Angelito

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                             Angel Tolentino

A mão dele está em minha coxa, me deixando nervosa

De uns tempos pra cá,sempre que ele me toca
e arrepio percorre meu corpo. Eu não sei o por que, nada mudou entre nós então não tem motivo para essas sensações diferentes

Eu não acredito que ele voltou, a viagem dele deveria durar mais uns 2 meses no mínimo,de 6 a 8 meses ele havia me contado. Não que eu esteja reclamando

Eu estou tensa, não gosto de esconder coisas dele,eu sempre contei tudo pra ele, mais isso...isso eu não posso contar, eu não consigo contar

-Você está muito calada

Ele diz focando no trânsito e eu forço um sorriso

-Eu estou apenas te observando

Digo e ele arqueia a sobrancelha esperando que eu continue

-Você está mais forte, mudou o corte de cabelo e fez essa tatuagem

Digo passando a mão em sua mão e subindo pelo antebraço por onde a tatuagem se estende

-Eu fiz mais algumas tatuagens, te mostro em outra ocasião. Eu só achei que mudar um pouco seria bom, você gostou?

Ele pergunta me olhando brevemente

-Muito, você está lindo

Digo sentindo minhas bochechas queimarem e sei que fiquei vermelha

-Olha quem ta de volta meu pequeno pimentanzinho

Ele diz rindo e eu dou um tapa no ombro dele

Sempre que eu elogio ele eu fico vermelha e ele me chama de pimentão, é quase uma tradição

Ele para e aperta um botão dentro do carro
e a garagem do enorme prédio a nossa frente
se abre, revelando carros iguais a esse, igualmente luxuosos e caros. Ele entra e estaciona no canto.

-Que lugar é esse?

Pergunto quando ele desce e abre a porta do carro pra mim. Adoro quando ele faz isso

-Eu comprei um apartamento aqui

Sorrio mais no fundo eu não gostei disso, eu não sabia que ele queria se mudar, esse lugar
é praticamente do outro lado da cidade, longe de mim

-Não se preocupe minha anjinha

Ele diz passando o braço sobre meus ombros

-Eu não vou me mudar, ainda vou continuar pertinho de você, na casa da frente. Esse lugar
é só pra quando eu precisar de um tempo sozinho, ou quando meus pais estiverem insuportáveis demais

Ele parou de xingar palavrões um pouco, a viagem fez bem a ele nesse quesito

Andamos até o elevador e ele aperta o botão 24, da cobertura

-Depois você pode decorar seu quarto como quiser

Ele diz me pegando de surpresa e eu o encaro

-Eu tenho um quarto aqui?

Pergunto um pouco chocada

-É claro que sim

Ele se põe na minha frente, com um braço de cada lado do meu corpo, como uma prisão humana e cheirosa

-Você está tão bonita.Eu gosto quando você usa seu cabelo liso

Ele desliza os dedos pelo meu cabelo e encara meus lábios, fazendo engolir em seco

-Sabe Angel, eu morri de saudade de você, sabia disso?

Ele diz cheirando meu pescoço me fazendo arrepiar

As portas do elevador se abrem e eu dou um jeito de passar por ele e sair

Estou sentindo umas coisas estranhas

-Você poderia ter me ligado

-Eu sei minha anjinha, eu queria muito, mais eu não podia

Nesse andar só tem um apartamento, o andar e todo dele, ele abre a porta e da espaço para que eu passe e entra fechando a porta atrás de si

-Ja vai começar a novela que você gosta, liga a televisão que eu vou fazer um sanduíche pra você, senta-se a vontade na nossa casa

Ele praticamente ordena e sai da sala

Com um pouco de receio faço o que ele falou

E a casa do meu melhor amigo e pelo jeito que ele falou faz parecer que é minha também, e isso me deixa muito mais confortável

Uns minutos depois ele aparece com um prato e um copo de suco e me entrega

-Obrigado

Digo começando a comer, eu realmente estava com fome

Ele se senta ao meu lado, colado em mim

-Eu não gosto quando você fica sem comer, não faça isso de novo

Mandão

-E eu não gosto quando você me da ultimatos

Digo e ele sorri

-Eu faço isso pro seu bem

Ele se deita no sofá e tenta me puxar para deitar em seu peito mais eu faço que não

-Achei que você tivesse sentido a minha falta. 'Ele diz chateado.-Pelo visto eu me enganei, eu não devia ter voltado

Ele tenta se sentar mais eu não deixo, seguro seu peito o obrigando a ficar deitado

-E claro que eu senti a sua falta

Digo me deitando e me aconchegando em seu peito, seus braços rodeiam minha cintura

-Lembra do apelido que você me deu quando tinha 12 anos?

Ele pergunta e eu sorrio fazendo que sim com a cabeça

-Meu demônio da guarda

-Você se lembra por que você me chamava assim?

E óbvio que sim, eu me lembro de cada momento desde o dia que a gente se conheceu

-Por que você sempre me protegia, como um anjo da guarda. Mais era você também que me aterrorizava e me fazia ter medo como um demônio, fazendo jus ao seu nome

Sempre que ele ficava com raiva, ou não gostava de algo que eu fazia ele fazia coisas para me assustar, me por medo ou me deixar em pânico

Antes de eu implorar pra ele fazer terapia não era muito fácil de lidar com ele

-Exatamente, então eu te conheço muito bem Angel, eu sei todos os seus medos, eu sei quando você está tensa, assustada, apreensiva você está assim agora, eu sinto

Que droga, por que ele tinha que me conhecer tão bem

-Não tem nada demais, eu só estou com medo que você me deixe de novo

Digo fazendo bico e me aninhando mais nele, que nem eu fazia quando era pequena

Eu menti, eu sabia que era mentira e ele sabia também, mais preferiu não dizer nada

-Você sabe que eu nunca vou sair do seu lado né anjinha?Agora que eu voltei algumas coisas vão mudar

-Que coisas?

-Tudo