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(Autor: Vamos fingir que as férias de inverno em Hogwarts duram quatro semanas.)

𝑫𝒖𝒂𝒔 𝒔𝒆𝒎𝒂𝒏𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔

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𝑫𝒖𝒂𝒔 𝒔𝒆𝒎𝒂𝒏𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔

Era estranho olhar para o Grande Salão da mesa do professor, pensou Tom. Fazia quase doze anos que ele não frequentava a escola e, agora que estava de volta, sentia um sentimento estranho que se recusava a reconhecer. Tom Riddle não sentia essas emoções. Elas eram inferiores a ele.

Tom observou os alunos entrarem no Grande Salão, conversando uns com os outros sobre suas férias de inverno. Conversas fúteis, pensou Tom. Quando tinha a idade deles, ele já havia começado a trabalhar em seu objetivo de dominar o mundo.

Tom nunca havia pensado que voltaria a pôr os pés em Hogwarts. Mas quando ouviu a notícia de que o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas estava gravemente doente, ele aproveitou a oportunidade. Não o incomodou o fato de estarmos no meio do período letivo. Era em Hogwarts que ele se sentia em casa, embora nunca admitisse isso. Os covardes precisavam do conforto da familiaridade, não pessoas como ele, que estavam destinadas à grandeza.

Um grupo de garotas entrou no Grande Salão, seus olhares recaíram sobre ele, e ele tentou não revirar os olhos quando elas começaram a rir, com as bochechas coradas. Vidas tão triviais.

Tom pegou uma taça de suco de abóbora e a levou aos lábios. Mas antes que pudesse tomar um gole, viu alguém conhecido entrar no salão, alguém que não tinha nada que estar em Hogwarts. E definitivamente não estava usando um uniforme de estudante. Sua pulsação acelerou um pouco.

Avani Chaudhry riu de algo que uma garota havia dito quando eles se sentaram à mesa da Sonserina. Ele pensou que ela estava diferente. Seu cabelo, que normalmente era penteado com perfeição, estava uma bagunça ondulada ao redor da cabeça. Enquanto em Paris ela sempre usava vestidos impecáveis, caros e ajustados com perfeição, seu uniforme escolar era o oposto disso. Sua gravata estava frouxa, sua calça estava desabotoada a ponto de parecer inapropriada, mas não escandalosa o suficiente para ser chamada a atenção por isso. Sua saia estava enrolada para ficar mais curta do que a dos outros alunos. A única coisa que se destacava em sua bela aparência de furacão eram os lábios vermelhos, com bordas tão afiadas e cor tão carmesim que pareciam uma faca ensanguentada.

Foi então que ele percebeu que não era o único que estava em vantagem em seu curto fiasco. Quando ele achava que a tinha cativado, deixando-a para trás naquela ponte, Avani estava jogando seu próprio jogo. Ela o fez acreditar que era alguém totalmente diferente, alguém mais velha e mais sofisticada... alguém que chamaria a atenção de um homem como ele. Mas ali estava ela, uma garotinha rebelde que era muito mais esperta do que deveria ser.

Tom fez uma careta, seguida de uma risadinha.

Ela ainda não o havia notado, e ele se divertia sem parar ao pensar em qual seria a reação dela se o visse.

— O suco não está bom, Tom? — perguntou-lhe Slughorn. Tom desviou os olhos de Avani, virando a cabeça para ver seu antigo professor, agora colega.

— Receio que eu esteja cheio — disse Tom, colocando a taça de volta na mesa.

Slughorn terminou sua própria bebida, limpando os lábios com um guardanapo. — Sabe, eu sempre imaginei que você fosse trabalhar no Ministério, que um dia se tornasse o Ministro da Magia.

Tom estalou a língua contra a parte interna da bochecha. Ele trabalhando no ministério? Não. Ele iria governar o mundo inteiro. — É difícil fazer isso quando você não tem contatos poderosos, professor. Eu não tive a sorte de nascer em uma família poderosa.

Era uma desculpa patética, mas ele não estava querendo impressionar Slughorn. Tom tinha tantos contatos que poderia fazer com que Slughorn fosse expulso de seu cargo. Ele poderia organizar um golpe se quisesse.

— Oh, meu caro, se você quisesse contatos, poderia ter me perguntado. Diga-me, você ainda deseja trabalhar no Ministério?

Tom deu de ombros e depois assentiu levemente, achando que levaria muito tempo para mentir sobre o motivo pelo qual não queria trabalhar no ministério.

— Muito bem, então — disse Slughorn, esfregando as mãos. Ele olhou para o Grande Salão, tentando encontrar alguém.

— Ah, sim, ela é perfeita — disse Slughorn. — Seu pai é o chefe do departamento de leis mágicas.

Slughorn chamou o zelador com um aceno de mão. — Diga à Srta. Chaudhry para vir aqui.

Tom parou de respirar por um segundo, observando enquanto o zelador magro caminhava até a mesa da Sonserina, dizendo algo a ela.

Avani se afastou de seus amigos, caminhando em direção à mesa dos professores, com os olhos fixos em Slughorn. Tom pegou sua taça de volta.

O movimento chamou a atenção dela e seu olhar caiu sobre ele. A cor de seu rosto se esvaiu e ela parou em seus passos.

Ela mordeu o lábio, com os dentes brancos e ligeiramente tortos cravando-se nos lábios escarlates. Seu peito pesou quando ela respirou fundo. Tom sorriu para sua taça.

— P–Professor Slughorn, você chamou? — disse ela. A voz dela era a mesma de que ele se lembrava, um pouco grave com um toque de mel.

— Sim, querida, como foi seu inverno?

As bochechas de Avani ficaram vermelhas, lembrando-se do tempo que ela passou em Paris com Tom. — Uh, foi ótimo.

— Que bom, que bom, fico feliz em ouvir isso. Eu a vi e achei que deveria apresentá-la a um antigo aluno meu. Avani, este é Tom Riddle.

Avani forçou um sorriso para Tom, antes de se voltar para Slughorn.

— Tom estava me dizendo que estava pensando em entrar para o Ministério. Então me lembrei de que você é filha do chefe do Departamento de Aplicação das Leis da Magia e achei que seria bom se seu pai e Tom se conhecessem. Você se importa de falar com ele, querida?

Avani olhou para Tom novamente, com uma pitada de tristeza e raiva borbulhando em suas íris da meia-noite. — Claro.

— Maravilhoso.

— Você vai nos ensinar, senhor? — Avani perguntou, e Tom olhou para ela surpreso, não esperando que ela falasse com ele.

— De fato. O Sr. Hawthorne adoeceu, então vou substituí-lo — respondeu Tom, pousando sua taça pela metade.

— Então, estou ansiosa pela aula de amanhã — ela sorriu. Ela jogou a mão para frente, o dorso da palma tocou a taça e ela caiu no colo dele. Ela simulou um suspiro de surpresa.

— Oh, eu sinto muito, professor — disse ela. Tom riu para si mesmo, balançando a cabeça enquanto murmurava um feitiço para limpar as calças.

Quando Tom olhou novamente para cima, ela já estava na mesa da Sonserina, sentando-se agressivamente em seu lugar.

Esse seria um ano interessante.

𝖒𝖔𝖔𝖓𝖑𝖎𝖌𝖍𝖙 {𝖕𝖗𝖔𝖋𝖊𝖘𝖘𝖔𝖗 𝖙𝖔𝖒 𝖗𝖎𝖉𝖉𝖑𝖊}Where stories live. Discover now