who are we to fight the alchemy?

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Heloísa não se aguentou. Os últimos passos foram uma corridinha até ele, que a recebeu com um sorriso no rosto e os braços abertos.
Helô envolveu os braços no tronco dele e o beijou, o que foi correspondido mais do que depressa enquanto ele segurava o rosto dela.

E foi depois desse beijo que ele olhou para os olhos dela e eles tinham voltado a brilhar só de ver ele mais uma vez. Stenio sentiu, literalmente, borboletas no estômago e uma vontade de chorar que engoliu fingindo que estava tudo normal. Porque de fato, estavam finalmente voltando ao normal.

Fazendo carinho na bochecha dela, um milhão de pensamentos passavam por sua cabeça em segundos.

— Você vai querer jantar em casa ou fora de casa? Creusa cozinhou mas a gente pode... — Ele deu uma risadinha voltando a dar selinhos nela.

Heloísa deu uma risadinha junto com ele, entendendo o que queria dizer.

— Tudo bem a gente ir pra casa hoje e sair amanhã? To exausta, o dia hoje foi..

— Ih, dia de feijoada? — Stenio parou com os selinhos e arregalou os olhos.

— O próprio. — Ela concordou.

— Eba. Amanhã o escritório vai estar cheio de clientes novos, então!

Heloísa deu um tapa forte no braço dele enquanto mordia o lábio inferior, com raiva.

Stenio gargalhou depois de sofrer com a batida. Ou pelo menos fingir sofrer.

— Aiai, amor. Não machuca. — Ele implorou.

Ela revirou os olhos.

— Bora pra casa, peste. — Ela se afastou dele entrando no banco do carona.

Stenio deu a volta dando risadinha por ela ter dito "peixxxte". Ele sempre achava muito fofo o sotaque. Principalmente o dela.

Entrou no carro e dirigiu o mais rápido que pôde, afinal, sua mulher estava cansada. Durante o trânsito para chegarem no apartamento, Stenio segurava a mão dela em cima de sua própria coxa. Helô olhava a a vista do Rio pela janela como se nada tivesse acontecido.

E pela primeira vez sentiu como se, de fato, nada tivesse acontecido. Estava se sentindo amada, segura e bem em seu casamento. Sentimento que já não tinha há algum tempo.

Assim que eles chegaram foram recebidos por Creusa que se gabava de tanto que tinha feito para o jantar. Eles deixaram seus pertences na sala e se juntaram a senhora, Heloísa delatando o advogado que sugeriu comerem em outro lugar.

— Dotô Stenio? Preferindo outra comida que a minha? — Ela se ofendeu olhando para o grisalho.

Heloísa só ria e assistia enquanto comia. Estava morrendo de fome.

— Claro que não, quis ser romântico. Propor uma noite diferente, e tal. É óbvio que quando ela disse não eu morri de felicidade e pensei: ebaaa, comida da Creusa!

Heloísa semicerrou os olhos para ele.
Como conseguia ser tão mentiroso?

— Mas só pra avisar amanhã nós vamos sair pra jantar e você não precisa cozinhar. — Stenio avisou.

— Oxi. O que adianta não me trocar hoje pra me trocar amanhã?

Heloísa ria com a discussão.
Deu um beijo em Creusa e foi direto tomar um banho na banheira. Precisava relaxar.
Tirou as roupas mais do que depressa e deixou a meia luz confortável no ambiente que era mais rodeado por velas.

Assim que sentiu o corpo submerso na água quente e em toda aquela espuma, gemeu de satisfação. Era
disso que ela precisava.

Um suspiro a acordou de seus devaneios e a fez abrir os olhos.

Ah, claro. E de Stenio. As coisas só ficariam perfeitas se ele estivesse ali com ela. Não conseguia se imaginar voltando para casa sozinha, ou voltando para a casa e não o encontrando. Já tinha passado dessa fase. O amava e admitia que queria estar com ele, o tempo todo, pra sempre.

— Será que um advogado criminal nessa banheira acaba com toda essa aura de paz da delegada?

Stenio se aproximou, ainda vestido. Agachou perto da banheira e ficou admirando a beleza dela.

— Hmm.. Acho que é melhor eu ficar sozinha mesmo. Descansar e relaxar. — Ela disse, manhosa, enquanto levantava as pernas, exibida, brincando com a espuma.

Stenio olhou o corpo dela que se levantava da água e deu uma risada fraca.

— Tem certeza?

— Uhum. — Ela disse.

Mas Stenio conhecia esse tom. Era o tom de provocação. O tom de alguém difícil que dizia exatamente o oposto do que queria. Fez carinho no queixo dela e observou o cabelo da delegada todo preso para não sujar com a espuma.

Enfiou o braço direito dentro da água e Heloísa se mostrou surpresa quando notou que ele estava molhando a manga da camisa. Por mais que estivesse arregaçada para cima, ainda não era o suficiente para deixá-lo ileso. Stenio foi certeiro com a mão pelo meio das pernas dela, e em poucos segundos ela já estava rendida e encostando a cabeça na borda da banheira, gemendo de olhos fechados.

— Eu posso te ajudar tanto a relaxar. meu amor. Você sabe disso. Por que tá fingindo que esqueceu? — Stenio sussurrava admirando a mulher.

Acariciava seu clitoris debaixo da água com movimentos pressionados e circulares. Sabia levar Heloísa ao clímax só com isso, e queria que ela voltasse a lembrar quem é que tinha o controle ali.

Continuou o movimento sem parar sabendo que iria fazê-la gozar em pouco tempo. Heloísa se agarrou no braço dele, terminando de molhar e sujar a camisa branca com espuma.

Quando ela soltou o gemido mais alto, ele alcançou sua boca com um beijo de língua tentando conter o barulho do ambiente.

A fez gozar só com a mão, e se levantou, desabotoando a camisa.

Helô engoliu a seco e assistiu enquanto o marido se despia. Já estava completamente relaxada na banheira e sabia que havia mais por chegar.

Assistiu o marido entrando na banheira e a colocando em seu colo. Os olhos de Stenio brilhavam para ela no escuro do banheiro. Aqueles olhos de jabuticaba tão apaixonados.

Stenio só tinha olhos para ela mais uma vez.
E esse, era o maior prazer de todos.

fim

is it over now?Where stories live. Discover now