★ Cap 15 ★

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Alguns dias com Nick no hospital16:35 PM

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Alguns dias com Nick no hospital
16:35 PM

Minha cabeça estava completamente atordoada, hoje de manhã eu soube que meu filho ia ter alta. Ali eu me senti mais aliviada, mas então começou outro problema, eu estava sangrando e sentindo dores sem nenhum motivo aparente, pra piorar eu tava sozinha em casa presa no banheiro, não conseguia nem chegar perto do celular por que não tava dando pra levantar, então a única coisa que eu podia fazer era gritar

- A gente vai ficar bem amor, alguém vai nos escutar tirar daqui, aguenta um pouco mais - Digo com bastante dificuldade segurando a barriga

Eu não tinha mais o que pensar a única coisa que eu fiz foi rezar pra que o Tom voltasse a tempo, eu não conseguia mais conter meu choro. Então eu ouvi Tom chegar e gritei mais ainda

- AMORR, ME AJUDA... - Gritei com as poucas forças que eu ainda tinha

- Vida, onde você tá??? - Ouvi Tom gritar me procurando

- No banheiro... - Senti meu corpo inteiro enfraquecer

Minha visão ficou turva e eu estava vendo tudo embaçado, vi malmente Tom entrando no banheiro desesperado me envolvendo nos braços dele e me carregando pra fora do banheiro

- Bill!!! liga o carro, dirige até o hospital o mais rápido possível - Ouvi Tom gritar

- Meu Deus - Ouvi Bill dizer preocupado

- Vida, não desmaia, fica comigo por favor, não desmaia - Ouvi Tom dizer enquanto me levava pra trás do carro

- Pai, o que ta acontecendo com a mamãe, ela ta sangrando - Ouvi Nick dizer chorando

- Ela vai ficar bem filho, vamos pro hospital - Tom diz segurando firmemente minha mão

- Se segura!! - Ouvi Bill dizer enquanto acelerava o carro

No meio da gritaria eu desmaiei, mas minutos depois acordei e já estava em uma sala de cirurgia, tinha muitos médicos em minha volta, então apaguei de novo, alguns minutos eu acordei de novo e vi eles com as mãos cheias de sangue

- O que... ta acontecendo... - olho desesperada pro Tom que estava com o rosto virado pro outro lado

E ai eu tive meu último desmaio, esse demorou mais do que os outros, por que quando acordei eu já estava numa sala normal com a roupa de hospital. Procurei com os olhos pelo meu marido, mas eu estava sozinha na sala. Fiquei raciocinando o que tinha acontecido, até alguém entrar

- Oi Abby - Bill entra com uma cara não muito boa e um ar bem pesado

- O que aconteceu? cadê o Tom? - pergunto confusa

- Ele tá.... resolvendo umas coisas - Bill faz uma breve pausa

- O que? - pergunto e bill fica calado brincando com os dedos - Bill!! Me fala o que ta acontecendo - falo nervosa

- Abby... eu não sei como te dizer isso, nem sei se eu sou a melhor pessoa pra te dizer - Bill abaixa a cabeça

- Minha filha tá bem né? - pergunto já lagrimando

Bill balança a cabeça em negação, notei que ele havia engolido o choro

- Não, não, isso não aconteceu, ela ta aqui não ta? ela ainda ta aqui - Levanto o lençol que estava em cima de mim e depois levanto o vestido com minhas mãos tremendo eu vejo os pontos

- Eu sinto muito Abby - Bill fala baixo

Engoli em seco, eu estava em choque, as lágrimas se encheram nos meus olhos e eu não sabia mais no que pensar, fechei os olhos com toda as minhas forças e desabei como nunca havia feito antes na minha vida

- Amor... - Tom veio até mim e me abraçou

- Ela ta não ta morta tommy.... ela não ta - enfio minha cabeça no peito dele não querendo que aquilo fosse verdade

- Eu sinto muito vida.... - Tom diz começando a soluçar junto comigo

- Não!!! não, ela não ta morta, não faz isso, cadê minha filha Tommy.... cadê minha filha!!! - Empurro ele e começo a perguntar pela Manuella sem parar

- Amor... não faz isso - Tom diz tentando engolir as lágrimas

- Eu quero ver ela... - falo controlando minha respiração

- Melhor não vida... - Tom se aproxima

- Eu quero ver ela Tommy!!! - encaro ele

- Deixa ela ver Tom... - Bill puxa Tom pra trás

Bill e Tom saem da sala, eles demoram um pouco, mas logo eles vêm com a Manuella morta no pano. Respirei fundo e minhas lágrimas rolaram sem parar no meu rosto mais uma vez

- Você quer que a gente enterre ela ou acha melhor cremar? - Bill pergunta

- Melhor enterrar - Falo engolindo o choro

- Okay, me dá aqui Tom - Bill pega o lenço e leva embora

- Vida... - Tom se aproxima - Me perdoa - ele abaixa a cabeça

- Não é culpa sua Tommy.... - Me deito e viro a cabeça pro outro lado

Naquele dia, não só a Manuella morreu, mas algo dentro de mim também se foi, alguns dias no hospital eu fui liberada e era como se alguma coisa tivesse roubado minha voz por alguns dias, eu não falava mais nada, apenas escrevia sempre que queria dizer alguma coisa. Além de sempre ir visitar onde a Manuella foi enterrada

Eu não dormia mais com Tom, preferia dormir no sofá, me sentia tão culpada com a morte da Manuella que eu não queria que ele olhasse pra mim e lembrasse o quão fracassada eu sou por perder nossa filha. Além disso eu nem conseguia dormir, sempre ouvia choros de criança por toda casa, o que me deixava atordoada

Todo mundo havia entendido meu silêncio, ninguém fazia questão de apressar minha superação, o que era bom, por que isso só iria piorar as coisas. A vida não era mais um mar de rosas, não era mais tão bela, ela estava vazia, silenciosa, estava em preto e branco. As melodias de Beethoven haviam se tornado ruídos horríveis

Logo essas notícias foram parar na internet, todo mundo estava comentando e dando "meus pêsames" no meu feed. Esse foi o primeiro motivo pra sair da minha rede social por um tempo. Os dias se passavam mais rapidamente e eu achei que deveria distrair minha cabeça com outra coisa, então fui pro porão e acabei achando várias telas de pinturas

Ali eu pensei, por que não me distrair com desenhos? Amarrei meu cabelo em um coque e fui atrás de tinta, iria começar a minha primeira arte, já que eu estava sozinha, Nick na escola, Tom no trabalho, eu realmente não tinha com que me preocupar.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐁𝐨𝐲 | 𝚃𝚘𝚖 𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣Where stories live. Discover now