(Não) Há Esperança

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"Eu... nunca fui aceito por ninguém..."

No presente, a neve tampou a visão de Tel, que dirigia a moto na velocidade máxima, mas por não saber dirigir muito bem, logo acabou a batendo, os três caem, mas sem pensar duas vezes, levantam e voltam a correr.

"Eu queria atenção, então entreguei meus pais. Mas, isso só serviu para mostrar que ninguém realmente ligava para mim"

"Mas..."

Rejto então nota Tel com sua perna presa na moto, ela era bem pesada então não conseguiria tirá-la sozinho, assim, Cynna e Rejto vão e o ajudam.

"Eu tenho... agora eu tenho em quem confiar. Mas ainda assim... o que é esse... vazio que sinto no meu peito...?"

Eles seguiam correndo, logo, Rejto notava que a frente havia um terreno um pouco montanhoso, o que os ajudaria a atrasar os perseguidores, então, sem pensar duas vezes, começam a seguir pelos caminhos e lugares mais difíceis. Eles ouviam os sons das motos por trás deles, mas também notavam que alguns deles pararam, então provavelmente deu certo eles os despistarem assim, mas logo o jovem asiático notou que todos eles estavam cansados, então teriam que arrumar logo um lugar para dormirem.

O tempo se passou; ao longe, por sorte a nevasca abaixou um pouco, então, conseguiam ver fagulhas do sol aparecendo no horizonte, já estava amanhecendo e ainda assim, eles continuavam andando, Rejto olhou para trás, e percebendo que não havia mais nenhum som de passo e barulhos de moto, finalmente pensou que havia os despistado.

— "Rejto... ali..." Cynna apontou.

Eles olharam, e se depararam com uma pequena montanha, já era de manhã, mas estavam tão cansados que deveriam parar ali mesmo, senão provavelmente iriam desmaiar. Assim eles sobem, e percebem que havia uma boa vista dali, então montam o acampamento, e ao perceberem que não havia ninguém os seguindo, finalmente relaxam.

Assim, eles logo desmaiavam de cansaço, mas ainda assim, pela última vez, Rejto tentou procurar algo para a carta, não conseguiu saber se estavam no fim de sua jornada ou ainda no começo, então pelo menos, tentaria resolver uma de suas preocupações. Assim, começou a procurar no dicionário, viu, viu e viu... mas realmente não encontrou mais nada, era aquilo.

Mas tinha algo. Algo que o incomodava. O mapa que ficava nas primeiras páginas do dicionário, nele havia um lugar destacado, Rejto não conseguiu identificar o que era aquilo, mas naquele local destacado havia a palavra "Finlândia".

— "...Não sei o que é..." O homem continuou observando intrigado; "Mas... o mapa... não tá errado?"

De repente, se sentiu cansado, cansado até demais, novamente sentiu náuseas e vontade de vomitar, mas se segurou, fechou o dicionário e se deitou...


Quando acordou, a moça notou que já estava escuro, mas notava uma luz estranha que vinha do céu, ela então vagarosamente abre a barraca...

— "Já tá acordada?" Rejto a surpreende.

— "Desde quando-!?"

— "A gente também já tava acordado, só ficamos parados aqui"

— "Mas o que é? alguém chegou?"

— "Não, mas..."

Os três então abrem a barraca, tomando cuidado para não fazerem muito barulho, eles olham para os lados, mas não encontram nada, ao invés disso, olham ao céu. Lá, viam uma luz verde que era o motivo de Cynna sair.

— "É..."

— "Uma aurora boreal" Interrompe Cynna.

Eles saem, assim, sobem um pouco mais para o topo, e viam que não apenas uma, várias linhas rasgavam os céus, aos olhos deles, eram como se estivessem dançando, com aquela visão, eles se sentam, era a primeira vez que viram aquilo em suas vidas.

Para além do norteWhere stories live. Discover now