Capítulo 93 - A Cidade Branca

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Mas eles tinham as armas, a comida, conheciam o caminho e estavam em maior numero. Eu estava amarrado com ferros pesados chamados de algemas. Não havia nada que eu pudesse fazer a não ser me submeter calado aos maus tratos, abaixar a cabeça e caminhar.

Cinco dias depois, dez quilos mais magro, cheio de feridas, enfim chegamos nos portões da cidade dos brancos. Nunca vi um lugar tão sujo, feio e fedorento.

Eles me levaram até a praça central e retiraram os fardos. Uma pequena multidão de brancos assustadores se juntou ao meu redor falando, gritando, rindo... Eu não entendia nada. De repente um deles se aproximou e chutou o meu saco. Eu caí no chão gemendo de dor, os outros dois começaram a me surrar com o chicote. Só pararam quando eu me levantei. A multidão batia palmas. Quando eu fiquei de pé recebi outro chute certeiro no saco que me fez cair de novo no chão de terra batida. A surra de chicote recomeçou. Ardia demais. Não sabia o que era pior. Fiquei de pé e eles pararam. Levei outro golpe no saco e cai de joelhos. A dor não me deixava respirar. Tossi, mas eles não paravam de chicotear. Eu estava amarrado com as cordas de ferro, não podia me defender. O meu sangue estava espalhado pelo chão. Se eu ficasse de pé, eles chutavam meu saco, se eu ficasse no chão, me chicoteavam. O castigo foi se estendendo até eu desmaiar. O objetivo era me emascular.

Eles me estupraram pela última vez na frente da multidão mostrando seu domínio sobre mim, depois prenderam uma coisa do mesmo material das algemas no meu ventre (todos os escravos usam) e me jogaram ainda inconsciente dentro de uma gaiola feita de ferro, o mesmo material das algemas e eu fiquei várias semanas vendo o sol nascer e se pôr pelas grades. Havia muitas gaiolas com homens do norte. Fui alimentado todos os dias com a tal fruta pão e água preta de café. Uma mulher branca cuidou de mim por entre as grades.

Os rios do norte eram cristalinos e correm para o sul. São cheios de peixes. Os rios aqui se tornaram imundos, cheios de ratos, esgoto e lixo. Tem o cheiro dos brancos.

Uma noite depois que serviu a minha comida, a mulher de cabelos amarelos acariciou o meu rosto e falou comigo, no meu idioma.

- Se anime, amanhã cedo eles vão te tirar daí de dentro e te levar para outro lugar. Se você for vendido, se tiver sorte, tudo vai ficar bem...

Ela foi embora e eu fiquei surpreso e sem entender. Porque ela falou na minha língua mas eu não sabia o que significava vender e ter sorte. Mas parecia que era algo bom.

+100 Nano Contos Eróticos e Fetichistas V. 2Where stories live. Discover now