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Park Nayeon

Eu olhava para um ponto aleatório da enfermaria fixamente, sentindo dores afiadas queimarem meu nariz. O curativo estava me deixando desconfortável e parecia pinicar, tocando no ferimento.

Ao que a enfermeira disse, não aconteceu nada de muito grave, apenas era possível que algum vaso sanguíneo tivesse sido rompido. O sangramento durou por muito tempo e em excesso, e a cada movimento de minha cabeça, meu nariz doía profundamente.

Desse modo, só encontrei mais um motivo para odiar Park Sunghoon.

No exato momento em que senti o grande baque, a bola cair no chão e uma diferente sensação em meu rosto, minha vista se embaçou por alguns segundos. Só voltando ao normal quando vacilei para trás, caindo na quadra e vendo Heeseung se ajoelhar em minha frente, dizendo algo que eu não conseguia ouvir, pois meu ouvido estava zunindo.

Fui levada para a enfermaria sem demora, coisa que não me lembro muito bem como, minha cabeça estava longe da realidade.

Eu estava ali, sozinha na maca, fazia alguns minutos. A enfermeira estava ocupada e tinha me deixado depois de me receitar analgésicos para dor. Meus pensamentos ruins e ansiosos me consumiam, ao assistir o nada. Tentei acalmar minha respiração, a qual permanecia agitada como os batimentos do meu coração.

Olhei para as minhas curtas unhas, tirando alguns pedacinhos de forma nervosa com a outra do polegar. Meus dedos tremiam, e ao estar agoniada, a dor só aumentava.

Um nó se formou em minha garganta, respirando mais apressadamente, com a boca, já que o ferimento dificultava ao puxar o ar e fazia arder ao soltar.

Então, de repente pude escutar um rangido da porta da enfermaria. Estiquei o pescoço, avistando surpresamente Jaeyun e Beomgyu entrarem dentro do espaço.

— Nayeon! – Jake exclamou, vindo depressa para perto de mim – Você está sozinha aqui?

— Como está se sentindo? – o outro perguntou, também próximo.

Abri a boca para responder, mas uma dor incomoda surgiu e fiz uma careta. Eles olharam preocupados para mim, mas fiz questão de responder.

— Estou melhorando – falei, já acostumando com a pontada de dor – Não imaginei que vocês viriam…

— Mas é claro que viriamos! – o australiano disse, puxando um banco para se sentar em minha frente – Ficamos tão preocupados, é sério. Foi apavorante.

— Até mesmo Sunghoon pareceu traumatizado. Acho que pesou a consciência…

— Foi sem querer, não foi? – perguntei, hesitante.

— Provavelmente. Ele não teria motivos para causar um mal tão grande a você – Beomgyu disse, sorrindo pequeno – Aliás, quebrou?

Neguei com a cabeça.

— Não foi nada grave – respondi, dando de ombros – Só dói um pouquinho ainda.

— Ela passou remédios para você tomar, né? – Jake perguntou – Se precisar, podemos comprar para você também.

— Não se preocupe com isso. A enfermeira passou alguns analgésicos e até me disse para ir no hospital, se preciso. Mas não é nada demais, logo estarei bem.

— Ah, que bom. Se não o Heeseung surta… – Choi disse baixinho, recebendo um tapa em suas costas de Jake.

— Beomgyu, eu te disse que não…

— Onde está o Heeseung? – perguntei rapidamente, sem deixá-los dizer mais nenhuma palavra.

Eles se entreolharam, com os olhos em desespero. Jaeyun mordeu os próprios lábios, desviando o olhar.

𝗦ilent Class | Lee Heeseung Where stories live. Discover now