Capítulo 1

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Ando pelo chão de terra escura da floresta de fogo, até me aproximar de mais uma das árvores de tronco escuro e folhagem alaranjada, na qual estava uma fruta vermelha com pequenas bolinhas amarelas - encontrada somente neste reino - do mesmo tamanho que minha mão branca.

Colho o alimento e o coloco dentro da cesta que estou carregando, junto de várias outras frutas.

Ouço o quebrar de um galho e me viro imediatamente, vendo o garoto de cabelos ruivos, olhos âmbar como os meus, pele clara, vestindo um casaco abotoado - que expunha uma pequena parte superior de seu corpo -, com as mangas levantadas e a direita queimada, uma calça preta e pés descalço.

- Oi Agni. Colhendo frutos do dragão?

- Sim. Estou mais estressada esses dias, então vou fazer doces com essa fruta, talvez me acalme um pouco.

- Legal. Vai fazer o que depois da sua terapia na cozinha? Adotar um hamster porque se sente sozinha por nunca conseguir ninguém?

- Alev! Olha quem fala, o cara que nunca teve uma namorada.

- Por que eu não quis, diferente de você que nunca teve a opção de querer ou não.

Senti meu sangue ferver.

- Eu só tenho 17 anos, ainda tenho muito tempo para isso - Chamas surgiram na ponta dos meus fios de cabelo negros, como sempre acontece quando fico alterada - Você cale a sua boca, antes que eu queime você.

- Ui, ficou bravinha.

Peguei uma fruta e joguei nele, acertando-o na testa, rachando a fruta.

- Aí! - Alev colocou a mão na testa - Eu sou seu irmão mais velho, me respeita.

Pego outra fruta e acerto o peito dele, antes de passar por ele, andando a passos largos.

Meu irmão começou a me seguir.

- Alev, o que aconteceu com sua roupa?

- Estava treinando e perdi o controle, fui acertado. Feitiço virou contra o feiticeiro.

Solto um riso nasal.

- O que foi? - Ele perguntou.

- Nunca vi ninguém acertar a si mesmo com o próprio poder, idiota.

- Isso pode ser mais comum do que você pensa.

- Não é comum. Assume logo que você fez a coisa mais estúpida do mundo, acertar-se com o seu poder - Empurro ele com uma mão e meus olhos vão para os vulcões do lado esquerdo no campo onde a floresta termina - Os vulcões...

Paro e observo os vulcões que deveriam estar ativos, mas agora não era possível ver nenhuma fumaça acima deles.

- O que será que aconteceu? - Perguntei.

- Não deve ser nada - Sinto a mão pesada dele sobre minha cabeça - Vamos voltar para casa e a noite podemos perguntar para nossos pais se aconteceu algo.

Acenti e tornei a segui-lo de volta para a cidade.

Andamos pelas casas, umas construídas com pedras e outras com madeiras - enviadas dos reinos da água e terra - encantadas pelos símbolos vermelhos para não pegarem fogo - coisa que aconteceria facilmente -, vendo pessoas trabalhando e crianças brincando. Nossa casa era visível, seguimos, porém algo atraiu minha atenção. Em cima do castelo de pedra lisa escura, mesmo não enxergando direito, avistei uma criatura que parecia humana, branca como nunca avia visto antes, parada, com um pequeno ponto branco brilhando em seu peito e um ponto vermelho brilhando em sua mão direita.

- Alev. Tem algo de errado...

- O que foi? - Ele perguntou cumprimentando uma criança que ele havia costume de brincar nas tardes livres com um cafuné na cabeça.

- Tem alguém lá em cima.

A criatura levantou a mão que estava segurando o que brilhava intensamente e então várias bolas de fogo começaram a atingir nosso solo, deixando a todos assustado e alguns histéricos.

- Corre! - Alev gritou puxando meu braço para segui-lo.

Corria em meio a fumaça escura e aos ataques, ouvindo os gritos desesperados. Uma das bolas de fogo caíram a alguns centímetros a nossa frente, fazendo-nos desviar do nossa caminho e corre em outra direção para escapar para a floresta.

Parei imediatamente quando vi um criança que aparentava ter cinco anos encolhida embaixo de uma carroça de madeira. Dei dois passos em direção a criança, mas fui impedida por Alev que segurou meu braço e voltou a me puxar.

- Não podemos ficar parando, temos que ir para um lugar seguro!

- Temos que ajudar a criança. - Toci.

Meu irmão olhou na direção onde o menino estava e ouviu o grito agudo do mesmo chamando pela mãe.

Soltei meu braço e corri na direção do pequeno. Ouvia os passos de Alev atrás de mim para me ajudar. Os meus olhos se encontraram com os da criança. As lágrimas escorrendo pelo rosto dele apertaram meu coração.

Estava a alguns passos da carroça, quando a mesma foi atingida por um dos ataques. O impulso da bola de fogo fez com que caísse para trás acertando minha cabeça em uma das pedras.

Respirava com dificuldade por causa de toda a fumaça que tomou conta de toda a cidade. Olhei para o local onde a criança estava, com a visão turva, avistando a madeira em chamas que caiu sobre o corpo do menino carbonizado.

- Agni. - Ouvi meu irmão me chamar, foi a última coisa que escutei antes de desabar no chão e meus olhos se fecharem.

Autora: Oi galerinha! Essa é a primeira história que eu escrevo e ganhei coragem o suficiente para postá-la. Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo, porque quase infartei de tanta preocupação se iriam gostar ou não. Quero pedir duas coisas importantes para mim, primeiro, comentem ideias para me ajudar, dizendo o que vocês esperam nessa história, o que vocês não gostaram e o que estão achando, isso é extremamente essencial para mim. Também quero pedir que, se possível, divulguem minha história. Desde já agradeço.

Vou tentar não aparecer para dar avisos porque pode ser chato para vocês, então vou dar avisos apenas se for de extrema importância.

Amo vocês meus vulcãozinhos! Os capítulos serão maiores, ok? Bjs!

⚠️Gostaria de deixar claro que terá cenas de homicídio, até porque é uma história que contem guerra, então se cenas como estas lhe deixa desconfortável ou desperta sentimentos ruins, é melhor não ler⚠️

Os 4 reinos elementaresWhere stories live. Discover now