Lilith (Completa)

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Todo mundo concordou em entrar naquela coisa imensa onde o Papa ficava; seria fácil na mente de Lilith. Afinal, o Papa estaria atendendo seus súditos e elas invadiriam. Os seguranças estariam concentrados em volta dele, e alguns apenas no local.

Elas chegaram cedo, vestiram suas toucas malucas e suas roupas pretas. Colocaram as bolsas vazias e falsas nas costas. Desceram do carro e foram até a porta. Abriram-na com facilidade e entraram.

"Que riqueza para um servo de Deus", disse Isobel.

"Nunca tinha entrado aqui também, né?" disse Ariel.

A entrada tinha quadros e retratos na parede, vasos com flores falsas em cima das mesas de madeira, paredes pintadas de branco, chão todo artesanal. Havia lustres pendurados no teto e várias portas.

Elas passaram com facilidade pelas portas um e dois, foram até onde havia outra porta, dessa vez guardada. Maze, por ser experiente, derrubou os cinco guardas dali com um único chute e soco. Depois, sinalizou. Ariel desligou as câmeras do prédio para não filmar nada.

"Eu fico aqui", disse Ariel.

"Não era esse o combinado", retrucou Isobel.

"Bem, eu fico aqui", repetiu Ariel. "Vocês prossigam. Se alguém aparecer, corram."

Mas não concordaram, e Ariel acabou indo e ficando em outra porta que dava acesso ao portal e aos quartos.

Maze e as outras subiram, como sempre, com Maze à frente. Nenhum quarto tinha sequer um guarda. O Papa ainda discursava e elas teriam que ser rápidas, pois aquela missa ao ar livre não duraria muito. Elas correram, abrindo porta por porta.

"Desçam até o porão", disse Lilith. "Não dá para fazermos tudo juntas. Uzuriel, você vai com Maze e Isobel comigo."

"Não", disse Maze. "Vou com você."

"Que seja", disse Uzuriel. "O que fazemos se encontrarmos alguém?"

"Saiam do prédio e vamos para o nosso local", disse Lilith, com calma. "Sem avisar ninguém, porque provavelmente não teremos tempo. Ariel nos abandonaria em questão de segundos, então nada de esperar."

Maze e Lilith subiram de quarto em quarto e não encontraram o que precisavam. Em certo momento, Lilith caiu no chão, batendo o rosto e gritando de dor. Maze ajoelhou-se e colocou a mão nela.

"Credo, você está quente."

"Tem alguma coisa muito errada comigo, sabe", disse Lilith com voz cansada. "Meu corpo não está bem."

"Abstinência", disse Maze. "Seu corpo é viciado em heroína, óbvio que isso iria ocorrer."

"Vamos recuar?"

"Lilith, é sua missão, você decide."

"Não iremos."

Elas continuaram mais devagar, subindo e abrindo quarto por quarto. Até que se depararam com seguranças parados olhando para elas. Maze sorriu e atacou um deles, enquanto outro foi para cima de Lilith. A jovem não tinha condições de se defender, então deixou que ele a atingisse. Ele a jogou no chão e bateu em seu estômago. Maze conseguiu se livrar dos outros e saiu correndo, deixando Lilith para trás. Os outros correram atrás de Maze.

"Venha comigo, ladra", disse o segurança, pegando-a pelo cabelo.

Lilith vomitou no sapato dele, ele a soltou, e ela se levantou e correu pelo caminho que Maze havia passado. Escutou o segurança dizer algo no rádio, mas não deu importância e continuou a correr, até que seu corpo caiu no chão.

"Ei", disse uma voz conhecida, puxando-a para si. "Você não está nada bem. Lembra de mim?"

"Idosa..."

"É", ela sorriu. "Sou eu, a idosa que não quis te dizer nada. Tenho meus motivos", ela sorriu. "Você está mal, mocinha."

"C..."

"Xiuuu."

"Maze."

"Aquela está em apuros."

"Ajude-a."

"E deixá-la aqui quase morta?"

"Por favor..."

"Tudo bem."

A idosa estalou os dedos e algo aconteceu; o ar ficou mais frio, como se o ambiente tivesse mudado. Os seguranças começaram a sentir medo e saíram correndo; outros largaram seu posto porque não aguentavam o ambiente. Maze retornou correndo e sangrando.

"Calma", disse a idosa. "Ela está morrendo, tenha calma."

"Como você veio parar aqui?"

Ela não respondeu, apenas segurou Lilith com as mãos.

"Os corpos devem ser devolvidos em algum momento, Maze", disse a idosa. "Lilith ocupou um corpo que não era para ela", sorriu novamente.

"Largue-a, deixe comigo."

"Por que não ajuda suas outras amigas que estão em apuros?"

"Maze..."

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