Capítulo 3.

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JUNIPER


— Tem certeza que não está chateada? — Ester me pergunta enquanto carregamos juntas a única caixa pesada que trouxe para Nova York: a minha caixa de livros.

— Por que ficaria? — pergunto, acenando para umas das meninas da casa, que passa correndo por nós. — Entendo que isso aqui é uma fraternidade e que não tenho o direito de ficar. E não deixaria você gastar seu dinheiro comigo.

Saindo pela porta da grande cada da Phi Betta e franzo o cenho para as garotas na varanda, babando pelos dois caras perto do carro.

— Não acredito que vai morar com quatro garotos do time de futebol! — Ester balança a cabeça, percebendo o mesmo que eu.

— Eu também não.

— Não está desconfortável?

— No começo, foi. A ideia meio que me apavorou. Mas então conheci todos eles.

No instante em que pisamos no primeiro degrau para descer da varanda, vejo Ollie e Sander correr para nós. Faço minha amiga esperar até que eles peguem a caixa pesada — apenas Oliver a carrega. Sander apenas lhe dar dois tapinhas encorajadoras no ombro.

— Um cavalheiro. — Brinca com o amigo, e eu percebo que o sorriso arrogante está praticamente tatuado em seu rosto de tanto que ele o abre.

Oliver resmunga um "vai pra porra", e nós o seguimos até o carro.

Mostrando ser útil, Sander abre o porta-malas para ajudar um pouco, mas seus olhos estão constantemente na minha amiga.

Ela percebe mais rápido que qualquer outra pessoa e aquele olhar de tédio que ela sempre faz quando um cara tenta flertar com ela surge. Ester aponta para o próprio peito e diz com bastante movimento de lábios, como se Sander tivesse algum problema para entender normalmente:

Lésbica. Gosto de bocetas.

Sander nem pisca. Cara de pau demais.

— Já esteve com um homem?

— Com um homem? Sim. Com um moleque que tem um ego ridiculamente alto? Nem pensar. — Ester balança a cabeça, agitando as mechas loiras de seu cabelo. — Geralmente, seu tipo tem muito papo e pouco movimento. Sem contar que foi há anos. Hoje eu tenho total certeza que preciso fazer uma tesoura do que ter um pau feio enfiado em mim.

Aparentemente, o ego ridiculamente alto do meu mais novo colega de quarto é impenetrável também. Ele se afasta da traseira do carro, sem querer o contato visual com minha amiga e cruza os braços, preparado para um desafio.

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⏰ Última atualização: Apr 19 ⏰

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