𝟬𝟬𝟮. " fogueira "

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Já era noite na clareira. A fogueira estava acesa, e os garotos em volta dela. Eles acendaram o fogo com lanças, brindaram, e agora se divertiam assistindo gally lutar com os outros. Gally era bom em capoeira, e sabia lutar como ninguém. Melanie encontrava-se sentada na grama. Tinha um livro sobre enfermaria em mãos, enviado pela caixa. Um pouco peculiar estar com um livro de trabalho em mãos, né? Mas para Melanie isso era normal. Ela gostava de festas, e antigamente sempre era a diversão. Mas agora apenas estava cansada. Tinha suas pernas dobradas, e o livro em seu colo. As vezes ela observava newt e o novato conversando. Ele tinha sorte de newt se aproximar dele. Era o mais amigável. Mas ela temia as perguntas do novato para Newt.

— O que está fazendo sozinha? — a garota escutou uma voz derrepente, que conhecia muito bem. Ela fechou o seu livro, sabendo que não ia mais ter paz. Não demorou para o próprio aparecer em sua visão.

— Minho. — ela forçou um sorriso. — E tantas saudades de mim que você não aguentou? — o garoto então riu.

— Não viaje, Mel. — ele então ergueu sua cabeça, dando uma olhada no que a garota estava lendo. — Está lendo livros sobre enfermaria quando está acontecendo a festa da fogueira? Isso é sério?

— Estou entediada. Qual o problema?

— Você está entediada e vai ler livros de enfermaria? — Minho estreitou os seus olhos, como se estivesse tentando compreender ela. — Isso não faz sentido.

— Por isso que você é tão cabeça de plong. Não lê, não aprende. — Minho revirou os seus olhos. É o que ele sempre fazia quando a garota o insultava. — O que você realmente está fazendo aqui, Minho?

— Alby e Gally mandaram eu te chamar. — a garota arqueou suas sombrancelhas. — É a festa da fogueira. Não querem que você fique ai, isolada e sozinha. 

— Eu não estou isolada, e nem mesmo sozinha.

— Está com espíritos? — Minho perguntou irônico. Mel fechou sua cara com as brincadeiras, e o sorriso brincalhão do garoto se desmanchou. — Tá bom.

A garota segurou o livro firmemente, e então levantou do chão. Ela sabia que Alby e Gally iriam ir em sua direção mais cedo ou mais tarde. Não era hora disso.

— Não vai se levantar? — Mel perguntou. Já estava de pé e caminhava em direção a fogueira acesa.

— Eu esperava uma mão disposta a me ajudar. — Melanie gargalhou.

— Você definitivamente não vai ter.

Ao virar-se, Melanie avistou uma certa movimentação estranha com Gally e o novato. O ruivo parecia estar o provocando. No pouco tempo que Mel passou com o novato, ela percebeu que além da sua curiosidade, ele tinha um pavio curto. Com certeza não era o maior fã de Gally depois de tudo que aconteceu.

— O que está olhando? — ouviu a voz de Minho suar perto do seu pescoço.

— Gally e o novato... — ela ainda os olhava. Observou ambos entrarem no circulo vermelho. Eles iriam lutar. Não era preocupante, mas era curioso.

— Eles vão mesmo brigar? — o garoto olhou para mel, que deu de ombros. — Temos que ver isso.

Minho pegou em sua mão, sem aviso prévio. Então a arrastou até o circulo formado em volta dos dois garotos.

A luta havia se iniciado. O novato não sabia como se posicionar da maneira correta. Gally instantaneamente o impurrou, fazendo o ir para trás com força. Os garotos em volta o seguraram, e o impurraram de volta para o círculo novamente. O novato parecia agora irritado. Ele tentou ir para cima de gally. Agarrou em sua barriga enquanto tentava o impurrar com o corpo. Mas gally foi rapido em o jogar no chão.

— Eai novato, está cansado? — Gally perguntou em tom provocativo. Mel levou suas mãos a testa. Gally faria de tudo para tentar tirar o novato do sério.

— Não me chame assim.

— Ah, é? Então como quer ser chamado, trolho? — Gally ironizou. Os garotos que assistiam gargalharam. — O que vocês acham de trolho pessoal?

— Isso aí, trolho! — a plateia continuava a rir. Melanie estava quieta, e Minho ao deu lado coincidentemente também.

O fedelho se irritou por completo, e no momento de descuido de Gally ele o derrubou no chão. Os garotos vibraram impressionados. Bruscamete Gally o deu uma rasteira ainda no chão. O novato cambaleou ao cair, e bateu sua cabeça no chão. O barulho de sua cabeça se chocando contra o chão, fez Melanie recuar com o rosto.

Gally se levantou.

— Thomas... — Foram as palavras do novato ainda no chão. Lentamente ele começou a levantar. — Thomas! É o meu nome, me chamo Thomas! Eu me lembrei.

Mel gostava desse momento.

— Viva o Thomas! — Melanie gritou. Os garotos então a acompanharam no eco.

— Thomas!

As comemorações ascendentes foram cessadas por um barulho. Era como se algo estivesse se rachando. Um grito estridente que doia os ouvidos. 

— O que foi isso? — Thomas perguntou assutado. Gally se aproximou dele, batendo em suas costas levemente.

— Aquilo meu amigo, são verdugos. Mas não se preocupe. Está seguro conosco.

— Tá bom pessoal, a festa acabou. — Alby anunciou, se colocando no meio de todos. — Vão para as suas camas.

Todos resmungaram, mas obdeceram.

— Silêncio. — Melanie susurrou. Tinha a sua mão sobre a boca de Thomas, e o garoto recem acordado estava imobilizado. Os olhos alarmados e confusos. — Venha.

Ela o auxiliou, segurando em sua mão.

— Certamente isso é um bom jeito de acordar pela manhã. — ele ironizou sonolento. Esfregou os seus olhos.

O sol já pairava na clareira.

— Sabe, Thomas, tivemos dias sombrios aqui na clareira. Nem sempre foi tão belo assim. — Relatava, enquanto podia sentir uma pontada no seu estomago. Vidas foram perdidas para que a paz pudesse continuar  prevalecendo até os dias atuais.

— Por que está me contando isso?

— Por que é diferente dos outros. — Melanie repondeu, e Thomas a encarou confuso. — Você é curioso demais.

— Acho que já ouvi isso.

— Certamente. — Mel soprou uma risada. Ela tirou uma faca da sua cintura quando estavam prestes a chegar no muro. A faca estava recem apontada. — Aqui está.

— Anda sempre com uma faca no bolso? — Thomas estava atento aos seus passos.

— Sim. — respondeu. Thomas levantou suas sombrancelha, recuando um pouco. — Agora que está aqui, é um de nós. Um clareano. Precisavamos oficializar isso.

— O que faço com a faca?

Ela apontou para o muro em suas frentes.

Vários nomes estavam lá, alguns curiosamente encontravam-se riscados.

— Escreva seu nome.

— Por que tem uns nomes riscados? — Thomas perguntou. Melanie pressionou seus labios antes de o responder.

— Como eu disse, Thomas. Dias sombrios.

𝐃𝐎𝐍'𝐓 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓 𝐌𝐄 - 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎Where stories live. Discover now