Eu não bebo isso. — diz ela com desgosto.

— Perguntei o que você queria, e você disse que o mesmo que eu. — O cara que está sentado ao seu lado diz, erguendo a própria cerveja e tomando um gole.

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⏰ Last updated: Mar 28 ⏰

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