Capítulo XV

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I

O ar gelado preenchendo os pulmões, queimando as narinas. Observando aquela porta de madeira. Permitia-me desnudar meu ser, usando o que por mim era de direito; minha audição afiada. Fechando os olhos, elas se contorceram, virando de um lado para o outro, então, encontrando a posição ideal para escutar a conversa no interior. Falei que não o perguntaria mais, não que deixaria minha curiosidade de lado; há diferenças.

Escutei um papel ser rasgado. Um envelope? Talvez. Sentia agitação. Tensão. Sentimentos desgostosos na boca. Preenchiam meu peito junto ao ar gélido do inverno. Pesava na alma. O clima soturno permanecia até o fim daquela cessão. O que disseram? Perguntou a duquesa: Concordaram com o acordo?... Silêncio. Sim..., respondeu o Grande Mestre: Porém... Aceitaram, mas... Amargo, continuou: Pediram pela expulsão e revogação dos títulos... Filho, eu... Conheço algumas pessoas, vamos recorrer. Eles não podem fazer isso! Senti algo em mim morrer. Eles querem minha cabeça de todo jeito, né? A garganta apertada de Natsu, se forçando a tentar encontrar graça na desgraça, fazia meus olhos arderem. Senhor... Sei que é egoísta... Mas... Poderia pedir só para eu ficar?... Eu... Só sei fazer isso... No último fio de tua voz, sentia a corda de uma forca enrolar-se em meu pescoço. Só isso que peço... Não quero trazer mais trabalho do que... – Um som agudo ecoou pela sala. Não haja como um cão, Natsu! Aquela mulher tinha o acertado e continuou: Temos recursos ainda, e se podemos recorrer, podemos reverter. Desde quando se contenta com tão pouco?!.......... Nenhuma resposta. Senhor, se me mandar, eu ponho Abaixo aqueles desprezíveis dos Kingman! Nessa noite ainda! Bradava: Não me importo, forge uma missão. Danese. Só uma ordem!... Um segundo... Mestre, o que aconteceu com o processo cautelar?!....... Outro estrondo seco. Dessa vez na madeira. Foi um impacto intenso e violento em algo sólido. O Grande Mestre, descontente, explicou em simples palavras: Recusaram logo na petição inicial... Então, Natsu em tom firme e contido repreendeu Erza: Matar eles não vai resolver muito... Minha irmã, começar com sangue e terminar com sangue não muda o resultado.

A duquesa tinha um temperamento complicado. Seus passos pesados pareciam cada vez mais perto. Fiz meu dever em sair da frente de onde ela claramente viria, ficando no meio do corredor, escorada perto da quase última janela. Puxou a porta quase arrancando ela. Nos encaramos logo no seu primeiro passo para fora da sala. Reluzia no seu olhar a chama da raiva. Ergueu o pomo e o queixo, puxando ar, mas daquela vez, pela primeira vez, a cortei:

"Podemos conversar, duquesa?"

Fiz minha reverência por a reconhecer.

"Hum!..."

Passou por mim a passos de tartaruga. Em nenhum momento olhou-me de novo.

Parou a cinco passos à minha esquerda.

"Não estou em um bom momento... Marveel..."

Sentia o veneno escorrer pelo seu queixo.

"Sei que não gosta de mim. Uma pena, ou não, não é algo recíproco."

Usar o Qipao por debaixo de um vestido comum tinha suas vantagens. Um verdadeiro filtro. Me manter sã perante a essência de morte da duquesa. Uma pena, somente parcialmente. O suficiente para conseguir manter uma conversa formal com ela.

"Quero conversar um pouco, claro... Se tiver tempo."

"Sobre o que?"

Fingiu-se. Dissimulada.

"Não aqui."

Neguei educadamente.

II

Promessas de primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora