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É a noite mais fria do ano mas, é controverso admitir, me sinto mais aquecida do que nunca.
-Meu cabelo!- Pragueja Toph, aposto que se arrende amargamente de ter largado sua faixa.
-MINHA BARRIGA, KATARA.-Berra Sokka.
-Mas que inferno, meu ouvido!-Reclama Zukko.
Entre as pernas do príncipe e sob o emaranhado de tantos corpos, as sensações que me preenchem fazem meu coração arder como uma fornalha.
Meus companheiros praguejam uns aos outros, ente grunhidos, empurrões e puxões.
Acampar sobre uma colina na época conhecida por congelar pés não foi nem de longe uma ideia genial. Mas a solução de aproveitar a lareira humana que o príncipe da nação do fogo é, até que não foi das piores.
Apenas desisto de luta pela posição ideal e me aconchego com o que tenho no peito de Zukko, Katara ente minhas pernas, Aang na cintura dela e Sokka e Toph ladeando os ombros de Zukko.
Minha quietude serve de espelho aos demais, braços e pernas se ladeiam até ser nó suficiente.
Desajustados
Inacabados
Incompatíveis
Não obedeceria a nenhuma das ordens Katara sem antes questionar até a levar ao limite da paciência. Não amaciaria o ego de Sokka, mesmo sabendo que ele é quase tão incrível quanto diz. Não cederia as brincadeiras de Aang sem antes me fazer de difícil. Sair aos tapas com Toph é rotineiro. E eu nunca perderia um oportunidade de mangar do príncipe.
Ainda assim, daria a minha vida por todos eles.
Katara foi cura nos momentos em que eu tinha machucados profundos demais para qualquer poder, e não falo sobre ferimentos físicos. Sokka foi meu riso nos momentos mais sombrios. Aang é a energia que me motiva quando o fardo se torna pesado demais. Toph a bravura que me recorda de que eu posso tudo. Zukko, o conforto de que sou posso ser eu e, sobretudo, falha, humana.
Nosso caminho é desafiador, os humanos são perversos e as circunstancias nos expõe ao melhor e ao pior de nós em graus extremos. Mas mais do que disposta a morrer, me mantenho viva por eles.
Momo se une a nós quando, por fim, Sokka já enroscou o braço entre mim e Zukko, alcançando Toph, essa com os joelhos sobre minhas costas, Katara repousando a cabeça nas coxas dela com Aang, em seu decimo sono sobre sua cintura, enroscando o braço ao dela. Eu e Zukko somos a base de tudo, meu peito sobre o dele.
O príncipe roça os lábios em meus cabelo, no que tomo como uma caricia, e soa como um sonífero porque em instantes me entrego a um repouso imperturbável.
Não consigo pensar em lugar melhor, no mundo inteiro, em que eu iria preferir estar.
•Começando bem levinha para retomar o ritmo. Amei escrever esse capitulo.