003

340 50 0
                                    



— quem foi preso?

Jéssica parou na escada, ouvindo a conversa de seus pais.

— Derek Hale — David respondeu pra esposa.

— por que?

— acharam a metade do corpo da garota enterrado no quintal da casa na floresta.

— meu Deus — Vivian colocou a mão sobre o peito em choque. — que horrível.

— sempre achei ele com cara de psicopata, mas cortar um corpo ao meio... — David balançou a cabeça e suspirou. — me dá arrepios.

Jéssica voltou a subir as escadas, entrando de volta no quarto e pegando o celular pra digitar uma mensagem.

"acharam o assassino da garota?"

Minutos depois ela recebeu uma resposta.

"como sabe disso? Mas sim, acharam"

Ela não respondeu, colocou o celular no suporte em seu braço e saiu do quarto, descendo rapidamente as escadas.

— Jéssica? Aonde vai com tanta pressa? — David perguntou.

— vou correr — abriu a porta e saiu.

Ela colocou os fones de ouvido e correu até a reserva, entrando e indo pelo caminho marcado na grama seca. Em alguns minutos ela chegou na casa dos Hale, observando a estrutura queimada.

Não tinha nem sinal de pessoas, então ela se aproximou tirando os fones e dando a volta, achando o buraco no chão. Ela se abaixou e tocou a lona preta, sentindo um arrepio passar por seu corpo. Ela olhou pra marca ao redor do buraco, formava uma espiral. Como a que encontrou em um edifício abandonado a semanas atrás.

Ela ouviu um galho quebrar e se virou, olhando pras árvores, mas não tinha nada.

Ela voltou a olhar pro buraco e viu uma mancha de sangue, pulou pra dentro, tocando a mancha com o indicador e esfregando ele contra o polegar. Sangue coagulado. Meio preto.

Ela saiu do buraco, colocando os fones de ouvido e voltando pro caminho da floresta. Quando saiu da floresta, já estava começando a escurecer. Ela correu pro seu bairro, parando ao ser chamada.

— Jéssica.

Ela olhou pro outro lado da rua, vendo Isaac perto da caçamba de lixo.

— oi, Isaac — ela se aproximou, tirando o fone.

— tava fazendo caminhada?

— é — ela sorriu e cruzou os braços.

Não percebeu que isso daria volume aos seus peitos no top preto, mas Isaac percebeu, engolindo seco e focando no rosto dela.

— você vai no jogo amanhã?

Ela concordou.

— Jackson gosta que eu vá, fala que eu sou o amuleto da sorte dele.

— ah — ele franziu os lábios, olhando pra casa dela quando o Porsche parou na frente. — acho que ele chegou.

Ela se virou e viu Jackson descendo do carro, olhando diretamente pra eles.

— é. A gente se vê amanhã, Isaac — ela sorriu e se afastou, indo até o irmão.

— por que tava falando com ele? — Jackson perguntou e ela deu de ombros, entrando na casa. — é sério Jéssica. Por que tava falando com ele?

— me erra Jackson — ela foi pras escadas. — eu falo com quem eu quiser. Isso não é da sua conta — ela subiu as escadas, entrando em seu quarto e fechando a porta, a trancando.

Jackson as vezes era exageradamente insuportável, até pra ela.

Sábado passou rápido. Jéssica evitou Jackson o máximo que pode, ficando no quarto jogando e lendo.

De noite, ela se arrumou e desceu, indo com seus pais pra escola ver o jogo. Se sentou na arquibancada com seus pais, Lydia, Allison e o pai dela. Logo o jogo começou, deixando Jéssica ansiosa. Jackson ainda estava com o braço machucado, o conhecia o suficiente pra saber que ele iria forçar de mais e sentir mais dor.

Com o passar dos minutos, Jéssica percebeu que os jogadores não estavam passando pra Scott, provavelmente por ordem de Jackson, que era o capitão do time.

Scott estava irritado.

Quando Lydia e Allison levantaram um cartaz escrito "nós amamos você Jackson" e logo depois ele ouviu Jackson falar pros rapazes não passarem pra ele, tudo piorou. Ele estava meio transformado e Stiles já estava começando a se agitar. Lydia e Allison levantaram outro cartaz e Jéssica suspirou.

— cacete — ela murmurou quando viu Scott praticamente pular no ar, pisando no jogador adversário e correndo pra fazer ponto.

Conseguiu, todos levantaram animados e gritaram, Stiles se levantando aos berros, enquanto Jéssica e Lydia permaneciam sentadas.

Jéssica conhecia seu irmão, se comemora-se o ponto de Scott, ele ficaria chateado e tudo que menos queria era ter um Jackson chateado agora.

O treinador começou a berrar pra passarem pra Scott e os jogadores fizeram. Quando o time adversário pegou a bola, Scott encarou o cara, rosnando, ele acabou dando a bola pro McCall, assustado. O treinador se aproximou de Stiles confuso.

— vem cá, o time adversário acabou de passar a bola pra gente... De propósito?

— parece que sim, senhor — Stiles respondeu, quase mordendo sua luva pra descontar o nervosismo.

— interessante.

Scott fez outro ponto, fazendo a bola atravessar a rede do taco do goleiro, literalmente. O jogo estava empatado, era a reta final.

Scott estava transformado, vendo tudo vermelho e olhando pros rapazes do time adversário, que o rodearam, antes que avançassem, ele jogou a bola, acertando no gol. Em um ato impulsivo, Jéssica se colocou de pé, levantando as mãos.

O time comemorou, o pessoal invadindo o campo pra comemorar.

Jéssica ficou na arquibancada, sentindo uma sensação estranha quando viu Scott correr pra longe do campo.

Tinha algo muito errado com ele.

E ela queria descobrir o quê.

Ela foi tirada de seus pensamentos quando Isaac parou a sua frente.

— tá tudo bem?

— tá — ela disfarçou e sorriu. — ganhamos.

— graças ao McCall.

— é. Não acha estranho?

Ele a olhou confuso.

— Scott era horrível no lacrosse até três meses atrás e agora ele é a estrela do time — ela lembrou.

— acho que os esforços dele finalmente valeram a pena — ele deu de ombros.

— não. Isso não é esforço.

Ele franziu o cenho, completamente confuso.

— preciso ir — ela se inclinou e beijou a bochecha dele. — até depois — ela correu pra longe da arquibancada, seguindo até Jackson.

Isaac ficou parado, processando o que aconteceu.

— droga Jéssica — suspirou.


[Revisado]

The other side, Isaac Lahey - Teen Wolf Onde histórias criam vida. Descubra agora